Aristides Âmbar Raposo

FotoAristidesAmbarARISTÍDES ÂMBAR nasceu em Ponta Delgada no ano de 1937, tendo frequentado nesta cidade, até 1954, o Curso Geral do Comércio na Escola Industrial e Comercial. Foi aluno de Domingos Rebelo e de Xavier Costa. Terá ingressado, nesse mesmo ano, na Escola Agrícola D. Dinis, da Paiã, em Lisboa, onde frequentou com aproveitamento as aulas de Mestre Amaro Jr., o qual foi para ele uma grande referência da pintura.

A sua primeira exposição ocorre em 1957, no Palácio da Independência em Lisboa, com 58 quadros. Foi tão feliz nesta primeira mostra que dois anos depois expõe pela 2.ª vez, nesse mesmo local, apresentando 25 óleos, 13 aguarelas, 1 pastel e 5 desenhos.

Nesse ano, casa em Carnide com D. Maria Filipa do Nascimento Cristo, nascendo-lhes dessa união 2 gémeos – Filipa Cristina e Aristides. Em 1960 é contemplado com o prémio Nacional de Pintura. Com o rebentar da Guerra do Ultramar, é chamado para as fileiras e em 1965 é mobilizado a embarca para Angola onde permanecerá 2 anos. Em 1967, regressa a Portugal e instala-se no Algarve por dois anos, onde conhece o escritor Madeira Santos e com quem funda a tertúlia “Casal da Preguiça”. Em 1970, já em Lisboa, divide um apartamento na Lapa com o pintor Miguel Sousa Machado, trabalhando a superfície textual de grandes espessura de tintas, ficando este tempo conhecido pelo seu período de claro-escuro (com nítidas influências de Rembrandt e dos Expressionistas). Em 1974, concede à Revista “Plateia”, uma significativa entrevista, onde expõe a sua visão acerca da pintura. É nesse ano que compõe a capa para o livro “Mulher de Sal” de Madeira Santos. Com a revolução em curso, sofre a influência de figuras como Victor Belém que tenta incutir-lhe a ideia de que não interessa a forma de pintar; o que é importante é a temática. O ambiente revolucionário então vivido pelo país reduz-lhe as encomendas. Em Agosto desse ano, decide regressar á casa paterna, em S. Miguel, com a família, convivendo com a mãe e o irmão. Pinta paisagens e retratos (Antonieta Câmara e filhos).

Por causa das intensas cores micaelenses, muda as tonalidades da sua paleta, os verdes e os grandes planos impõem uma nova coloração, pois a mistura provoca um resultado cinzento na retina. Usa, então, a técnica de espátula e um “melange optique”. Em 1975 retorna a direcção de Lisboa, onde permanece 3 meses. Na capital, o pintor Vítor Belém, então diretor das Artes Plásticas do Ministério de Educação e Cultura continua a insistir que a pintura deve, ter como primeira missão transmitir uma mensagem revolucionária. Essa ideologia comunista terá grandes repercussões na vida familiar do pintor, acabando por influenciar o relacionamento do casal que se viria a separar em 1979. Especializa-se em pintura de retratos, paisagem, natureza morta e animais. Morre a 13 de junho de 2013, deixando a pintura açoriana e portuguesa mais pobre.

Retirado de: https://www.facebook.com/HistoriaDosAcores/photos_stream

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