Passada a “onda” da propalada situação da professora que tentou tirar o telemóvel a uma aluna e de toda a ambiência (as imagens passaram repetidas vezes nas televisões) evidenciada, parece-me um momento para “pensar criticamente” sobre a questão da deliquência (ou no plural?) nas escolas portuguesas. Não posso, também e nesta data, deixar de referir a última notícia que a comunicação social divulgou: “Uma Professora de uma Escola EB 2,3 do Barreiro foi agredida por uma aluna; esta docente apresentou queixa na PSP local e deu entrada no hospital, o qual confirmou que aquela foi vítima de agressão”.
E, em uma rápida pesquisa no youtube ou no youteacher encontram-se imagens de escolas Portuguesas, que embora não tenham situações de agressão física, a maioria mostra agressões verbais e gestuais e contextos pouco ou nada “educativos”! Não tenho conhecimento de estudos que documentem a extensão deste problema. As situações de que vou pessoalmente tendo conhecimento são muito preocupantes!
Neste quadro, começo por questionar:
- Até quando se vai continuar a assistir e a permitir estas situações? É preciso haver uma tragédia para se tomarem decisões sérias?
- O que se pode fazer para mudar esta situação?
Não sou defensor de “medidas punitivas sérias” mas defendo algumas mudanças, o quanto antes, que passam por:
-Um Sistema Judicial rápido e actuante; louvo a preocupação do Sr. Procurador Geral da República sobre esta problemática, mas são necessários exemplos concretos de resolução e decisões céleres que não permitam que o agressor (como provavelmente acontecerá na situação acima referida) continue a “desafiar” o sistema e, directamente a “vítima”!
-Estatuto do Aluno e Regulamentos de escolas / agrupamentos claros e inequívocos no enquadramento das várias situações que em cada contexto educativo devem ser privilegiados nos vários tipos de deliquência(s) e indisciplina(s) que as escolas e os Conselhos Executivos bem conhecem.
-Devolver a autoridade aos professores e estes assimirem o seu papel de educadores plenos.
-Formação de professores para estas (novas?) realidades e aposta inequívoca na promoção de competências (conhecimentos, capacidades de pensamento e atitudes / valores) dos alunos – futuros cidadãos.
Este assunto não está “esgotado”. Longe disso, … mas é tempo de pensar e actuar para melhorar.