Livro eletrónico sobre Formação de Professores

Acaba de ser publicado o e-book “Formação inicial e continuada de professores de ciências: O que se pesquisa no Brasil, Portugal e Espanha”  organizado por  António Cachapuz, Alexandre Shigunov Neto e Ivan Fortunato. Da editorial Edições Hipótese é de livre acesso e gratuito (https://goo.gl/49c7Nu).

                           

Como escrevem os organizadores, os capítulos reunidos por formadores de professores conservam entre si a pluralidade de olhares e reflexões sobre a formação inicial e continuada de professores de ciências e emergiram da necessidade de se divulgarem experiências e compreender como ocorre esse processo de formação no Brasil, Portugal e Espanha.

Boas leituras.

Escola diferente?

De regresso de férias são vários os assuntos e informações que foram surgindo desde o final do ano letivo passado. Entre esses destaco os que me parecem mais relevantes e que considero irão ocupar a discussão em torno de questões educativas nos próximos tempos:

Bom ano letivo e boas reflexões!

Frase da Semana

Destaco o frase de hoje no Jornal Público  de Manuel Carvalho:

“Ao contrário do que muitos insinuam, a generalidade das nossas escolas públicas funciona bem. (…) A maioria esmagadora dos professores é competente” (p. 13).

Concorda(m)?

Universidade de Aveiro, maio de 2016
Universidade de Aveiro, maio de 2016

Diversos(idades)

Neste artigo venho divulgar um conjunto diverso de iniciativas e informações:

JustinoMagalhães-1

Educação CTS em 2016

Venho agora divulgar o N.º 2 do Boletim da AIA-CTS, o qual está publicado no site desta Associação sem fins lucrativos (http://aia-cts.web.ua.pt/wp-content/uploads/2015/09/AIA-CTS_Boletim_n2.pdf).

Tal como está na página 7 deste boletim aproveito este espaço para apelar à divulgação alargada do V SIACTS (http://seminariocts2016.web.ua.pt/) nas vossas instituições e contactos e particularmente que o recebimento dos resumos dos trabalhos, simpósios e posters decorrerá até ao final deste mês – 31 de outubro de 2015.

A seguir está o cartaz deste evento internacional que decorrerá na Universidade de Aveiro de 4 a 6 de julho de 2016.

cartaz_seminárioCTS_07setembro-01

Debates Públicos

Aqui junto os links para dois programas televisivos do Sociedade Civil em que o Departamento de Educação da Universidade de Aveiro teve outras tantas participações:

Espero que a Educação passe a ser motivo de debate alargado, cada vez maior, por toda a sociedade, mesmo de que tem posição diferente sobre as diversas questões como as acima!

Captura de ecrã 2015-04-8, às 23.16.06

Relatório OCDE

A recente publicação da OCDE do relatório “Education Policy Outlook 2015” merece aqui também um artigo. Uma ideia central que destaco neste: o investimento em educação é cada vez mais importante para o desenvolvimento económico.

Além desta saliento aqui duas mais:

1. Sem os professores não é possível o êxito das reformas educativas nos 34 países da OCDE, nomeadamente no que se refere à qualidade do ensino e da aprendizagem.

2. O investimento na Educação terá de ser reforçado para permitir assegurar que uma maior percentagem da população portuguesa tenha acesso ao ensino superior – 19% em Portugal em comparação com os 39% em média nos países da OCDE -.

 

Quando serão estas ideias seriamente consideradas em Portugal?

Rua dos Professores, Bogotá, julho de 2014
Rua do Ensino, Bogotá, julho de 2014

 

Rede de Docentes

Serve este breve post para divulgar a:

Captura de ecrã 2015-02-8, às 23.12.54

 

 

 

que está em: http://redesoei.ning.com/profiles/blogs/la-educacion-en-finlandia-los-secretos-de-un-exito-excepcional?utm_content=buffer5051f&utm_medium=social&utm_source=facebook.com&utm_campaign=buffer

Neste link está um artigo que recomendo a leitura sobre a Educação na Finlândia. Deste mesmo destaco:

Se concluye en este estudio que Finlandia es un país donde las desigualdades consiguen ser corregidas mejor por la educación; es un país donde las diferencias de capacidad entre los chicos y chicas son las más bajas y dónde los alumnos tienen una valoración muy positiva de ellos mismos con relación a los aprendizajes.

Alguns comentários a este post  são também interessantes de acompanhar!

