Educação e Professores

Em um blog sobre pensamento crítico não posso deixar de lamentar a sua quase ausência em um momento em que é absolutamente necessário! A falta de fundamentação, as opiniões valerem como factos, a ausência de rigor e a manipulação de informação são algumas das evidências que se vão relevando especialmente na comunicação social portuguesa.

Neste contexto está o relatório do FMI (versão em Português em http://aventadores.files.wordpress.com/2013/01/relatorio-fmi-traducao.pdf) o qual no que concerne à Educação tem várias omissões (como os resultados do TIMSS recentemente divulgados) e uma caracterização, pelo menos, pouco consentânea com a realidade nacional! Obviamente importa racionalizar processos e tornar mais eficaz o sistema educativo. Todavia, tal aplica-se a praticamente todas as áreas profissionais e existem maus profissionais em todas as classes.

Por isso, estando  em contacto com as escolas e a trabalhar e investigar sobre a formação de professores destaco resumidamente:

  • Os resultados educativos têm vindo a melhorar de modo consistente, como apontam quer os estudos internacionais TIMSS e PISA! Os investimentos e várias iniciativas, como por exemplo o Programa de Formação em Ensino Experimental das Ciências, para tal terão contribuído.
  • Pese embora o longo caminho de melhoria que temos de percorrer, os professores portugueses têm feito um esforço de melhoria das suas práticas e dos resultados efetivos no que se refere às aprendizagens dos seus alunos. Temos na investigação a divulgação de boas práticas e de vários professores altamente profissionais e que são uma amostra do que tem sido o esforço e a dedicação em um momento difícil como o que se vive atualmente. Só quem não conhece as condições de trabalhos dos professores em escolas públicas é que poderá propor, depois de várias medidas de fundamentação duvidosa, como aumento do número de alunos por turma, que termine a redução da componente letiva prevista no Estatuto da Carreira Docente.
  • Como se compreende que em 2012 já se tenha um dos mais baixos PIB na Educação na EU e se continue a propor o despedimentos de 50 mil professores? Porquê poupar anda mais na Educação se existem outras áreas onde tal é também possível e mesmo desejável (sendo a mais gritante as PPP)?

Se continuarem as decisões pouco fundamentadas sobre Educação vamos continuar a “empobrecer”! E as consequências só serão visíveis, como quase todas as mudanças em Educação, a longo e médio prazo.

Tribunal em Londres, Dezembro de 2012

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