O livro com o título deste post publicado pela Fundação Francisco Manuel dos Santos e que está disponível em: https://www.ffms.pt/FileDownload/342a960e-c01c-4309-8fa5-6e5a391204af/porque-melhoraram-os-resultados-pisa-em-portugal apresenta um estudo longitudinal e comparado dos resultados dos alunos entre 2000 e 2015 possui dados que merecem destaque e reflexão. Nesta publicação salienta-se transcrevendo:
- Ao longo dos 15 anos do PISA “….os resultados médios de Portugal têm vindo consistentemente a melhorar nos três domínios considerados [Matemática, Leitura e Ciências], aproximando-se dos scores médios da OCDE” (p. 13).
- “Além de ser uma medida ineficaz a resolver o insucesso dos alunos que repetem, como já foi identificado por vários autores, acresce esta ser uma medida que aumenta as desigualdades no sistema educativo, uma vez que a probabilidade de um aluno repetir o ano está fortemente associada ao seu estatuto socioeconómico e cultural, sendo os alunos de meios mais desfavorecidos os que têm maior probabilidade de chumbar” (p. 22).
- “O nível de escolaridade dos pais está relacionado com melhores desempenhos dos alunos, mas apenas quando combinado com profissões mais qualificadas e mais bem remuneradas” (p. 27).
- “Relativamente ao ambiente na sala de aula, cerca de 30% dos alunos respondentes ao questionário PISA consideram que há indisciplina e barulho na sala de aula, …”; mas também “Portugal é o país onde consistentemente os alunos mais reconhecem o trabalho e disponibilidade dos professores” (p. 33).
- “Relativamente às carências e à visão que têm da direção das escolas, os professores portugueses consideram que há falta de auxiliares de educação e que os diretores são líderes pouco inspiradores. No que se refere à cooperação entre colegas, verifica-se que a prática de cooperação menos comum é a observação de aulas lecionadas por outros professores” (p. 36).
- “Portugal foi o país que mais investiu no aumento do número de horas de ensino da Matemática. Esta tendência não se verificou nos restantes países europeus, onde a prática corrente foi manter o número de horas desta disciplina. Também no que respeita à quantidade de horas que os jovens passam a fazer trabalhos para a escola fora do horário escolar, os alunos portugueses despendem 14 horas por semana, em média, em trabalho escolar extra” (p. 41).
- “Importa também referir que os diretores portugueses são os que menos se socorrem da investigação e conhecimento comprovado por outros nas suas práticas de gestão escolar. A cultura de olhar para a educação como uma ciência ainda não chegou às escolas” (p. 45).