Justa Homenagem

Realizou-se na Universidade de Aveiro, no passado dia 3 de outubro, uma Homenagem à Professora Doutora Isabel P. Martins.  Foi uma iniciativa de um grupo de colegas e amigos, onde me incluo, da Universidade de Aveiro e de outras Instituições.

Sob a forma de  Simpósio: “A docência como via de intervenção” decorreu como se resume no quadro seguinte.

16:00 Abertura

Reitor | Diretor do DE | Coordenadora do CIDTFF

16:30 Conferência “Educação em Ciências: 50 anos depois”

António Cachapuz

17:00 Painel “Em perspetiva…”
17:45 “Uma vida ao serviço da Educação em Ciências”

Rui M. Vieira e Ana V. Rodrigues

18:00 Conferência “História de um percurso de vida”

Isabel P. Martins

18:30 Trio de Guitarras Aveirense

Eduardo Barretto

19:30 Jantar

Considero que foi uma homenagem merecida e com um programa que se revelou muito intenso, rico e com muitos amigos da Professora Isabel Martins. Da minha parte tive o privilégio de a ter tido como orientadora de Doutoramento e ter participado com ela em emblemáticos projetos, como as Metas de Aprendizagem e sobretudo do Programa de Formação em Ensino Experimental das Ciências.

Foi muito marcante ter assistido a testemunhos muito genuínos e que mostram a pessoa e profissional que é e foi a Professora Isabel Martins ao longo da sua carreira.  Estes podem ser vistos no menu “homenagem” do site que a Comissão Organizadora desenvolveu com o apoio técnico precioso de Maria João Pinheiro: http://blogs.ua.pt/isabelpmartins/

Neste é possível ter acesso ao vasto Curriculum Vitae da Professora Isabel, bem como a uma timeline do seu percurso e várias fotografias com a que deixo aqui tirada enquanto Vice-Reitora da Universidade de Aveiro.

Captura de ecrã - 2014-10-25, 22.50.09

Diversos temas

O tempo condiciona as nossas intenções e ações!

A diversidade de ideias e temáticas que merecem atenção neste espaço são variadas e vão surgindo conforme a nossa atividade e atualidade das mesmas. Todavia a vontade de escrever neste é muito condicionada pelo tempo disponível e também pelo cansaço quando o mesmo tempo parece poder propiciar espaço para a reflexão sensata e focada.

Assim o 1º tema que merece, pelo menos, uma referência é o que se prende com os fatores e ações que contribuem para o sucesso escolar.  Entre eles está o envolvimento familiar ( proximamente escreverei aqui sobre uma Tese que orientei também sobre esta questão). Nesta ótica esta semana a Assembleia da República (http://www.parlamento.pt/Paginas/default.aspx) proporcionou a divulgação do programa “Mediadores para o Sucesso Escolar”, o qual evidencia que é mais vantajoso prevenir do que combater o insucesso escolar. Um dado relevante (embora percentualmente discutível)- em um universo de 13 mil alunos apoiados por este programa, mais de 1700 conseguiram obter sucesso escolar. Mais informação pode também acedida em: http://www.publico.pt/sociedade/noticia/programa-de-comabte-ao-insucesso-escolar-quer-chegar-a-todo-o-pais-1659064 .

Neste sentido e dado que estamos em período de exames importa refletir também sobre o valor e impacte das reprovações / retenções (vulgarmente chamados de chumbos). Por exemplo, logo na 1ª página do jornal Expresso de hoje (http://expresso.sapo.pt/a-primeira-pagina-do-expresso=f877038) está o título que “Chumbos não ajudam a recuperar o desempenho dos alunos”. Esta tem sido uma questão reiterada nos estudos internacionais!

Contudo, numa fase em que os professores de Matemática e Língua Portuguesa estão a tentar recuperar os alunos que reprovaram nos exames destas duas disciplinas importa questionar os custos destas medidas, nomeadamente junto de alunos que, durante o ano pouco (para não dizer nenhum) esforço fizeram para aprenderem e obterem resultados positivos. O ónus tem estado sempre e exclusivamente nos professores e tal é, no mínimo, muito pernicioso. Na sequência do referido acima não basta aos Pais assinarem a concordarem com tais apoios para a 2ª fase dos exames!

