cover_issue_688Francislê Neri de Souza, António Pedro Costa (CIDTFF) & Paulo Alexandre de Castro| Revista Lusófona de Educação, v. 33, n. 33, p. 45-50

Excerto:

“A Investigação Qualitativa em Educação é pautada por diferentes metodo­logias, técnicas e ferramentas. Quando estudamos estas diferenças queremos reforçar a especificidade, a eficiência e a eficácia do desenho metodológico em relação aos objetivos e questões de investigação que queremos responder.

Gadamer (1999) discute métodos e verdades científicas no contexto da ex­periência hermenêutica e questiona se é possível usar somente a nossa razão, “procedendo segundo princípios metodológicos e acima de qualquer precon­ceito ou atitude preconcebida” (p. 514). Embora este filósofo não defenda que o método no contexto de uma metodologia não pode por si só atribuir verdade absoluta a qualquer empreendimento científico, declara:

“Este método verdadeiro se caracteriza pelo fato de que nele o espírito não está meramente confiado a si mesmo. Não lhe é dado voar como quiser. Vê-se obrigado a ir ascendendo gradatim (passo a passo), desde o particular até o geral, com o fim de adquirir uma experiência ordenada e capaz de evitar qualquer precipitação” (Gadamer, 1999, p. 515)

Estes fundamentos fazem-nos lembrar que a metodologia tem, apesar das suas limitações, um papel definitivo para distinguir as conclusões da ciência da mera especulação ou superstição quotidiana. Quando discutimos investigação qualitativa versus investigação quantitativa em educação e nas demais ciên­cias humanas e sociais, geralmente apontamos para as diferenças destas duas abordagens de investigação com o objetivo louvável de estabelecer limitações e aplicações de cada uma delas. Não estaremos esquecendo de refletir sobre as semelhanças? Não seriam estas semelhanças que integrariam as diferentes abordagens e paradigmas como ferramentas científicas?”

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