Mónica Lourenço (CIDTFF) | in Atas das I Jornadas Nacionais dos Professores de Línguas – PIAFE: Leituras cruzadas para o futuro: movimentos, correntes e diversidades linguísticas e culturais. Construindo pontes para o Entendimento Global, pp. 63-92

 

Introdução:

“A formação de professores, não obstante ser considerada uma prioridade na política educativa europeia, é uma tarefa que se reveste de alguma complexidade, se atendermos às exigências atuais da profissão docente. De facto, num mundo globalizado, caracterizado por crescentes interações sociais, económicas e culturais e por uma evolução tecnológica sem precedentes, espera-se que os professores se mantenham atualizados nas suas áreas de conhecimento, que saibam utilizar as novas tecnologias, que sejam sensíveis a questões culturais e de género, que promovam a igualdade e a justiça social, e que respondam, de forma eficaz, a alunos com dificuldades de aprendizagem ou problemas comportamentais, bem como a alunos com diferentes origens linguísticas e culturais (Darling-Hammond, 2006; Kaur, 2012; Schleicher, 2012).

Face a estas exigências, vários autores (cf. Goodwin, 2012; Quezada, 2012; Townsend, 2011; Wisely et al., 2010; Zeichner, 2010; Zhao, 2010) têm vindo a defender a necessidade de promover uma educação global na formação de professores como uma possibilidade de responder aos desafios atuais e desenvolver competências que permitam a estes profissionais, por um lado, compreender o seu lugar e o seu papel no mundo, e, por outro lado, educar alunos para (com)viverem e agirem num mundo multicultural e em permanentes alterações.

Considerando este contexto e a centralidade da aula de línguas na educação intercultural e para a cidadania (cf. Byram, 2014; Georgiou, 2012; Guilherme, 2007), são objetivos deste texto: i) refletir sobre as características de uma educação num/para um mundo globalizado; ii) definir os conceitos, dimensões e finalidades de educação global e de competência global; iii) apresentar propostas pedagógico-didáticas que visem promover a educação global na aula de línguas; e iv) refletir sobre as linhas orientadoras de uma formação docente capaz de educar “worldminded professionals”.”

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