Category Archives: Dispositivos

Vitaminas de inalar

Mais uma sugestão que me chega às mãos e que merece ser partilhada… Vitaminas para… inalar… E a ideia parece ter pernas para andar… Imagino que nos países do norte da Europa e EUA onde as pessoas no inverno se atascam com este tipo de produtos isto possa conhecer algum sucesso se o preço não for um obstáculo… Parece estranho inalar vitaminas? Mas não é isso que já fazemos com a bombas para a asma? Copio o post sem edição
“From the “Solutions to Problems You Never Knew You Had” department
By Nicole Dyer Posted 10.27.2010 at 5:24 pm
 

Why swallow your vitamins when you can huff them? That’s the general thinking behind the world’s first breathable vitamin, called LeWhif Vitamin, which launched in the UK earlier this month and is expected to hit the US market this week.

The creation of Harvard biomedical engineer David Edwards, inventor of inhalable insulin, inhalable chocolate and inhalable coffee, LeWhif Vitamin is a lipstick-like delivery device that works a lot like a miniature pipe, only instead of inhaling smoke with each toke, you inhale a fine powder of healing supplements (a sort of anti-smoke) that dissolves in your mouth. By skipping the digestive system, which breaks down pills and diverts many of their active ingredients to the liver, LeWhif Vitamins claims to deliver more concentrated doses of nutrients into the bloodstream. Eight hits supplies 100 percent of the daily recommended amount of A, B1, B2, B3 and B5.

Whiffing takes practice, however. When I tried my first hit of inhalable chocolate a few weeks ago with Edwards, I nearly choked to death. Edwards quickly corrected my technique. “It’s just a gentle breath, like this,” he said, as he took a quick hit off his coffee pipe. Inhale too hard and the particles can fly into the back of your throat. Once I got the technique down, the experience was surprisingly pleasant, and almost delicious, although my illicit-seeming huffs drew suspicious glances from strangers. I’ve yet to sample the vitamins, but they work the same way, and come in three tea flavors—Antioxidant Green Tea, Age Smart Wine Tea (with resveratrol) and Hibiscus Tea.

Inhalable vitamins are an innovative alternative to those one-a-day horse pills that leave your urine neon, but huffing supplements is insanely pricey: In England, a 3-day supply costs £4.99 (or about $8; no word yet on US pricing). That said, the money goes to a worthy cause, as it funds Edwards’ novel idea laboratory, called ArtScience Labs, which helps student inventors bring daring innovations, a la huffable supplements, to market.

Fios de prata

Mais uma notícia da Economist que tem tudo a ver com o desafio deste ano

“Clean water

Silver threads of life

A water filter that kills bacteria, rather than just removing them

Oct 21st 2010

 MORE than a billion people lack clean water—and in most cases the lack is just of cleanliness, rather than of the water itself. The result is disease, particularly diarrhoea. This kills millions of children a year and stunts the growth of millions more. Better water filters, then, could save many lives and improve many others, and Yi Cui of Stanford University thinks he has come up with one.

Traditional filters work by forcing water through pores to weed out bacteria. That needs power, as well as frequent changes of the filter element as the pores fill up with bugs. Dr Cui’s filter, though, does not screen the bacteria out. It kills them.

The filter element he and his team have designed is a mesh of tiny carbon cylinders, known as nanotubes, and silver wires laid on top of a thin strip of cotton cloth. Silver is well known to kill bacteria, so Dr Cui conjectured that forcing bugs to pass close to the metal without actually trapping them might lead to their destruction. He also suspected that running an electric current through the silver might help the process, because electrical fields have the ability to break down the membranes that surround bacterial cells. Though silver is a good conductor, carbon is cheaper, and the nanotubes provide the extra electrical conductivity needed.

To make their new filter, the team first dipped strips of woven cotton into “ink” containing nanotubes. They then used pipettes to drop the silver wires, which were suspended in methanol, on to the surface of the strips.

Once dried, the new filters were ready to try. To do that Dr Cui connected them to a battery and ran water containing E. coli, a common bacterial contaminant of water, through them. A few drops of the filtered water from each experimental run were then scattered on an incubation plate to see what was left to grow.

As they report in the latest edition of Nano Letters, Dr Cui and his team found that when the filter was operated at -20 volts it killed 89% of the bacteria and that at +20 volts it killed 77%. At zero volts, most of the bacteria survived. In a follow-up experiment, in which contaminated water was run through three of the new filters in sequence, 98% of the bacteria were killed.

Using silver this way might sound expensive, but it is not. The amount involved is minuscule, as is the quantity of electricity needed to keep the filter charged (a small solar panel would be sufficient to supply it). And the filter itself would be expected to last indefinitely.

The next test, then, is to see if the new device kills the full range of dangerous bacteria found in polluted water. If it does then potable water, one of the necessities of life, may become easier for many people to obtain.”

