Category Archives: Local

Chobani Greek Yogurt

As  revistas de gestão adotaram este novo case study e nas redes não se fala de outra coisa… E eu que tenho o recorte em cima da minha mesa de trabalho desde o final de Agosto não posso continuar a fugir a falar deste fenómeno. Comecemos pelo início na primeira pessoa:

“I’ve always loved yogurt—the thick kind I grew up eating in Turkey, where my mother made it from scratch on our family’s dairy farm. When I moved to the United States, in 1994, I found American yogurt to be disgusting—too sugary and watery. If I wanted yogurt, I usually made it myself at home. So when I came across a piece of junk mail advertising a fully equipped yogurt factory for sale, in March 2005, I was curious. The factory was about 65 miles west of the feta cheese company, Euphrates, that I’d started in upstate New York a few years earlier. In 2005 Euphrates had fewer than 40 employees and about $2 million in sales; it was barely breaking even.

Kraft owned the yogurt factory, and it had decided to get out of the yogurt business. The advertisement showed some photographs of the building, which had been constructed in 1920 and appeared to be in rough shape. The best thing about the place was the price: less than $1 million. Some of the individual machines would cost more than that if purchased new.  I was able to borrow the money to buy the factory—and after Chobani hit the market, I financed our growth through further bank loans and reinvested profits.”

 

 

2005: Hamdi Ulukaya buys an old Kraft yogurt plant in upstate New York.

2006: The plant makes U.S.-style yogurt for other companies, while Ulukaya and a Turkish-born yogurt maker develop the Chobani recipe.

2007: The first cup of Chobani hits grocery shelves in Great Neck, New York.

2009: Chobani becomes the best-selling brand of Greek yogurt in the United States.

2010: Chobani becomes the best-selling brand of all yogurt in the United States and expands to Canada and Australia.

2013: Chobani sales are expected to top $1.3 billion.

 

Haveria tanto para dizer mas deixo-vos com esta imagem da HBR é uma magnífica descrição do que é uma inovação disruptiva na sua criação de mercado. E o que é surpreendente com o Chobani é como se cria uma inovação disruptiva a partir da introdução num mercado de um produto que é na base um produto tradicional e sem grande novidade tecnológica, mas com uma leitura das tendências de mercado que o leva ao sucesso. Se se consegue criar um mercado de mais de 2 mil milhões de euros a partir do iogurte grego que mercados e de que valor conseguiríamos criar a partir de alguns dos nossos produtos tradicionais? Necessito de voltar aqui ao apelo em favor das natas e do frango de churrasco?

 

E já agora a minha homenagem a Hamdi Ulukaya que soube sonhar a mudança, acreditar nela, e trabalhar para a fazer acontecer.

 

 

Nando’s Nelo’s e outras marcas portuguesas

Naturalmente que quando o Álvaro sugeriu lançar a Nata como objecto de franchising internacional mencionou o Nando’s como exemplo. Claro que enquanto a intelligentzia nacional ria alarve da proposta do ministro o Fernando Duarte, aquele empresário de origem portuguesa que converteu o frango PERi-PERi numa “fashion” fazia comentários elogiosos à ideia… Afinal ele fez exatamente isso com uma outra singularidade portuguesa tornando-a num produto apetecível pelo mundo fora. O pedido dos One Direction (alguns dos fãs da cadeia) antes do concerto de Newcastle deu a volta ao mundo nas redes sociais. O que é que eu acho interessante nisto? O potencial que alguns dos nossos produtos menos prezados, como o frango de churrasco, têm no mercado internacional quando não temos pejo em os assumir… Afinal julgam que pizza e hamburguers são alta cozinha americana? Nem sequer vergonha da Marca. Gosto de ver a forma despudorada como se assume o Nando’s, ou a Nelo… Em contraponto à vergonha sentida por alguns dos nosso intelectuais urbanos face ao sucesso de produtos como a Gaiola Dourada (veja-se a inenarrável crónica do MEC no público de 8/9)… O meu desafio para os meus atuais e passados alunos? Imaginar como poderemos converter um produto típico português em algo capaz de conquistar o mercado internacional como fizeram com os gelados de ovos moles, um “starbucks” de natas, ou um frango de churrasco…



