Nata’s Nando’s e outras formas de ser português

Apetecia gritar “volta Álvaro, tinhas razão” cada vez que se  mordisca aquela massa estaladiça…  Não sei se o aparecimento da NATA Lisboa tem ou não a ver com o desafio que o ex-ministro lançou e que motivou mais uma vaga de achincalhamento público, mas obviamente que  é a concretização com sucesso da ideia do ministro. E não apenas pela qualidade das natas que fazem esquecer os pasteis de Belém, mas por toda a envolvente que os bares da NATA Lisboa conferem ao bolo que está no centro das suas atenções, o ambiente acolhedor, as opções variadas e alternativas de bebidas, as propostas de pequenos almoços, a qualidade do serviço… Enfim, tudo a um nível que não se consegue naquela confusão hiper-turística  em Belém… E ainda por cima bem pensado para um público internacional sejam turistas em Portugal, seja a colocação no mercado internacional de franchising.  Notem o lema “The World Needs Nata”, o menú bilingue claro e simples… Tem tudo para ser um sucesso internacional… A NATA Lisboa que a nata, o pastel, esse já o é e só quem nunca saiu de Lisboa pode ignorar tal fato. Este verão encontrei-a numa banca de doces em pleno Covent Garden em Londres… Fiquei adepto e feliz por agora podermos comer uma boa nata no Porto, Braga, Gaia, ou Cascais… Espero que em breve em Paris, Londres e Berlim… Onde poderiamos juntar umas bolas ao menú… E o Nando’s? Assunto para o próximo post.

Sandálias origami

Há uns 3 anos atrás, era o Ano Europeu de Luta Contra a Pobreza e a Exclusão Social e o tema para DPQ foi o desenvolvimento de um produto para ONGs. Alguns projetos eram muito interessantes. Há dias soube de um produto que cabia perfeitamente neste conceito: Origami footwear. Desenvolvido por Horatio Yuxin Han e Kevin Crowley, designers do Pratt Institute este calçado é essencialmente um molde desdobrável em EVA que pode facilmente ser transformado num par de sapatos ou sandálias por qualquer utilizador. Baixo custo de produção e de transporte e que poderia evitar que centenas de milhões de pessoas que não têm acesso a calçado andassem descalças, com todas as consequências negativas que daí advêm. Simples e genial como podem ver nas fotos. Mais detalhes aqui.

Coisas de fim de Verão: Os gelados da Fabridoce

Como era fim de semana resolvemos provar os gelados da Fabridoce. Fica-se sempre com vontade de testar os produtos mais curiosos… E estes gelados de sabores tão locais deixaram-me com água na boca e bastante intrigado. Confesso que não tinha grandes expectativas relativamente a um gelado  de ovos moles… Mas estava enganado… Provamos este e o de requeijão com doce de abóbora e são ambos gratas surpresas que me deixam cheio de vontade para testar os de frutas. Muito interessante também as parcerias, desde logo com a APOMA para o de ovos moles, mas também com a Sabores da Idanha para o requeijão, a Confraria dos sabores da abóbora para o doce de abóbora… Imagino que para a banana da Madeira e os mirtilos se tenham feito parcerias idênticas… É pena que o site da marca seja tão limitado… Esta reportagem na SIC é no entanto muito esclarecedora e um bom exemplo de desenvolvimento de um novo produto, e de como dar uma nova roupagem e encontrar novos mercados para coisas tipicamente portuguesas…

Ainda quente… e por isso gelados!

Este post é um PS do anterior motivado por esta imagem que descobri ao esmiuçar o FB de um dos mais atentos leitores deste blog e que nos dá notícias de um gelado de Mojito!! Espantosamente lançado pela Solero (leia-se Olá, ou se preferirem Unilever…)

Os gelados são muito “locais” como se devem ter apercebido pelos Gelados de Portugal da Fabridoce que apresentei ontem. Fiquem com mais estas imagens que trouxe em tempos do Brasil e que demonstram isto mesmo

mas num país que é “fressurado” em milho verde, como pode testemunhar qualquer turista acidental

o sabor que mais me surpreendeu foi mesmo o gelado de…

Pois… Isso mesmo… E como podem perceber do logo (que a marca muda com os países mas o logo não…) da Unilever (Olá) também… Acho fantástica a capacidade que eles têm de ir ao encontro dos sabores locais..

Gelados portugueses

Com o Verão quase no fim apetece mais do que nunca falar de gelados… Este tema quase me fez suspender o jejum de posts neste blog, primeiro quando uma caixa de gelados da Santini entrou cá em casa, e depois quando vi os gelados lançados pela Fabridoce.

Os gelados da Santini são indiscutivelmente os melhores gelados portugueses. E se agora já não necessitávamos de ir ao Tamariz para os provar, com as lojas que a casa abriu na grande Lisboa ou a possibilidade de os ter em casa com o seu serviço de entregas, a verdade é que quem mora longe de Lisboa só nas raras visitas à Capital podia ter o prazer deste grande gelado. Mas a Santini foi mais longe e numa parceria com o Corte Inglês permitiu que os seus gelados chegassem a um público mais vasto.

A Fabridoce é toda uma outra história. Não sendo um especialista em gelados, mas sim em doces regionais, surpreendeu o mercado com uma linha de Gelados de Portugal, com sabores tão típicos quanto leite creme, requijão com doce de abóbora, banana da Madeira com chocolate ou ovos moles de Aveiro… Uma maneira de chegar a novos públicos e de quebrar as fronteiras do regional tornando-o cada vez mais universal.

