Não cumprir?

A notícia do Jornal Ionline, que se ilustra a seguir (pode aceder à mesma

pressionando sobre a imagem)

levantou-me muitas questões e dúvidas. Entre estas destaco:

-A quem compete afinal a definição das metas de cada escola?

-Essas metas são ou não para cumprir? É lícito traçar metas e não dotar meios para o seu cumprimento? É lícito por causa disso assumir logo o seu não cumprimento? …

Importa que muito do trabalho que os docentes fazem tenha credibilidade e uma notícia como esta, a ser verdade, não ajuda!

Existem muitos problemas, como o do insucesso educativo e os abandonos! Mas estes têm de ser efectivamente “combatidos” e não ser reduzidos a “dados estatísticos”!

10 Medidas Educativas para 2011

Na perspectiva assumida neste blog junto aponto as 10 medidas educativas que considero essenciais para 2011, especialmente no contexto social actual em Portugal:

  1. Avaliar o modo como foi e está a ser operacionalizado o processo de Bolonha na formação inicial de Professores; depois, articular esta com a formação continuada e pós-graduada que se realiza nas instituições de Ensino Superior; neste âmbito tornar coerente este processo de formação com o modelo de concurso de professores, especialmente os do 2º Ciclo do Ensino Básico;
  2. Realizar meta-análises à investigação que tem sido realizada em educação, especialmente em Portugal, divulgar as boas práticas e implementar as consideradas prementes; por exemplo, alargar os programas de formação de professores iniciados no 1º CEB (Matemática, Ciências e L. Portuguesa) aos ciclos de ensino seguintes;
  3. Avaliar o novo modelo de avaliação de desempenho dos Professores e proceder aos ajustes considerados necessários;  um dos aspectos a ter em conta nesta avaliação ter a ver com a não existência de elementos externos à escola neste processo;
  4. Desenvolver novos Programas disciplinares adaptados às necessidades actuais e que se estimam para os próximos anos nas áreas e disciplinas em que não existem, tal como as de Ciências; só assim se poderá aproveitar e dar continuidade a este esforço com o “Projecto das Metas de Aprendizagem”; o mesmo em relação à educação pré-escolar, particularmente para todas as crianças com 5 anos, para as quais defendo a definição das competências consideradas alicerce;
  5. Avaliar o que estão de facto os alunos a aprender no ensino básico e no ensino superior; ou seja, não basta ao próprio sistema educativo realizar provas de aferição a duas disciplinas; este processo deve ser alargado a outras disciplinas e ser também independente do sistema central; tem de ser também coerente com o currículo nacional e programas em vigor;
  6. Avaliar a qualidade das Novas Oportunidades e dos cursos EFA sem deixar de alargar com efectivas competências as oportunidades de aprendizagem para jovens e adultos;
  7. Com base  em um amplo e alargado debate da sociedade civil identificar as áreas prioritárias e emergentes de formação e qualificação para se concentrar o investimento público (quer no ensino secundário, profissional, superior, …), como parece ser o caso das TIC!
  8. Valorizar a profissão docente com reconhecimento responsável da autoridade dos Professores; não podemos continuar a assistir às situações de desafio e desrespeito sob pena de se hipotecar a educação do futuro e o real êxito dos Alunos Portugueses (ver alguns posts deste blog algumas propostas concretas para tal);
  9. Avaliar as escolas/agrupamentos no seu todo (incluindo o modo como as autarquias têm exercido as suas competências nesta área) com equipas mistas (Inspecção Geral da Educação, Professores de Escolas e Docentes e investigadores do Ensino Superior envolvidos na formação de Professores); valorizar com base nesta, as condições, recursos e mesmo a autonomia das escolas;
  10. Compilar todos os relatórios, estudos e pareceres sobre as áreas Curriculares Não-Disciplinares e proceder às mudanças necessárias, como a efectiva implementação de áreas transversais como a da Educação para a Cidadania, Educação para a Saúde, com destaque para a Sexual e Reprodutiva.