«(…) A procura do ensino superior prolonga-se de modo intenso nos primeiros anos da década de 70. É, aliás, neste período que se situa uma fase crucial no aumento do volume dos matriculados no ensino superior. Com efeito, em apenas dois anos lectivos, de 1974-1975 a 1976-1977, estes passam de 56 910 para 86 189, o que constitui um acréscimo verdadeiramente inédito de alunos. A partir daí assiste-se pela primeira vez a um crescimento extremamente irregular, apresentando altos e baixos no volume de matriculados (…). Inaugura-se então um período sem precedentes de acesso ao ensino superior, com um crescimento anual explosivo de alunos, que se estende até aos nossos dias.
A promoção do acesso generalizado a bens então reconhecidos como básicos — de que a educação e a saúde eram exemplos — constituía panaceia para eliminar, de uma vez por todas, pensava-se, os principais focos de desigualdade social de que as sociedades ocidentais, concluía-se à época, padeciam.»
VIEIRA, M. M. (1995). Transformação recente no campo do ensino superior. Análise Social, xxx (131-132), pp. 232-233.
- Matrículas dos alunos da Universidade de Aveiro – ano letivo de 1975/76