Finalmente,  além da discussão (e formação que é absolutamente necessária) em torno dos exames e da avaliação das aprendizagens (ver por exemplo a polémica esta semana sobre o alegado erro nos critérios de correção do exame de Português) importa saudar a iniciativa de divulgar dados e estatísticas dos cursos de ensino superior português (em: http://infocursos.mec.pt/). Mas, ao pesquisar verifiquei que no mesmo site e em várias instituições só estão cursos de 1º ciclo (Licenciatura); ora, nestes casos, apresentar gráficos sobre “Taxa de desemprego registado no IEFP dos diplomados deste curso”, por exemplo, no curso de “Educação Básica” que não é profissionalizante é, no mínimo, pouco compreensível e pode ser enganador! Os jovens candidatos aos cursos podem pensar que serão professores ao fim de3 anos desta Licenciatura, quando na realidade ainda terão, depois, de se candidatar e obter êxito em um Mestrado, no mínimo com mais 3 semestres (de acordo com o novo Decreto-Lei da Formação de Professores).

Prova de Acesso

Foi divulgada esta semana informação sobre a componente comum da Prova de Avaliação do desempenho ao exercício de funções docentes.  No site do Ministério da Educação está:

“A componente comum da prova de avaliação de conhecimentos e capacidades tem por objetivo avaliar o desempenho dos candidatos ao exercício de funções docentes no que respeita a conhecimentos e capacidades considerados essenciais para a docência nos diferentes níveis de ensino, nomeadamente no que respeita à leitura e interpretação de textos de diversas tipologias, à mobilização do raciocínio lógico e do pensamento crítico orientado para a resolução de problemas em contextos não disciplinares e ao domínio da expressão escrita.” (retirado de http://pacc.gave.min-edu.pt/np4/%7B$clientServletPath%7D/?newsId=14&fileName=Inf_Prova_Comum_2013_.pdf)

Entretanto, o jornal Público pediu a diferentes cidadãos (alguns menores) para realizarem a prova (ver http://www.publico.pt/sociedade/noticia/adolescentes-responderam-a-escolha-multipla-da-prova-e-passaram-1613611) e a maioria tinha aprovação nas questões de escolha múltipla. Vamos ver o que acontece no dia 18 de Dezembro.

Antes disso e neste contexto urge questionar:

  • Quais os referenciais que foram usados para as opções  feitas (tipologia de questões, cotação, …)?
  • Qual a Investigação que suporta este modelo de prova?
  • Regista-se, com agrado o apelo ao pensamento crítico; todavia, que capacidades estão a ser avaliadas? Porquê essas? …

As respostas a estas questões são uma exigência para quem tem de realizar esta prova e para quem está envolvido na formação de Professores.

Leça da Palmeira, julho de 2013
Leça da Palmeira,  julho de 2013

Aplicativos Informáticos

Além dos posts anteriores com sites de listagens com aplicativos informáticos com interesse educativo julgo ser o momento para aqui destacar a crescente disponibilização destes, na categoria de ensino (designação em Português) de alguns dos principais produtores destes. Destaco, desde logo, os que estão no iTunes (quem não o tem deve clicar aqui), muitos deles gratuitos, como:

  • Fit Brain (ver também: http://www.fitbrains.com/) com estímulo a capacidades de pensamento;
  • Pares de Animais (também em língua Portuguesa) para crianças desde os primeiros anos de escolaridade; e
  • Sort IT Out 1.

Também em motores de busca como o Chrome (https://chrome.google.com/webstore/category/app/8-education?hl=pt-PT&utm_source=chrome-ntp-launcher) os disponibilizam, sendo que destaco os podem ser usados na Educação em Ciências:

  • Explore Science;
  • 3D solar System web;
  • Anatomy Games; e 
  • goThink.

Todavia, estes são apenas recursos que poderão ser devidamente explorados com adequada(s) estratégia(s) de ensino e/ou de aprendizagem e em diferentes contextos formais e não-formais de educação. E esse papel cabe aos professores e educadores!

Neste Dia Mundial da Alimentação e para quem tem disponibilidade, inclusive financeira, pode também fazer a opção por uma horta na net (no site consultar a empresa:  http://myfarm.com.pt/index.php/pt/horta-na-net/como-funciona).

Professores

Os desafios atuais da formação de professores são enormes e complexos. No contexto nacional e face principalmente às opções economicistas que têm sido tomadas tais desafios são exponenciados consideravelmente! Mais que conjeturar sobre as implicações futuras que estas políticas poderão ter na qualidade da educação dos nossos alunos e estudantes importa não deixar que o (des)ânimo impere!