 

Para os interessados fiquem ainda com o vídeo promocional da Santini sobre a sua história.

 

The importance of lazy sundays

Não era o tema para hoje mas depois deste dia tranquilo não resisto ir recuperar um artigo da Economist de meados de Agosto intitulado “In praise of laziness” que li imediatamente antes do final das férias e de que me recordei muitas vezes ao escutar as pessoas à minha volta a discutir qual delas tinha regressado mais cedo de férias e estava a trabalhar hà mais tempo…

O autor depois de mostrar alguns números preocupantes

All this  is producing an epidemic of overwork, particularly in the United States. Americans now toil for eight-and-a-half hours a week more than they did in 1979. A survey last year by the Centres for Disease Control and Prevention estimated that almost a third of working adults get six hours or less of sleep a night. Another survey last year by Good Technology, a provider of secure mobile systems for businesses, found that more than 80% of respondents continue to work after leaving the office, 69% cannot go to bed without checking their inbox and 38% routinely check their work e-mails at the dinner table.”

Continua explicando que

“Teresa Amabile of Harvard Business School, who has been conducting a huge study of work and creativity, reports that workers are generally more creative on low-pressure days than on high-pressure days when they are confronted with a flurry of unpredictable demands.”

e que

“The most obvious beneficiaries of leaning back would be creative workers—the very people who are supposed to be at the heart of the modern economy. In the early 1990s Mihaly Csikszentmihalyi, a psychologist, asked 275 creative types if he could interview them for a book he was writing. A third did not bother to reply at all and another third refused to take part. Peter Drucker, a management guru, summed up the mood of the refuseniks: “One of the secrets of productivity is to have a very big waste-paper basket to take care of all invitations such as yours.” Creative people’s most important resource is their time—particularly big chunks of uninterrupted time—and their biggest enemies are those who try to nibble away at it with e-mails or meetings. Indeed, creative people may be at their most productive when, to the manager’s untutored eye, they appear to be doing nothing.”

E acaba a contar a história de Jack Welch

“When he was boss of General Electric, Jack Welch used to spend an hour a day in what he called “looking out of the window time”. “

O livro que estou correntemente a ler sobre creatividade aborda o mesmo assunto num dos seus capítulos e cita mais uns quantos estudos que mostram a importância de encontrar tempo durante o qual o cérebro possa fermentar as ideias… E assim aqui fica o meu elogio aos domingos tranquilos em que aparentemente nada se faz…

 

Molho de mixórdia

Não sei se se lembram ainda deste programa que foi transmitido por alturas do final da última sessão de DPQ e que é um excelente exemplo do que são os nossos projetos nesta disciplina. E assim, sem ironias, apreciem a identificação de uma necessidade não resolvida e a tentativa de conceptualização de uma produto para a resolver. Notem como a discussão sobre um tema aparentemente parvo se prolonga para lá do final do programa porque afinal  todos reconhecem a importância do problema e de procurar uma solução para ele…

De regresso com os Phonebloks

E pronto… As aulas recomeçaram e já não consigo procrastinar nem mais um bocadinho… Este ano empurrei com a barriga (que lá vai crescendo com os anos) tanto quanto pude… Mas depois quando vi esta tarde este vídeo achei que era um sinal dos céus e que não havia mais desculpas… E aqui estou de volta ao I9…

Certamente que muitos de vocês pertencem ao grupo de mais de 5 milhões (!!!) de pessoas que viram este vídeo nos últimos dias, o que deveria ser um sinal para a indústria, mas não sei se entusiasmada como ela anda com a fantástica inovação dos iPhone 5c (agora às cores!!!!) [Nota para os que não me conhecem: sim estou a ser irónico… Bazinga!!!] é capaz de não captar a mudança de paradigma que se aproxima. Já fiz aqui um post sobre obsolência programada, que vale a pena ser revisitado, para explicar porque é que hoje os eletrodomésticos em geral e aparelhos eletrónicos em particular são feitos para não serem reparáveis… Mas senhores, foi assim que a Dell superou a concorrência no mercado dos PCs… Criando soluções modulares e personalizadas por contraponto à rigidez de oferta das outras empresas. A Motorola morreu, a Nokia também, e a Blackberry também não anda lá muito bem… Parece que o mundo está maduro para equipamentos que sejam mais duráveis e sustentáveis e que permitam que não esgotemos as reservas de terras raras nem enchamos o mundo de lixo tóxico que nem sequer procuramos reciclar… Esta ideia é boa, precisamos que ela seja aplicada não apenas a telemóveis mas que o conceito de sustentabilidade permeie o desenvolvimento de novos produtos de uma forma geral e não apenas como tendência para aumentar o consumo… Vejam o vídeo! Actuem!…

Pakistan – Cola – Índia

Há coisas no mundo do marketing e das marcas que pela sua qualidade nos fazem querer partilha-las. Este vídeo sobre uma campanha da Coca Cola que visa aproximar os vizinhos/irmãos desavindos Índia e Paquistão é demasiado boa para a ignorar… Comentários para quê?… Era suposto as multinacionais só quererem multiplicar lucros, certo? Mas é isto incompatível com a promoção de valores? Ou são estes diminuídos pela associação à marca? Gostei… E agora só posso desejar uma campanha destas para ligar Berlim e Lisboa…

Um blog sobre inovação, tendências e novos produtos