Category Archives: Dispositivos

Nelo no MUDE

E não vos vou massacrar a cabeça com a Gaiola Dourada, que apesar de ser um produto de sucesso e que merece discussão não entra no tipo de produtos que aqui normalmente apresento (Pensem no entanto no potencial do mercado da saudade que aquele filme mostrou existir…) Queria antes falar-vos hoje de novo da NELO. Depois de tantas medalhas olímpicas até já passamos a achar graça ao pitoresco da marca: NELO. O MUDE (Museu de Design e da Moda, a visitar quem não conhece ainda) resolveu criar “um novo espaço de programação dedicado à apresentação de produtos, serviços e marcas nacionais que sejam exemplos de inovação e criatividade, bom design e estratégico posicionamento de mercado.” Bem hajam! Este Verão o escolhido foi a NELO

“A empresa NELO é a empresa líder no mercado de kayaks e canoas de competição, estando presente em mais de 40 países. A fábrica, com mais de 7.000 m2 e de 100 trabalhadores, conjuga a tecnologia e know-how com a qualidade artesanal do seu início.

O primeiro prémio Olímpico foi obtido em Atlanta 1996 dezasseis anos depois, em Londres, obtiveram 25 medalhas.

A Nelo gere ainda 5 centros de treino (4 em Portugal e 1 em Cuba) por onde já passaram mais de 4000 atletas de 30 nacionalidades diferentes.”

Sandálias origami

Há uns 3 anos atrás, era o Ano Europeu de Luta Contra a Pobreza e a Exclusão Social e o tema para DPQ foi o desenvolvimento de um produto para ONGs. Alguns projetos eram muito interessantes. Há dias soube de um produto que cabia perfeitamente neste conceito: Origami footwear. Desenvolvido por Horatio Yuxin Han e Kevin Crowley, designers do Pratt Institute este calçado é essencialmente um molde desdobrável em EVA que pode facilmente ser transformado num par de sapatos ou sandálias por qualquer utilizador. Baixo custo de produção e de transporte e que poderia evitar que centenas de milhões de pessoas que não têm acesso a calçado andassem descalças, com todas as consequências negativas que daí advêm. Simples e genial como podem ver nas fotos. Mais detalhes aqui.

Molho de mixórdia

Não sei se se lembram ainda deste programa que foi transmitido por alturas do final da última sessão de DPQ e que é um excelente exemplo do que são os nossos projetos nesta disciplina. E assim, sem ironias, apreciem a identificação de uma necessidade não resolvida e a tentativa de conceptualização de uma produto para a resolver. Notem como a discussão sobre um tema aparentemente parvo se prolonga para lá do final do programa porque afinal  todos reconhecem a importância do problema e de procurar uma solução para ele…

De regresso com os Phonebloks

E pronto… As aulas recomeçaram e já não consigo procrastinar nem mais um bocadinho… Este ano empurrei com a barriga (que lá vai crescendo com os anos) tanto quanto pude… Mas depois quando vi esta tarde este vídeo achei que era um sinal dos céus e que não havia mais desculpas… E aqui estou de volta ao I9…

Certamente que muitos de vocês pertencem ao grupo de mais de 5 milhões (!!!) de pessoas que viram este vídeo nos últimos dias, o que deveria ser um sinal para a indústria, mas não sei se entusiasmada como ela anda com a fantástica inovação dos iPhone 5c (agora às cores!!!!) [Nota para os que não me conhecem: sim estou a ser irónico… Bazinga!!!] é capaz de não captar a mudança de paradigma que se aproxima. Já fiz aqui um post sobre obsolência programada, que vale a pena ser revisitado, para explicar porque é que hoje os eletrodomésticos em geral e aparelhos eletrónicos em particular são feitos para não serem reparáveis… Mas senhores, foi assim que a Dell superou a concorrência no mercado dos PCs… Criando soluções modulares e personalizadas por contraponto à rigidez de oferta das outras empresas. A Motorola morreu, a Nokia também, e a Blackberry também não anda lá muito bem… Parece que o mundo está maduro para equipamentos que sejam mais duráveis e sustentáveis e que permitam que não esgotemos as reservas de terras raras nem enchamos o mundo de lixo tóxico que nem sequer procuramos reciclar… Esta ideia é boa, precisamos que ela seja aplicada não apenas a telemóveis mas que o conceito de sustentabilidade permeie o desenvolvimento de novos produtos de uma forma geral e não apenas como tendência para aumentar o consumo… Vejam o vídeo! Actuem!…