Nesta base, avanço com propostas de reflexão e ação em contexto que nos podem impelir de coletivamente construirmos um futuro de esperança. Para tal  sugiro:

Bom final de ano para todos os Professores!

Professores do Sec. XXI

Acaba de ser publicado um relatório “Teachers for the 21st Century -Using Evaluation to improve Teaching” (clique em cima do título para aceder ao documento completo) da OCDE, o qual apresenta dados e recomendações muito relevantes para a formação e avaliação de Professores. Com o propósito que esta sirva  para que as escolas possam atingir as suas metas destaco deste relatório:

  • Os quadros de referência para esta avaliação de Professores, de vários países, é promotor do seu Desenvolvimento Profissional e procura ter em conta a investigação em Educação que tem vindo a ser produzida. Veja-se o exemplo seguinte do Canadá (província de Ontario).

Captura de ecrã - 2013-03-03, 16.44.03

  • É proposto, como base na revisão do “mapa” de vários países em análise e de trabalhos de investigação, um “framework for teaching” com 4 componentes:

• planning and preparation: demonstrating knowledge of content and pedagogy, demonstrating knowledge of students, selecting instructional goals, designing coherent instruction, and assessing student learning;

• the classroom environment: creating an environment of respect and rapport, establishing a culture for learning, managing classroom procedures, managing student behaviour, and organising physical space;

• instruction: communicating clearly and accurately, using questioning and discussion techniques, engaging students in learning, providing feedback to students, demonstrating flexibility and responsiveness; and

• professional responsibilities: reflecting on teaching, maintaining accurate records, communicating with families, contributing to the school and district, growing and developing professionally, showing professionalism.

  • Da revisão feita o relatório conclui com as lições que se podem tirar até ao momento sobre a avaliação de Professores e que se sistematiza na caixa seguinte retirada da página 71 do relatório.

Captura de ecrã - 2013-03-03, 17.03.47

 

Educação e Professores

Em um blog sobre pensamento crítico não posso deixar de lamentar a sua quase ausência em um momento em que é absolutamente necessário! A falta de fundamentação, as opiniões valerem como factos, a ausência de rigor e a manipulação de informação são algumas das evidências que se vão relevando especialmente na comunicação social portuguesa.

Neste contexto está o relatório do FMI (versão em Português em http://aventadores.files.wordpress.com/2013/01/relatorio-fmi-traducao.pdf) o qual no que concerne à Educação tem várias omissões (como os resultados do TIMSS recentemente divulgados) e uma caracterização, pelo menos, pouco consentânea com a realidade nacional! Obviamente importa racionalizar processos e tornar mais eficaz o sistema educativo. Todavia, tal aplica-se a praticamente todas as áreas profissionais e existem maus profissionais em todas as classes.

Por isso, estando  em contacto com as escolas e a trabalhar e investigar sobre a formação de professores destaco resumidamente:

  • Os resultados educativos têm vindo a melhorar de modo consistente, como apontam quer os estudos internacionais TIMSS e PISA! Os investimentos e várias iniciativas, como por exemplo o Programa de Formação em Ensino Experimental das Ciências, para tal terão contribuído.
  • Pese embora o longo caminho de melhoria que temos de percorrer, os professores portugueses têm feito um esforço de melhoria das suas práticas e dos resultados efetivos no que se refere às aprendizagens dos seus alunos. Temos na investigação a divulgação de boas práticas e de vários professores altamente profissionais e que são uma amostra do que tem sido o esforço e a dedicação em um momento difícil como o que se vive atualmente. Só quem não conhece as condições de trabalhos dos professores em escolas públicas é que poderá propor, depois de várias medidas de fundamentação duvidosa, como aumento do número de alunos por turma, que termine a redução da componente letiva prevista no Estatuto da Carreira Docente.
  • Como se compreende que em 2012 já se tenha um dos mais baixos PIB na Educação na EU e se continue a propor o despedimentos de 50 mil professores? Porquê poupar anda mais na Educação se existem outras áreas onde tal é também possível e mesmo desejável (sendo a mais gritante as PPP)?

Se continuarem as decisões pouco fundamentadas sobre Educação vamos continuar a “empobrecer”! E as consequências só serão visíveis, como quase todas as mudanças em Educação, a longo e médio prazo.

Tribunal em Londres, Dezembro de 2012