Luísa Álvares Pereira (CIDTFF), Luciana Graça (CIDTFF) & Inês Cardoso (CIDTFF) | L/ATITUDE, 26 e 27, pp. 64-66

Excerto:

“Ora, neste nosso breve texto, focar-nos-emos, apenas, no presente plural e pluricêntrico da língua portuguesa (LP) através de uma das dimensões que nela se infiltram: a dimensão que provém do passado. E defender tal é não só, e antes de mais, reconhecer a relevância de múltiplos eventos linguísticos e culturais na definição dos próprios parâmetros da nossa língua, como também a própria aceitação de que os portugueses e demais povos lusófonos – mesmo que em sociedades de acolhimento tão díspares das lusófonas, e apesar do contacto e do recurso a outras línguas – não deixaram apagar, nos seus descendentes (filhos, netos, bisnetos…), a memória da sua LP. Possibilitam-lhes, assim, herdar a língua como meio de comunicação ou a língua como lugar de algumas palavras e frases sabidas de cor (o que convoca o sentido etimológico: de/com coração): músicas, rezas, serões de conversa animada e prolongada, sotaques, contos e ditos, toda uma vida expressa numa língua a que “os filhos” pertencem, mesmo sem a dominar, e que lhes desperta a necessidade identitária de a estudar e de a conhecer cada vez melhor, para, então, pertencerem.”

ver mais

– – – – –

Referência:
Pereira, L. A., Graça, L., & Cardoso, I. (2021). A herança da língua como contributo especial para a riqueza do português. L/ATITUDE, 26 e 27, 64-66. https://www.dgae.mec.pt/noticias/l-atitude-edicao-n-26-e-27