Category Archives: Sénior

Action for Age

Action for Age é uma iniciativa interessante que a experimenta design tem levado a cabo com apoio da Fundação Gulbenkian e a Santa Casa da Misericórdia de Lisboa. É uma espécie de concurso dirigido a estudantes universitários e o seu o objectivo é desenvolver soluções centradas no utilizador que potenciem uma melhoria na vida dos idosos e constituam mais-valias efectivas. Sugiro uma visita ao site para descobrirem os projetos seleccionados de anos anteriores (incluindo alguns da UA) mas sobretudo pelo manancial de informação que disponibilizam e que poderá ser bastante útil para o desenvolvimento de novos produtos…

O calçado e as tendências

Esta é de facto uma indústria diferente… Não apenas pelas campanhas de marketing e pelo seu sucesso internacional, mas pelas razões que lhe estão pode detrás… Lendo as notícias que vão aparecendo na Portuguese Shoes descobrimos que a indústria do calçado mais do que perceber que o envelhecimento pode ser interessante em termos de criação de novos mercados, está ativamente a preparar-se para ele… Transcrevo parte das notícias mas podem aceder a elas nos links abaixo.

Atenta a essa realidade parecem estar já diversas empresas de calçado. É o caso da Flex & Go, criada em 2002. “Com o lançamento desta  marca procuramos ir ao encontro da crescente necessidade de conforto de uma população europeia que está a envelhecer, fruto do aumento da esperança de vida”, adiantou José Domingos.

Também a Softinos, marca do Grupo Kyaia lançada no ano passado, parece não querer descurar esse crescente nicho de mercado. “Procuramos apresentar-nos ao consumidor como uma marca de conforto, que privilegia as melhores formas e materiais de qualidade, optando por peles muito macias, mas que é simultaneamente muito agradável do ponto de vista estético”, sublinhou Fernando Brogueira.

Mais radical foi a aposta na Softwaves. Durante mais de 30 anos especializada no segmento de calçado de senhora clássico, a Comforsyst SA lançou a Softwaves.

Marcelo Santos explica que  “o modelo de negócio se tinha esgotado”, em virtude designadamente “das alterações de peso no plano internacional com o aparecimento de novos players” Assim, a nova marca passou a apostar “num cliente-alvo global, menos sensível à moda e que privilegiem o bem-estar e o conforto”. O mundo está a mudar e as alterações em curso poderão resultar em excelentes oportunidades de negócios para as empresas mais atentas e dispostas a assumir o risco. ”

 

“Atentas a essa realidade parecem estar já diversas empresas de calçado. É o caso da Comforsyst SA. Nos últimos anos, a empresa alterou de forma radical o modelo de negócios. Os saltos altos e arrojados que foram a imagem de marca da empresa durante mais de três décadas deram lugar a solas confortáveis e elegantes, com o lançamento da Softwaves. Marcelo Santos explica que  “o modelo de negócio se tinha esgotado”. Assim, a nova marca passou a apostar “num cliente-alvo global, menos sensível à moda e que privilegiem o bem-estar e o conforto”. O mundo está a mudar e as alterações em curso poderão resultar em excelentes oportunidades de negócios para as empresas dispostas a assumir o risco.

Também a Cindicalfe “encara as novas necessidades da população como uma oportunidade de desenvolver sapatos cada vez mais sofisticados, em termos de processo produtivo e em termos de materiais”, revelou André Oliveira. Por esse motivo, foi criada a marca Flex & Go. Genericamente, “a Cindicalfe é uma empresa flexível em termos produtivos e que se especializou na produção de calçado de conforto e procura criar propostas de valor para clientes exigentes”.

De um modo geral, os responsáveis da Cindicalfe entendem que as novas tendências demográficas são uma oportunidade. “Hoje por hoje, as pessoas de idade “são claramente mais exigentes e procuram artigos confortáveis, com qualidade, sem negligenciarem as tendências de moda. A personalização do produto a cada consumidor poderá ser, assim, um ponto chave”.

