Evelyn Santos (CIDTFF), Paula Vagos (Universidade Portucalense) e Dayse Neri de Souza (CIDTFF) | A Diversidade como Oportunidade: Contributos teóricos e práticos, pp. 69-80

Resumo:

A universalização do ensino e o direito a educação para todos tem permitido um maior incentivo em prol da equiparação de oportunidades e da inclusão de estudantes com Necessidades Educativas Especiais (NEE). A partir de novas práticas, mais informação, suporte institucional e político, eliminação de diversas barreiras, de entre outros fatores, verifica-se, num panorama nacional, uma maior atenção à Inclusão no Ensino Superior. Cada vez mais os suportes para os estudantes com NEE e o que eles providenciam, são referidos como essenciais para a adaptação social e académica dos estudantes, tendo em atenção que a trajetória académica destes estudantes é parte fundamental no processo. Contudo, estes suportes nem sempre são percebidos eficazmente neste nível de ensino, pois sem uma política de inclusão, os estudantes com NEE estão a mercê dos estatutos internos das Instituições, se existentes. O presente estudo, de âmbito qualitativo, buscou retratar os suportes políticos, estruturais e atitudinais recebidos durante a trajetória de acesso e permanência no Ensino Superior recebidos por 10 estudantes que frequentam uma universidade pública Portuguesa. Os dados foram recolhidos por meio de entrevistas semiestruturadas e analisados com o suporte do software de análise qualitativa webQDA. Tendo em conta os resultados, torna-se percetível a necessidade de um resguarde político voltado a inclusão no Ensino Superior em Portugal, a fim de que os estudantes com NEE possam ter garantia do que lhes é de direito. Os estudantes e a literatura científica revelam que o único apoio ao nível das Políticas Educativas de Inclusão revela-se no direito a adaptações nos exames nacionais e do Contingente Especial, que disponibiliza um número de vagas específicas de acesso para estes estudantes. No âmbito dos aspetos atitudinais, os estudantes descrevem que, a partir da realidade da Instituição de Ensino Superior (IES) que estão inseridos, sentem uma grande diferença de aceitação positiva e respeito pelas diferenças, comparado a sua trajetória estudantil no Ensino Secundário. No que concerne aos aspetos físicos/estruturais, acreditam que a instituição que estão inseridos é bem organizada, principalmente no âmbito dos acessos. Há muito a ser feito e considerado sobre os suportes que os estudantes com NEE possuem e necessitam, no intuito de potenciar as suas vivências de aprendizagem e descrever os suportes satisfatórios, como bons exemplos de práticas inclusivas. Contudo, verificou-se a partir destes resultados, que a inclusão é uma efetiva realidade no âmbito do Ensino Superior ao nível nacional, apesar dos desafios que ainda são percebidos.

Palavras-chave: Inclusão. Estudantes com NEE. Ensino Superior.

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Referência:
Santos, E., Vagos, P. & Neri de Souza, D. (2018). Potenciar a Inclusão de Estudantes Com NEE no Ensino Superior: Aspetos Políticos, Estruturais e Atitudinais. in Fernandes, P., Costa, F.  & Ana Mouraz, A. (orgs.) A Diversidade como Oportunidade: Contributos teóricos e práticos, pp. 69-80. Porto: Universidade do Porto. Retrieved from:https://www.fpce.up.pt/ciie/sites/default/files/CIIE_EBook_Diversidades.pdf