Economist 23/10/2010

Inovação a baixo custo na Índia

A Índia tem, por razões que se prendem com a sua estrutura económico-social, uma fonte de inovações a custo muito baixo, algumas das quais podem vir a tornar-se sucessos mundiais. São exemplos interessantes de como mercados marginais podem ser interessantes se pensados de uma forma alternativa. Reparem nesta notícia:

India unveils prototype of $35 tablet computer

By ERIKA KINETZ, AP Business Writer – Fri Jul 23, 12:55 pm ET

MUMBAI, India – It looks like an iPad, only it’s 1/14th the cost: India has unveiled the prototype of a $35 basic touchscreen tablet aimed at students, which it hopes to bring into production by 2011.

If the government can find a manufacturer, the Linus operating system based computer would be the latest in a string of “world’s cheapest” innovations to hit the market out of India, which is home to the 100,000 rupee ($2,127) compact Nano car, the 749 rupees ($16) water purifier and the $2,000 open-heart surgery.”

Há dias chegou-me de um ex-aluno um outro exemplo de inovação na Índia. É uma série de que podem encontrar outros exemplos no youtube (procurem por India Innovates), mas este é por muitas razões paradigmático. Espero que gostem… E não se fiquem pelo sorriso, tentem perceber o que está em movimento por detrás disto tudo… (Vejam também http://www.nif.org.in/ ou http://www.sristi.org/cms/)

 

 

“Prof. Gupta says that we should start looking at the rural India sector not as ‘the bottom of the consumer pyramid’ but as a fountainhead of innovation that’s sustainable and ethical.” (India Innovates)

 

LEDs nas torneiras

Chegou-me este por mail. Transcrevo na integra. Pode haver mais gente por aí que ache piada a isto… A mim faz-me confusão a água colorida… A encarnada tem um ar muito “gore”…

“Boa tarde professor,

tropecei nisto há uns meses atrás, e voltei a tropeçar hoje.

Torneiras com LEDs que indicam a temperatura.

Este é um daqueles casos em que se inovou num objecto extremamente banal onde já não há muito por onde pegar.

Então como funcionam estas torneiras,e o que têm a ver com química (ou pelo menos engenharia)? Ora, a torneira tem LEDs, que se ligam com a passagem da àgua( graças à sua condutividade) e tem um sensor de temperatura que nos diz em tempo real a temperatura da àgua. Assim, temos LED’s verdes com àgua abaixo dos 25ºC, azuis entre os 25ºC e 35º, vermelho entre os 35ºC e 45ºC e acima dessa temperatura vermelhos a piscar.

É um produto curioso e inovador, que achei que valia a pena partilhar.”

Life Port

A quantidade de orgãos disponíveis para transplante é muito inferior às necessidades… Encontrar formas de transportar e aumentar o tempo de vida de um orgão para transplante é uma das formas de diminuir esse fosso entre as disponibilidades e as necessidades salvando milhares de vidas… Foi pensando nisso que a Organ Recovery Systems desenvolveu em conjunto com a IDEO o LifePort, um dispositivo para transporte de orgãos que permite duplicar o tempo de vida deles. Se quiserem podem encontrar detalhes aqui.

Dois em um

Já vos falei do meu interesse nas microcervejarias, não foi? A Fat Tire  é uma das minhas cervejas preferidas nos EUA … Começou por ser uma microcervejaria mas com o sucesso que conheceu  já se encontra fora do Colorado… Esta bebi-a em San Francisco…

Ao lado a outra inovação a que achei piada… Um dispositivo para chamar os clientes quanto a refeição está pronta…

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PS: O copo de vinho e a bomba de vácuo

Claro que quando o vinho era a granel e armazenado em pipas não havia muita preocupação com certos detalhes. Hoje a venda a copo a partir de uma garrafa, que certamente não será usada por completo, obriga a alguns cuidados. Uma das formas de preservar a qualidade do vinho na garrafa é a utilização de uma bomba de vácuo manual que permite retirar o ar da garrafa minimizando a oxidação. O preço é acessível e faz ainda mais sentido usa-lo em nossas casas numa garrafa que vai durar dois ou três dias, ou para preservar um Porto que vai ficar aberto umas semanas. Encontram-nas em qualquer garrafeira e em muitas lojas Gourmets… Eu uso-o todos os dias e recomendo… (Para os interessados há versões também para espumante… Como podem imaginar são diferentes… Imaginem como funcionarão…)

OXO Good Grips (mais cozinha)

Esta semana é dedicada à cozinha… Este produto conheci-o num livro do Henry Petroski que é talvez o melhor divulgador de engenharia em livros e revistas… Curiosamente apesar de haver muitos livos de divulgação científica editados entre nós a Engenharia não parece conhecer muito sucesso junto dos editores… Se puderem leiam os livros do Petroski que são interessantíssimos… Ele tem também uma disciplina de desenvolvimento de produtos mas para Engº Mecânicos… Disperso-me…

Este post era para fazer uma declaração de amor pelos produtos da OXO. Não resisti a transcrever para aqui a descrição que deles fazem aqueles livros de design da Phaidon editados pelo Público… Está lá tudo sobre o desenvolvimento de novos produtos… Ora leiam…