No mesmo plano, a Kyaia (um dos maiores grupos empresariais do sector de calçado em Portugal) está a apostar neste segmento de mercado de grande potencial e, em 2007, criou a marca Softinos. Uma marca que se apresenta ao consumidor como um produto de conforto, que privilegia as melhores formas e as matérias primas naturais, optando designadamente por peles muito macias. A prioridade é apresentar um excelente produto, cativando um emergente segmento de mercado.

Com uma longa história neste segmento de mercado, a Ropar desde cedo investiu na marca Arcopédico. “Temos vindo a trabalhar muito especificamente o mercado «Over 50»”, revelou Erico Parodi. Uma experiência que lhes permite concluir que “haverá uma cada vez maior oferta de produtos neste segmento de mercado”, razão pela qual “as exigências dos compradores deverão aprimorar-se” e proceder-se-á a uma “requalificação da oferta”. Uma nova realidade emerge no plano mundial. As empresas portuguesas de calçado parecem estar na primeira linha.”

Estamos velhos…

O envelhecimento da sociedade é o tema para o desenvolvimento de produtos deste ano. Pego nuns quantos resultados dos censos de 2011 disponíveis na página do INE para mostrar a situação em que estamos. Os destaques são meus.

“O fenómeno do duplo envelhecimento da população, caracterizado pelo aumento da população idosa e pela redução da população jovem, agravou-se na última década. Os resultados dos Censos 2011 indicam que 15% da população residente em Portugal se encontra no grupo etário mais jovem (0-14 anos) e cerca de 19% pertence ao grupo dos mais idosos, com 65 ou mais anos de idade. O índice de envelhecimento da população é de 129, o que significa que  por cada por cada 100 jovens há hoje 129 idosos. Em 2001 este índice era de 102. As Regiões Autónomas dos Açores e da Madeira apresentam os índices de envelhecimento mais baixos do país, respetivamente, 74 e 91. Em contrapartida, as regiões do Alentejo e Centro são as que apresentam os valores mais elevados, respetivamente 179 e 164.

De acordo com o Pordata são hoje 2.031.822 os portugueses com 65 ou mais anos e apenas 1.567.965 aqueles que têm menos de 15 anos.

As famílias são hoje de menor dimensão. A sua dimensão média é em 2011 de 2,6, enquanto que, em 2001, era de 2,8. Aumentou o peso das famílias com 1 e 2 pessoas. As famílias de maior dimensão têm vindo a perder expressão: em 2011 as famílias com 5 ou mais pessoas representavam 6,5%, face a 9,5% em 2001 e a 15,4% em 1991.”

“Cerca de  60% da população idosa vive só (400 964) ou em companhia exclusiva de pessoas também idosas (804 577), refletindo um fenómeno cuja dimensão aumentou 28%, ao longo da última década.”

Em quinze municípios 20% a 25% dos alojamentos são habitados por apenas uma pessoa idosa. 

A Figura abaixo mostra a evolução do envelhecimento do país na última década. Notem que há uma dúzia de municípios onde a taxa de envelhecimento é superior a 400!

 

Sugiro ainda que revisitem os posts Tendências: Sénior, e 33% (segunda parte do vídeo)

What do people live for?

Por que a sociedade está em acelerado processo de envelhecimento… Por que não podemos olhar as pessoas mais velhas como o costumavamos fazer… Por que a vida pode ser diferente… Por que é possível um novo olhar…E porque o marketing vê mais longe… (Sim, porque há aqui uma enorme oportunidade de negócios…)

Tendências: Sénior

Não dá para tapar os olhos e os ouvidos… Não dá para ignorar quando casos destes acontecem… Não dá porque não são um incidente… Não são um acidente… Não são um caso isolado… Quando falamos de envelhecimento como tendência ficamos com a noção de que é uma coisa que vai acontecer daqui a muitos anos… Surpresa: Já cá está… Há vários anos… Lisboa é a capital mais envelhecida da Europa!!

