Numa estante perto de si… Dialogar en la Red

Desde a primeira conexão entre computadores e o aparecimento de numerosos serviços como a WWW que surgiram as mais diversas formas de comunicação mediada por computador. Progressivamente surgiram diversas comunidades virtuais nas quais as pessoas tiveram de recorrer a estratégias de contextualização e de expressão de interacções comunicativas e informativas que coincidem com algumas das características da ‘comunicação real’.

Este ‘ciberdiálogo’ ou ‘diálogo na rede’ neste novo meio de comunicação não implica, contudo, que se estude a linguagem num plano anterior ao aparecimento da tecnologia e as modificações verificadas posteriormente, mas que se estude a linguagem e a tecnologia em conjunto. Isto porque a Internet proporciona diferentes meios de comunicação e uma grande variedade de situações comunicativas, não sendo, por isso mesmo, possível a utilização homogénea da língua, o que implica estudar cada contexto específico e as estratégias pragmáticas e os rasgos linguísticos próprios utilizados.

Contudo, as diferentes modalidades de ‘ciberdiálogo’ apresentam características comuns: têm como base a língua escrita e as possibilidades de interligação de diferentes canais levam à confluência numa única dimensão temporal de intercâmbio, semi-síncrona, na qual se anula a tradicional distinção de sistemas síncronos e assíncronos.

Na cultura da internet marcada pela palavra digital, efémera e maleável, na qual a diferença entre escrita e oralidade depende das condições de produção e recepção do discurso, ou seja, das características dos utilizadores (emissores e receptores) e da sua competência linguística e cultural, não se pode falar em escrita com características do oral ou vice versa, uma vez que “el ciberdiálogo se situa en un continuum de registos” (p. 23). Estes “registos” são determinados não tanto pela imitação de uma modalidade falada ou escrita num tipo particular de discurso mas pelo ritmo de intercâmbio do envio-resposta de uma mensagem e pala interacção que é construída pelo emissor e pelo destinatário em termos de negociação do discurso e alternância de turnos.

A interactividade está, assim, intimamente ligada às condições de produção do discurso que, por sua vez, dependem da familiaridade entre os interlocutores, do conjunto de crenças e objectivos partilhados, da emotividade do diálogo, da competência linguística e cultural e das capacidades de utilização da tecnologia em causa. “Se trata pues de determinar los factores que inciden en el comportamiento comunicativo de los interlocutores, es decir, los parámetros contextuales y situacionales por los que se utiliza un registro coloquial o un registro formal, o se imita uno u otro.” (p. 29).

Neste livro a autora estuda não só a manifestação linguística da representação de si, da distância/proximidade social entre interlocutores, das atitudes linguísticas que se geram em meio electrónico, da relação entre oralidade e escrita, como também fornece ainda inúmeros exemplos de traços gráficos, ortográficos, fónicos, morfossintácticos e lexicais da língua espanhola presentes em chats, e-mails, fóruns e blogs.     

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