Orabrush

Uma escova para lavar a língua e acabar com o mau hálito!?!… Não, uma belíssima história de uma inovação que requereu muita persistência do seu criador e que, depois de muitos Nãos!, conheceu o sucesso através de um vídeo viral na net… Uma bela história de como a net torna o mundo plano… Mas primeiro a história copiada daqui

“Dr. Bob Wagstaff (75 yr old inventor of the Orabrush) spent 8 years trying to bring Orabrush to market. He spent over $40k on an infomercial. It only sold about 100 orders. He approached Walmart, Walgreens, CVS and many others, but no one was interested in his tongue cleaner. He approached Oral-B and Colgate asking if they wanted to buy his patent. They were not interested.

In 2009, as a last ditch effort, Dr. Bob went to the Marriott School of Management at BYU and asked a market research class to see if they could come up with new ways to market the product online. The student group presented their findings and said: “92% of the people who would actually like to try Orabrush will not buy Orabrush on the internet. We suggest you drop the idea of marketing Orabrush on the Internet.”

Escutem-na na voz dos seus principais atores…

E agora podem ficar com o vídeo que fez o sucesso do produto…

“We want to thank YouTube for leveling the playing field and making something like Orabrush possible :)”

Homens temporariamente sós

Tom Peters falava dos mercados mais subestimados como sendo o dos seniores e das mulheres. Surpreendentemente vamos descobrindo que em muitas situações é o dos homens… Aqueles, temporariamente sós, de que falava o Rui Reininho… E já não é produtos de higiene pessoal ou cosméticos de que falamos mas de… electrodomésticos… Não, não são gadgets mas ferros de engomar!!! Sim… A Philips percebeu que havia um mercado realmente mal servido para alguns dos seus produtos e criou um ferro de engomar dirigido a um novo público.  “A more robust, heavy-duty tool to tackle hampers of laundry. Something with a larger grip and a more masculine look!”. Esta imagem publicitaria holandesa mostra do que se trata

Mas esta publicidade da Europa de Leste vai mais directa ao ponto

E Extreme Ironing, já conhecem?

 

iPhone, uCopy, iSue

Não resisti a copiar este bem conseguido título de um artigo da economist (1 de Setembro 2012) relacionado com a batalha judicial entre a Apple e a Samsung que aquela venceu obrigando esta a pagar 1000 milhões de dólares numa das mais avultadas sentenças de um processo de violação de patentes até hoje. E a questão permanece e já aqui a abordamos. As patentes, que foram criadas como forma de promoção e fomento da inovação, estão hoje a tornar-se perigosamente num dos seus principais adversários. Aguns comentários que não resisto a transcrever:

“A proliferation of patents harms the public in three ways. First, it means that technology companies will compete more at the courtroom than in the marketplace—precisely what seems to be happening. Second, it hampers follow-on improvements by firms that implement an existing technology but build upon it as well. Third, it fuels many of the American patent system’s broader problems, such as patent trolls (speculative lawsuits by patent-holders who have no intention of actually making anything); defensive patenting (acquiring patents mainly to pre-empt the risk of litigation, which raises business costs); and “innovation gridlock” (the difficulty of combining multiple technologies to create a single new product because too many small patents are spread among too many players).”

“Apple’s own early successes were founded on enhancing the best technologies that it saw, notably the graphical interface and mouse that were first invented at Xerox’s Palo Alto Research Centre. “It comes down to trying to expose yourself to the best things that humans have done—and then try to bring those things in to what you’re doing,” said Jobs in a television documentary, “Triumph of the Nerds”, in 1996. “And we have always been shameless about stealing great ideas.”

Vale a pena ler o artigo completo aqui.