Category Archives: Tendências

De volta ao leite

Um dos meus últimos posts antes de fechar para férias foi sobre a venda de leite. Não podia imaginar que as viagens nas férias me trariam mais uns quantos exemplos nesta área. Na Cornualha a tendência tem uma grande ênfase no local e os produtores de leite focam-se na produção de produtos lácteos, em particular gelados. E falamos de um local onde as temperaturas não são as mais apelativas para estes produtos…

Neste post ficam com o exemplo da Roskilly’s.  A minha família elegeu esta marca como a melhor da Cornualha em gelados. Aproveitam a têndencia dos produtos biológicos/orgânicos e posicionam-se muito bem no mercado do ponto de vista logístico… Mas não é tudo. Esta e outras quintas sabem aproveitar o fluxo de turistas que visitam a região a cada Verão para promover a marca através de visitas à quinta que incluem coisas tão mundanas como ver a ordenha das vacas… Um sucesso como mostra a foto…IMG_5933IMG_5922  Criar um ambiente de familiaridade dando a conhecer as vacas pelo nome também ajuda…

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Nem todas as regras do HACCP serão, se calhar, escrupulosamente cumpridas mas é uma excelente forma de criar laços de afectividade entre a marca e o consumidor e de subir na escala de valor do produto deixando de estar dependente de terceiros.

Trendwatching

Há dias caí quase por acaso na página desta empresa que se dedica ao trendwatching. Essencial para o desenvolvimento de produtos com sucesso e, mais ainda, essencial para uma compreensão do mundo em que vivemos… Aconselho vivamente a seguirem os resumos gratuitos que disponibilizam mensalmente sobre novas tendências e os novos produtos a elas associados… Este mês Statusphere… Deixo-vos com a imagem do Functionall de Fevereiro passado…

Heinz e o novo ketchup

Ketchup é Heinz, e parece que ao contrário da maioria dos produtos não há forma de o modificar ou melhorar (há alguns artigos interessantes de Gladwell e outros sobre o assunto…) Ou melhor, não havia, porque esta manhã fui surpreendido com a notícia de que a Heinz estaria a alterar a fórmula do seu ketchup pela primeira vez em quarenta anos… Isto vem no seguimento da história que mencionei aqui no passado domingo sobre a alteração de política de empresas alimentares nos EUA.
Transcrevo do site do DN a notícia de um assunto que pode tornar-se um case study. Vale a pena mantermo-nos atentos…

” O fabricante do ketchup Heinz, o mais consumido nos Estados Unidos, decidiu fazer a primeira grande mudança dos últimos 40 anos na sua receita. Tudo porque a empresa subscreveu com outros 15 fabricantes americanos de produtos alimentares uma iniciativa nacional para reduzir o teor de sal dos alimentos, tornando-os mais saudáveis. Mas os consumidores habituados ao actual sabor não gostaram da ideia.

O novo ketchup tem menos 15% de sal do que o anterior e a alteração está a ser feita discretamente, não sendo sequer divulgada nas embalagens, explicaram os responsáveis da companhia, que viram a página no Facebook encher-se de advertências de seguidores, que ameaçavam trocar de marca se a Heinz reduzisse o sal.

“Os primeiros testes de sabor entre consumidores foram realizados em Pittsburgh (Pensilvânia), antes de realizar as mudanças em outras cidades, para assegurarmos que a nova receita responde às expectativas”, afirmou uma porta-voz da companhia.

O novo ketchup chegará às lojas dos EUA no Verão e, apesar de ir contra muitos clientes que temem uma mudança no actual sabor do produto, a empresa pretende, com a iniciativa, ganhar terreno entre os consumidores mais preocupados com a saúde. ”

Salting out

Na Economist de 27 de Março um artigo interessantíssimo sobre como as grandes empresas de alimentos processados estão a tentar reduzir o teor de açucar, sal e gorduras dos seus alimentos. Transcrevo o essencial:

“Indra Nooyi, the boss of PepsiCo, wants her firm to be “seen as one of the defining companies of the first half of the 21st century”, a “model of how to conduct business in the modern world.” More specifically, she argues that Pepsi, which makes crisps (potato chips) and other fatty, salty snacks as well as sugary drinks, should be part of the solution, not the cause, of “one of the world’s biggest public-health challenges, a challenge fundamentally linked to our industry: obesity.”

To that end, on March 22nd she unveiled a series of targets to improve the healthiness of Pepsi’s wares. By 2015 the firm aims to reduce the salt in some of its biggest brands by 25%; by 2020, it hopes to reduce the amount of added sugar in its drinks by 25% and the amount of saturated fat in certain snacks by 15%. Pepsi also recently announced that it would be removing all its sugary drinks from schools around the world by 2012.”

Químicos… sem químicos

Trouxe esta para um amigo que se interessa pela divulgação da química mas não resisto a partilha-la convosco pelo que traduz de tendências sociais que afectam também de forma muito significativa os produtos (químicos… shhh…) Um estojo didático para ensinar química… sem químicos…

Isto lembra-me o agente do serviço de fronteiras que inspecionava o meu passaporte e que me perguntou onde ia e o que ia fazer… Que era Eng. químico e ia a uma conferência  de química disse eu… E traz químicos consigo perguntou-me de imediato… Menti-lhe dizendo que não… Como poderia eu explicar-lhe que o ar que respirava, a água que bebia e todo o meu corpo, as minhas roupas e até o passaporte que ele segurava nas mãos eram químicos?… Não evitou que me enviasse de imediato para o “secondary control” como perigoso subversivo…

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Mini…

Confesso que não sei se a tendência é frugalidade ou saúde… Surpreendeu-me num país em que tudo é grande e os refrigerantes são vendidos nos bares e restaurantes com direito a recarga ilimitada… Pelo que percebi também já chegou cá… O curioso é que a Coca mini com 20 mL é aquilo a que na minha infância e juventude eu estava habituado a considerar uma Coca normal… A inovação tem destas coisas…

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