Farol da Barra, 1 de Novembro de 2010
Desde o renascimento que se assiste à maior revolução científico-tecnológico de que há memória!Todavia esta não tem sido acompanhada da necessária mudança de pensamento e sobretudo de atitudes/valores. A tradição Judaico-Cristã continua a imperar, especialmente nas sociedade ocidentais, e a influenciar muitos dos hábitos, preferências e rotinas. E, em várias situações, ainda bem!
Mas, as necessárias mudanças que deveriam acontecer na sala de aula não têm ocorrido nem acompanhado muitos dos avanços científicos e tecnológicos. A investigação em Educação tem sistematicamente evidenciado que as inovações e mudanças que se impõem não “chegam” aos Professores e às suas práticas, nomeadamente no nosso país.
E, globalmente, a investigação que se faz em Portugal tem estado, nos últimos anos, ao nível e acompanhado a que se produz nos países de referência na área. Então o que fazer para diminuir o fosso entre a investigação que se produz e o que acontece nas práticas docentes?
A investigação e as possíveis respostas a esta questão tem crescido, incluindo no CIDTFF – Centro de Investigação Didáctica e Tecnologia na Formação de Professores. Aponto aqui uma forma de diminuir este fosso: aproximar a investigação dos seus principais destinatários – os Professores. Só a publicação e divulgação clara, por exemplo, com revistas, em papel e/ou online, é que se poderão “construir pontes” com os Professores.
Neste caso constitui um bom exemplo a divulgação junto dos Professores do que se vai produzindo na investigação, particularmente do CIDTFF, a revista INDAGATIO DIDACTICA que se pode consultar em:
http://indagatio-didactica.web.ua.pt/index.php/id
Nos dois números desta revista até ao momento publicados podemos encontrar artigos relevantes, alguns com inovações que foram desenvolvidas com e para os Professores, no caso do Ensino Básico. De salientar os vários artigos de diferentes investigadores, alguns deles que são Professores no activo e outros de Bolseiros de investigação que estão ou desenvolveram investigação nas suas práticas educativas.
Gostava de agradecer pelos artigos que tem colocado, pois são muito pertinentes e úteis para estreantes como eu (e vários colegas!) nas lides da investigação.
Gostava de pegar na questão “Então o que fazer para diminuir o fosso entre a investigação que se produz e o que acontece nas práticas docentes?” que colocou. Do que tenho lido (e escrito!) parece-me que os professores (portugueses!) movem-se pouco por leituras e mais por acções. A publicação e divulgação de projectos inovadores é importante.
Mas acho que o que faz falta são associações de e dinamizadas por professores de ciências que promovam mais e melhores eventos de divulgação e formação na Educação em Ciências informada pela Didáctica. Se tais associações começassem a mobilizar os professores desde que estes se encontram na sua formação inicial, era mais fácil criar uma nova geração de professores inovadores.
Obrigado pela partilha e disponibilidade para reflectir!
Concordo consigo. Espero que nos próximos meses possamos avançar com a criação de uma Associação de Professores de Ciências que possa desempenhar também essa função que refere!
Logo que tal aconteça informarei.