Alguns números do censo de 2001 colectados da net: Cpom uma população de 564000 habitantes Lisboa tinha 134000 idosos (Vilaverde Cabral mencionava 37% da população acima dos 65 anos na TSF ao fim da tarde). Destes 45% têm mais de 75 anos… O número de idosos é o dobro dos jovens!!! Metade vive só (confirmava Vilaverde Cabral…) Quantas das nossas cidades são assim? Quantos cascos urbanos estão já terrivelmente envelhecidos? Quem pensa as cidades para estes habitantes? Quem pensa as necessidades deles? Quem pensa as suas especificidades? Porque ao olhar dos media eles são invisíveis, salvo quando resolvem criar estas situações angustiantes…

O envelhecimento populacional não é uma tendência a chegar daqui a uns anos, está já aqui no meio de nós… Quem a está a ver? Quem a está a pensar? Quem percebe que, além de tudo o mais, isto é uma imensa oportunidade de mercado subaproveitada? (Antes de se alarmarem com a minha frieza de pensar em negócios numa hora destas lembrem-se que pior que ser explorado pela sociedade de consumo é ser ignorado por ela… Se o mercado percebesse que está perante uma enorme oportunidade que lhe está  a passar ao lado certamente haveria menos situações como esta de hoje… Porque a solução para tudo isto não passa certamente por mais estado, ou mais segurança social, ou mais IPSS, mas pela sociedade e pelas forças do mercado perceberem que o mundo mudou…)

Fiquem outra vez com o apóstolo de um mundo novo, Tom Peters… Desta vez vejam a segunda parte do vídeo…

Tendências 1 – Demografia

Esta semana ficamos pela Economist. Nos útimos números apareceram uma série de artigos muito interessantes sobre tendências de consumo, nem todas evidentes. A primeira que vos deixo hoje tem a ver com a relação avós-bébés… Há cada vez mais dos primeiros e cada vez menos dos segundos… De que forma altera isto os padrões de consumo? Nem sempre é óbvio.. Leiam…

“Gymboree

Bain’s baby bet

A baby bust may be the best time to buy firms that sell kids’ stuff

Oct 14th 2010 | New York

 PRIVATE-EQUITY barons don’t usually go shopping for baby blankets and bibs. But on October 11th Bain Capital, a buy-out firm, announced that it would purchase the Gymboree Corporation for $1.8 billion. The deal is the largest buy-out so far this year in the beleaguered retail industry, according to Dealogic, a research firm. Why the interest?

Gymboree sells children’s clothes and operates centres where children can play noisy games on brightly coloured soft mats. It has performed reasonably well despite the recession: annual sales have stayed flat for the past two years, at around $1 billion. Children’s clothes are recession-resistant. Parents hate to see kids do without. Also, rugrats grow annoyingly fast, and often need new shoes.

But there is more to Bain’s bet than this. Peter Francese, a demographer at Ogilvy & Mather, an advertising agency, describes it as “a pure demographic play”. It is a counterintuitive one: the birth rate in America has dipped to its lowest point in at least a century. Young couples are putting off having babies because they doubt they can afford it.

But the chances are that they still want children. Once the economy improves, the people who put off parenthood will get down to it. Mr Francese projects that in 2014 there will be 4.4m births, a record high. “That’s a lot of demand for Gymboree’s products,” he says. What’s more, the women who give birth to these post-recession babies will be better educated than any previous generation of mothers, and slightly older too. Many will earn enough to splurge on pricey accoutrements for their offspring.

And don’t forget the grandparents. America’s overall population is expected to grow by less than 1% a year for the next few years, but the number of people aged 65 to 74 will grow at a rate of 5%. Boomer grandparents will spoil their children’s children as eagerly as they once spoiled themselves.

Gymboree will not be the only retailer to benefit. Firms that sell car seats, nappies, baby food, toys and cradles will all profit from a post-recession baby boomlet, if it occurs. If not, there are always emerging markets, such as Brazil. Gymboree already operates play and music centres in 30 countries outside America, and hopes to use them to raise brand awareness and flog some togs for tots. In April, Bain and TPG, another private-equity firm, bought a stake in Lilliput Kidswear, a children’s apparel company in India. With a booming population there, it’s unlikely they will have to suffer many growing pains.””