Nata’s Nando’s e outras formas de ser português

Apetecia gritar “volta Álvaro, tinhas razão” cada vez que se  mordisca aquela massa estaladiça…  Não sei se o aparecimento da NATA Lisboa tem ou não a ver com o desafio que o ex-ministro lançou e que motivou mais uma vaga de achincalhamento público, mas obviamente que  é a concretização com sucesso da ideia do ministro. E não apenas pela qualidade das natas que fazem esquecer os pasteis de Belém, mas por toda a envolvente que os bares da NATA Lisboa conferem ao bolo que está no centro das suas atenções, o ambiente acolhedor, as opções variadas e alternativas de bebidas, as propostas de pequenos almoços, a qualidade do serviço… Enfim, tudo a um nível que não se consegue naquela confusão hiper-turística  em Belém… E ainda por cima bem pensado para um público internacional sejam turistas em Portugal, seja a colocação no mercado internacional de franchising.  Notem o lema “The World Needs Nata”, o menú bilingue claro e simples… Tem tudo para ser um sucesso internacional… A NATA Lisboa que a nata, o pastel, esse já o é e só quem nunca saiu de Lisboa pode ignorar tal fato. Este verão encontrei-a numa banca de doces em pleno Covent Garden em Londres… Fiquei adepto e feliz por agora podermos comer uma boa nata no Porto, Braga, Gaia, ou Cascais… Espero que em breve em Paris, Londres e Berlim… Onde poderiamos juntar umas bolas ao menú… E o Nando’s? Assunto para o próximo post.

Coisas de fim de Verão: Os gelados da Fabridoce

Como era fim de semana resolvemos provar os gelados da Fabridoce. Fica-se sempre com vontade de testar os produtos mais curiosos… E estes gelados de sabores tão locais deixaram-me com água na boca e bastante intrigado. Confesso que não tinha grandes expectativas relativamente a um gelado  de ovos moles… Mas estava enganado… Provamos este e o de requeijão com doce de abóbora e são ambos gratas surpresas que me deixam cheio de vontade para testar os de frutas. Muito interessante também as parcerias, desde logo com a APOMA para o de ovos moles, mas também com a Sabores da Idanha para o requeijão, a Confraria dos sabores da abóbora para o doce de abóbora… Imagino que para a banana da Madeira e os mirtilos se tenham feito parcerias idênticas… É pena que o site da marca seja tão limitado… Esta reportagem na SIC é no entanto muito esclarecedora e um bom exemplo de desenvolvimento de um novo produto, e de como dar uma nova roupagem e encontrar novos mercados para coisas tipicamente portuguesas…

Ainda quente… e por isso gelados!

Este post é um PS do anterior motivado por esta imagem que descobri ao esmiuçar o FB de um dos mais atentos leitores deste blog e que nos dá notícias de um gelado de Mojito!! Espantosamente lançado pela Solero (leia-se Olá, ou se preferirem Unilever…)

Os gelados são muito “locais” como se devem ter apercebido pelos Gelados de Portugal da Fabridoce que apresentei ontem. Fiquem com mais estas imagens que trouxe em tempos do Brasil e que demonstram isto mesmo

mas num país que é “fressurado” em milho verde, como pode testemunhar qualquer turista acidental

o sabor que mais me surpreendeu foi mesmo o gelado de…

Pois… Isso mesmo… E como podem perceber do logo (que a marca muda com os países mas o logo não…) da Unilever (Olá) também… Acho fantástica a capacidade que eles têm de ir ao encontro dos sabores locais..

Tomelo e o leite de burra

Tomelo é uma empresa que, baseada no conceito de eco desenvolvimento, utiliza o leite de burra de uma raça autóctone portuguesa ameaçada de extinção, para a produção de produtos de beleza e higiene pessoal. Usando a burra Cleo como imagem criaram um leque alargado de produtos baseados nesta pouco usual matéria prima.

Para os que não tem disponibilidade para ir a Vimioso podem encontrar os produtos deles online, na loja do Porto ou em vários distribuidores pelo país a fora… Atendendo à época fica a versão natalícia da Cleo…

 

 

 

 

 

Empadaria

O que leva um chef consagrado a dedicar-se ao fast-food?… Um alargamento do mercado? Não sei, mas para todos os que não temos oportunidade de desfrutar das refeições criadas por Avillez nos seus espaços mais consagrados temos agora a Empadaria do Chef.  Um conceito simples aliando temas importados a sabores nacionais e que aumenta a qualidade de vida de quem, mesmo que ocasionalmente, tenha que comer numa praça de alimentação de um centro comercial… A empada de cozido à portuguesa, ou a de alheira (provada esta semana em Lisboa) reconstroem com sucesso temas da gastronomia nacional. Uma ideia de produto bem conseguida e já disponível também no norte do país…

 

Compal Local

Uma das grandes tendências nos produtos alimentares é o local… A crise é naturalmente outra (essa ainda mais local)… Jogando com esse tema a Compal acaba de lançar o Compal família, uma série de néctares baseados em fruta portuguesa “Toda a fruta escolhida para fazer este néctar é nascida e criada em Portugal: As Maçãs vêm das Beiras, As Pêras Rocha e os Morangos da Região Oeste, Os Pêssegos vêm da Cova da Beira”. Todos  fortemente baseados no sumo de maçã para minimizar custos. Os sabores disponíveis são Pêra Rocha com Maçã; Pêssego com Maçã e Frutas do Pomar Português. A sabor é agradável surpreendendo o baixo teor de açucar dos néctares.

 

Ainda jogando no local, que como devem perceber é uma tendencia forte nestas épocas conturbadas em que as marcas estão a apostar muito forte, a Compal lançou também o Nectar Laranja do Algarve.