“Porque motivo os utensílios de cozinha magoam as mãos?” Foi esta a interrogação que levou Sam Farber a criar uma série de utensílios de cozinha de utilização fácil designado “Good Grips”. A sua mulher Betsey sofria de artrite nas mãos e tinha dificuldade em usar os utensílios de cozinha convencionais. Em 1989, Farber, empresário e diplomado em Harvard, lançou a OXO International. A filosofia desta empresa, exprime o desejo de criar produtos que possam ser utilizados por pessoas com todos os tipos de capacidade física, tamanho ou idade. Farber contactou inicialmente a Smart Design, uma empresa de design industrial com sede em Nova Iorque, para criar uma gama de produtos. Após uma pesquisa exaustiva sobre os requisitos ergonómicos para os utilizadores em geral, chefes de cozinha profissionais e doentes com artrite, a empresa respondeu às instruções fornecidas e criou uma gama de produtos de cozinha acessíveis, confortáveis, de grande qualidade e aspecto agradável. A Smart Design iniciou a pesquisa através de entrevistas a consumidores e chefes de cozinha, analisando o observando os efeitos do envelhecimento. A partir destes estudos, a empresa dividiu os movimentos da mão e do pulso em três categorias: torcer e virar, empurrar e puxar, e espremer. Os designs para a colher de gelado e o descascador correspondiam à primeira categoria, os raladores e as facas á segunda, e o esmagador de alhos e a tesoura á terceira categoria. Entre os primeiros 15 produtos da gama Good Grips lançados em 1990, o descascador de vegetais exemplifica a marca. Tal como o seu nome implica, o ponto-chave do produto está na sua pega. Esta é fabricada em Santoprene, um propileno de plástico/borracha, suave e flexível, que impede a mão de escorregar. É também durável e lavável na máquina de lavar a louça. Com as suas pegas flexíveis patenteadas inspiradas no guiador da bicicleta, o cabo adapta-se confortavelmente à mão independentemente do tamanho, idade ou capacidade física do utilizador. Actualmente a OXO fabrica cerca de 500 produtos com base nos mesmos princípios. Todos os anos a empresa lança 50 novos produtos, apresentando todos uma solução inovadora para os problemas vividos pelos utilizadores durante as suas tarefas quotidianas. Os produtos que respondiam aos requisitos de design orientados para uma minoria satisfazem agora as exigências de um público mais vasto.”

E fiquem com o descascador… Uso um destes… E não tenho artrite…

Space Pen

A série Phaidon Design Classics editada em 15 volumes pelo Público é uma verdadeira enciclopédia de produtos… Embora o aspecto do design seja predominante há uma quantidade incrível de referências que constituirão material para muitos posts e muitas aulas e discussões no futuro… Vejam este excerto sobre a AG-7 Space Pen criada pelo Paul Fischer.

“Em 1965, Paul Fischer conseguiu registar a patnte da sua AG-7 Space Pen original. Concebida para se poder escrever em qualquer posição, esta caneta podia ser utilizada em qualquer circunstância. Graças ao seu cartucho pressurizado com nitrogénio, tornava inútila a gravidade normalmente necessária para garantir o fluxo de tinta. Para além disso, Fischer usou uma tinta tixotrópica, uma tinta semi-sólida que se liquidificava através da acção do rolamento da esfera. Assim a tinta só saia quando era necessária.”

Percebem facilmente que a característica principal desta esferográfica não é o seu design e porque é que ela aparece aqui num blog sobre produtos químicos, não é verdade?

 

Para os mais curiosos fica este artigo da Scientific American “Fact or Fiction?: NASA Spent Millions to Develop a Pen that Would Write in Space, whereas the Soviet Cosmonauts Used a Pencil

Dyson

A sensação é que dispositivos electrónicos ou pequenos equipamentos domésticos ou profissionais têm pouco que ver com produtos químicos e muito com electrónica… Nada de mais errado… A vida da bateria deste computador em que vos escrevo é longa devido a uma película desenvolvida pela 3M que recobre o ecran permitindo a utilização de quantidades muito menores de energia… O velho retroprojector, hoje abandonado num canto da sala, só funcionava graças a uma lente de fresnel em plástico desenvolvida também pela 3M… Um Kindle ou qualquer outro leitor de e-books tem um funcionamento baseado também em principios químicos etc etc etc… A lista seria infindável… Vem isto a propósito dos equipamentos da Dyson. Os aspiradores Dyson funcionam usando mini ciclones que em essência não diferem daqueles que colocamos nas nossas fábricas excepto pelo tamanho… Foi essa componente industrial que me chamou a atenção para eles… No verão de 2008 tive a oprtunidade de encontrar o secador de mãos deles numa estação de serviço de uma auto-estrada francesa… O sistema de lámina de ar é inacreditável e mostra a fabulosa equipa de engenheiros especializados em escoamento de fluidos que trabalham com eles… Este ano apareceu a ventoinha sem hélice… Uma aplicação do princípio de Bernoulli que está na base de qualquer venturi… No fundo não muito diferente dos dispositivos que usamos no laboratório ligados às torneiras como trompas de vácuo… As ideias estavam todas disponíveis… Só faltava concretizar o produto…