OXO Good Grips (mais cozinha)

Esta semana é dedicada à cozinha… Este produto conheci-o num livro do Henry Petroski que é talvez o melhor divulgador de engenharia em livros e revistas… Curiosamente apesar de haver muitos livos de divulgação científica editados entre nós a Engenharia não parece conhecer muito sucesso junto dos editores… Se puderem leiam os livros do Petroski que são interessantíssimos… Ele tem também uma disciplina de desenvolvimento de produtos mas para Engº Mecânicos… Disperso-me…

Este post era para fazer uma declaração de amor pelos produtos da OXO. Não resisti a transcrever para aqui a descrição que deles fazem aqueles livros de design da Phaidon editados pelo Público… Está lá tudo sobre o desenvolvimento de novos produtos… Ora leiam…

“Porque motivo os utensílios de cozinha magoam as mãos?” Foi esta a interrogação que levou Sam Farber a criar uma série de utensílios de cozinha de utilização fácil designado “Good Grips”. A sua mulher Betsey sofria de artrite nas mãos e tinha dificuldade em usar os utensílios de cozinha convencionais. Em 1989, Farber, empresário e diplomado em Harvard, lançou a OXO International. A filosofia desta empresa, exprime o desejo de criar produtos que possam ser utilizados por pessoas com todos os tipos de capacidade física, tamanho ou idade. Farber contactou inicialmente a Smart Design, uma empresa de design industrial com sede em Nova Iorque, para criar uma gama de produtos. Após uma pesquisa exaustiva sobre os requisitos ergonómicos para os utilizadores em geral, chefes de cozinha profissionais e doentes com artrite, a empresa respondeu às instruções fornecidas e criou uma gama de produtos de cozinha acessíveis, confortáveis, de grande qualidade e aspecto agradável. A Smart Design iniciou a pesquisa através de entrevistas a consumidores e chefes de cozinha, analisando o observando os efeitos do envelhecimento. A partir destes estudos, a empresa dividiu os movimentos da mão e do pulso em três categorias: torcer e virar, empurrar e puxar, e espremer. Os designs para a colher de gelado e o descascador correspondiam à primeira categoria, os raladores e as facas á segunda, e o esmagador de alhos e a tesoura á terceira categoria. Entre os primeiros 15 produtos da gama Good Grips lançados em 1990, o descascador de vegetais exemplifica a marca. Tal como o seu nome implica, o ponto-chave do produto está na sua pega. Esta é fabricada em Santoprene, um propileno de plástico/borracha, suave e flexível, que impede a mão de escorregar. É também durável e lavável na máquina de lavar a louça. Com as suas pegas flexíveis patenteadas inspiradas no guiador da bicicleta, o cabo adapta-se confortavelmente à mão independentemente do tamanho, idade ou capacidade física do utilizador. Actualmente a OXO fabrica cerca de 500 produtos com base nos mesmos princípios. Todos os anos a empresa lança 50 novos produtos, apresentando todos uma solução inovadora para os problemas vividos pelos utilizadores durante as suas tarefas quotidianas. Os produtos que respondiam aos requisitos de design orientados para uma minoria satisfazem agora as exigências de um público mais vasto.”

E fiquem com o descascador… Uso um destes… E não tenho artrite…

Sugestões de Natal: Jogos Séniores

Já vem atrasado para sugestão de prenda de Natal mas achei a ideia tão interessante que achei que a tinha que partilhar convosco. A Majora lançou um conjunto muito interessante de Jogos Séniores de autores nacionais… Aqui está uma empresa que não costuma primar pela inovação (está mais para a tendência nostalgia que outra coisa…) a navegar brilhantemente a tendência Sénior. É interessante porque é uma área de negócio em que a abordagem Sénior não é óbvia e constiui uma mudança de 180 graus em relação aos clientes naturais da empresa passando das crianças aos séniores…