Notável poeta e advogado português, nascido a 3 de janeiro de 1942, no Porto, Vasco Graça Moura destacou-se como dramaturgo, ensaísta, ficcionista, cronista, tradutor e crítico literário. Vasco Graça Moura era um homem, como disse Teresa Calçada (J.L. 14-05-2014), que «gostava de livros, de livrarias, de bibliotecas…».
Para contextualizar a informação documental, aqui apresentada, de momentos passados na Universidade de Aveiro, citamos inicialmente um texto enciclopédico sobre o seu extraordinário percurso.
«Licenciado em Direito pela Universidade de Lisboa, Vasco Graça Moura é um dos nomes centrais da poesia portuguesa da segunda metade do Século XX. Trata-se de uma evidência pacífica, sobretudo desde a publicação de Instrumentos para a melancolia (1980), momento a partir do qual a sua obra se impôs por um classicismo de contornos eruditos, que não rasura aspectos do quotidiano mais prosaico, mas privilegia sem ambiguidades o diálogo com outras artes, em particular a pintura. Livros como A furiosa paixão pelo tangível (1987) ou Uma carta no inverno (1997), são hoje clássicos da língua. (…) Na área do ensaísmo literário, onde a solidez da sua argumentação é de algum modo equiparável à de Jorge de Sena (…) deve ser dada ênfase aos estudos camonianos, de que Camões e a Divina proporção (1985) e Os penhascos e a serpente (1987) são exemplos paradigmáticos. É no âmbito da ficção que podem suscitar-se algumas reservas, apesar da escarolada maestria de um romance como Naufrágio de Sepúlveda (1988). Neste, como noutros seus romances, o maneirismo formal acentuam o enfoque da crítica de costumes. Também na crónica, em regra de índole política e matriz conservadora, se vê alvo de controvérsia. Paralelamente à sua actividade de escritor, Vasco Graça Moura exerceu advocacia (1968-76), ocupou diversos cargos institucionais, e tem sido, nos últimos trinta anos, um intelectual activo. (…) Integrou várias comissões oficiais, relacionadas com os problemas do livro e da língua portuguesa; etc. Tem feito parte do júri de variados prémios literários. É membro de várias associações de escritores e críticos literários. Recebeu inúmeros prémios literários, entre os quais o Prémio Pessoa (1995) (…). É oficial da Ordem de Santiago da Espada (1983) e da Ordem do Rio Branco (Brasil). Escreveu e apresentou na televisão programas de poesia, em 1978 e 1985. (…) Foi nomeado director do serviço de bibliotecas da Fundação Calouste Gulbenkian (…). Em 1999, integrado na lista do PSD, foi eleito deputado ao Parlamento Europeu. Foi, desde Janeiro de 2012, presidente da Fundação Centro Cultural de Belém. Organizou antologias de Pedro Homem de Mello (1983) e Vitorino Nemésio (1988). Co-traduziu poemas de Gunnar Ekelöf e outros poetas suecos. Tem frequente intervenção pública como conferencista e colabora regularmente na comunicação social como cronista, comentador e analista político, para além de colaboração literária, também dispersa por vários jornais e revistas especializados. Encontra-se representado em diversas antologias de poesia.»
Vasco Graça Moura. Pesquisa de Autores [Em linha]. Lisboa: DGLAB, 2013. [Consult. 2014-05-16]. Disponível na www: <URL: http://livro.dglab.gov.pt/sites/DGLB/Portugues/autores/Paginas/PesquisaAutores.aspx>.
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