E não vos vou massacrar a cabeça com a Gaiola Dourada, que apesar de ser um produto de sucesso e que merece discussão não entra no tipo de produtos que aqui normalmente apresento (Pensem no entanto no potencial do mercado da saudade que aquele filme mostrou existir…) Queria antes falar-vos hoje de novo da NELO. Depois de tantas medalhas olímpicas até já passamos a achar graça ao pitoresco da marca: NELO. O MUDE (Museu de Design e da Moda, a visitar quem não conhece ainda) resolveu criar “um novo espaço de programação dedicado à apresentação de produtos, serviços e marcas nacionais que sejam exemplos de inovação e criatividade, bom design e estratégico posicionamento de mercado.” Bem hajam! Este Verão o escolhido foi a NELO
“A empresa NELO é a empresa líder no mercado de kayaks e canoas de competição, estando presente em mais de 40 países. A fábrica, com mais de 7.000 m2 e de 100 trabalhadores, conjuga a tecnologia e know-how com a qualidade artesanal do seu início.
Naturalmente que quando o Álvaro sugeriu lançar a Nata como objecto de franchising internacional mencionou o Nando’s como exemplo. Claro que enquanto a intelligentzia nacional ria alarve da proposta do ministro o Fernando Duarte, aquele empresário de origem portuguesa que converteu o frango PERi-PERi numa “fashion” fazia comentários elogiosos à ideia… Afinal ele fez exatamente isso com uma outra singularidade portuguesa tornando-a num produto apetecível pelo mundo fora. O pedido dos One Direction (alguns dos fãs da cadeia) antes do concerto de Newcastle deu a volta ao mundo nas redes sociais. O que é que eu acho interessante nisto? O potencial que alguns dos nossos produtos menos prezados, como o frango de churrasco, têm no mercado internacional quando não temos pejo em os assumir… Afinal julgam que pizza e hamburguers são alta cozinha americana? Nem sequer vergonha da Marca. Gosto de ver a forma despudorada como se assume o Nando’s, ou a Nelo… Em contraponto à vergonha sentida por alguns dos nosso intelectuais urbanos face ao sucesso de produtos como a Gaiola Dourada (veja-se a inenarrável crónica do MEC no público de 8/9)… O meu desafio para os meus atuais e passados alunos? Imaginar como poderemos converter um produto típico português em algo capaz de conquistar o mercado internacional como fizeram com os gelados de ovos moles, um “starbucks” de natas, ou um frango de churrasco…
Apetecia gritar “volta Álvaro, tinhas razão” cada vez que se mordisca aquela massa estaladiça… Não sei se o aparecimento da NATA Lisboa tem ou não a ver com o desafio que o ex-ministro lançou e que motivou mais uma vaga de achincalhamento público, mas obviamente que é a concretização com sucesso da ideia do ministro. E não apenas pela qualidade das natas que fazem esquecer os pasteis de Belém, mas por toda a envolvente que os bares da NATA Lisboa conferem ao bolo que está no centro das suas atenções, o ambiente acolhedor, as opções variadas e alternativas de bebidas, as propostas de pequenos almoços, a qualidade do serviço… Enfim, tudo a um nível que não se consegue naquela confusão hiper-turística em Belém… E ainda por cima bem pensado para um público internacional sejam turistas em Portugal, seja a colocação no mercado internacional de franchising. Notem o lema “The World Needs Nata”, o menú bilingue claro e simples… Tem tudo para ser um sucesso internacional… A NATA Lisboa que a nata, o pastel, esse já o é e só quem nunca saiu de Lisboa pode ignorar tal fato. Este verão encontrei-a numa banca de doces em pleno Covent Garden em Londres… Fiquei adepto e feliz por agora podermos comer uma boa nata no Porto, Braga, Gaia, ou Cascais… Espero que em breve em Paris, Londres e Berlim… Onde poderiamos juntar umas bolas ao menú… E o Nando’s? Assunto para o próximo post.
Como era fim de semana resolvemos provar os gelados da Fabridoce. Fica-se sempre com vontade de testar os produtos mais curiosos… E estes gelados de sabores tão locais deixaram-me com água na boca e bastante intrigado. Confesso que não tinha grandes expectativas relativamente a um gelado de ovos moles… Mas estava enganado… Provamos este e o de requeijão com doce de abóbora e são ambos gratas surpresas que me deixam cheio de vontade para testar os de frutas. Muito interessante também as parcerias, desde logo com a APOMA para o de ovos moles, mas também com a Sabores da Idanha para o requeijão, a Confraria dos sabores da abóbora para o doce de abóbora… Imagino que para a banana da Madeira e os mirtilos se tenham feito parcerias idênticas… É pena que o site da marca seja tão limitado… Esta reportagem na SIC é no entanto muito esclarecedora e um bom exemplo de desenvolvimento de um novo produto, e de como dar uma nova roupagem e encontrar novos mercados para coisas tipicamente portuguesas…
Já só resta um dia (as inscrições terminam a 31 de Dezembro) mas talvez possa interessar alguns de vós o 3 day startup que terá lugar em Coimbra no final de Fevereiro… A inscrição é gratuita e o programa muito interessante… Coragem! Inscrevam-se…
Tomelo é uma empresa que, baseada no conceito de eco desenvolvimento, utiliza o leite de burra de uma raça autóctone portuguesa ameaçada de extinção, para a produção de produtos de beleza e higiene pessoal. Usando a burra Cleo como imagem criaram um leque alargado de produtos baseados nesta pouco usual matéria prima.
Para os que não tem disponibilidade para ir a Vimioso podem encontrar os produtos deles online, na loja do Porto ou em vários distribuidores pelo país a fora… Atendendo à época fica a versão natalícia da Cleo…
Um blog sobre inovação, tendências e novos produtos