No dia 25 de maio, o investigador do CIDTFF Manuel Santos, conjuntamente com a professora Teresa Pacheco, foram consagrados vencedores do concurso Prémio Escola Energy Up promovido pela Fundação Galp, com o projeto SmartAir do Agrupamento de Escolas da Gafanha da Nazaré (AEGN).
A Fundação Galp, tendo como parceiros a Agência Portuguesa do Ambiente, a Agência para a Energia, a Direção Geral da Educação e a Quercus, pretende distinguir projetos escolares que promovam a eficiência energética e a sensibilização ambiental, incentivando, desta forma, a adoção de boas ideias e práticas que possam contribuir para a mudança de comportamentos dos cidadãos. Participaram no concurso nacional deste ano 60 escolas de todo o país, tendo o AEGN sido eleito como o melhor projeto ao nível da energia e da sustentabilidade, com o prémio de instalação de painéis solares até ao valor de 20 mil euros, oferecida pela Fundação Galp e pela EI – Energia Independente.
Em 2018 foi implementado na Escola Secundária da Gafanha da Nazaré, pela Investigadora do CIDTFF, Vânia Carlos, o projeto Smart School Lab (SSL). O SSL é um espaço formativo e de aprendizagem onde escolas e município aprendem colaborativamente, através de estratégias de ciência cidadã. No início do projeto procedeu-se à recolha participativa de dados a partir de sensores suportadas por plataformas digitais de consciência coletiva. Esta ação visava articular áreas disciplinares para desenvolver dinâmicas comunitárias (comunidade educativa inteligente) e valorizar os projetos escolares já existentes. Foi possível envolver os diversos intervenientes no processo educativo no desenho de estratégias de ensino/aprendizagem, assim como estratégias de ciência cidadã e de cidadania participativa com os seus alunos. Foi realizado um trabalho de cocriação entre professores e geomentores externos à escola, mais concretamente, o município, a Junta de Freguesia, a Associação de pais e Encarregados do AEGN e empresas locais.
Na sequência das estratégias elencadas, e da dinamização da Oficina de Formação (OF) “Smart Schools: flexibilização curricular na construção de comunidades educativas inteligentes”, surgiu, naturalmente, o projeto SmartAir. Este projeto procura responder a problemáticas identificadas pela comunidade educativa onde o SSL está implementado, e que estão relacionadas com o aumento da emissão de gases poluentes para a atmosfera nas últimas décadas. Na Gafanha da Nazaré a bicicleta era usada como principal meio de transporte, contudo, com a alteração do modo de vida dos habitantes locais, pais e encarregados de educação dos alunos passaram a levar, em grande número, os seus filhos e educandos de carro para a escola. Desta forma, perdeu-se o hábito de usar a bicicleta diariamente, pelo que, consequentemente, o trânsito motorizado aumentou substancialmente nas horas de entrada e saída dos alunos da escola.
O SmartAir enquadra-se na temática da “Sustentabilidade, Ética e Cidadania” e tem como objetivos: (i) colocar o comportamento e as práticas dos cidadãos no foco do debate; (ii) problematizar o potencial da Internet das Coisas para o aumento da eficiência em tarefas e na resolução de problema sociais relevantes; (iii) dotar a comunidade educativa de conhecimentos técnicos e científicos no que concerne à construção e ao uso de sensores para monitorizar problemas ambientais, enquadrando curricularmente o tema em estudo nas diversas disciplinas e nos diversos níveis de ensino; (iv) promover estratégias de ciência cidadã em contexto de ensino/ aprendizagem (recolha e análise participativa de dados a partir de sensores, etc.); (v) capacitar a comunidade educativa para a utilização de plataformas digitais de consciência coletiva (aplicações, infografias, sensores, comunicação de ciência, mapas on-line, etc.); (vi) desenvolver um conjunto de ferramenta para a identificação e a quantificação dos valores de CO2 emitidos para a atmosfera; (vii) integrar/implicar os comportamentos dos cidadãos nas políticas presentes e futuras da cidade; (viii) aumentar a consciência da população da Gafanha da Nazaré sobre a problemática associada às mudanças ambientais e quais as possíveis soluções.
Pretendia-se melhorar a qualidade do ar do espaço envolvente às escolas e aumentar a eficiência energética na mobilidade dos alunos e comunidade educativa. Para tal foram criados diversos grupos de trabalho no ensino básico e secundário. Os alunos do ensino básico, no âmbito curricular e de projeto, dedicaram-se à construção de sensores de CO2. Trabalharam num espírito de cocriação e criaram sistemas embutidos com recurso a microcontroladores e sensores que foram colocados na entrada da escola para monitorizar a qualidade do ar em diversos momentos do dia.
Mais informações disponíveis em: http://www.mjssantos.eu/UA/ssl.html
Pitch SmartAir: https://youtu.be/Lzd4YLMP8UM
