18 março, 2022 | 15h00 | Videoconferência

Realizam-se no dia 18 de março de 2022, pelas 15h00, por videoconferência, as provas do Programa Doutoral em Educação de Eveline Ximenes Tomaz, com o título “As modificações corporais e a diversidade – estudo em contexto educativo”.

Eveline Tomaz é orientada pelo investigador Rui Neves (CIDTFF, Departamento de Educação e Psicologia, Universidade de Aveiro).

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Resumo:

O presente estudo considera as dimensões da corporeidade na compreensão do ser humano, e o corpo como lugar da efetivação das relações entre o sujeito e o mundo. A crise de identidade da Pós-modernidade reflete numa crise do corpo, ficando o mesmo suscetível às muitas interferências externas, como as Modificações Corporais (MC). O aumento da procura destas MC por jovens e adolescentes, assumem o objetivo de ser diferente, definição da identidade, estética e/ou expressão; ao mesmo tempo que estão associadas ao preconceito, a outras atividades de risco e ao risco de vida. Diante desta expansão, buscou-se conhecer estas lógicas sociais e culturais, considerando que, apesar de serem práticas milenares, assumem novos significados e motivações em seu renascimento. O objetivo deste estudo consistiu em caracterizar o significado das MC para estudantes do ensino médio e superior, na cidade de Sobral/CE/BR, e sua interferência na construção das dimensões da corporeidade destes sujeitos. Considerando o problema identificado, os objetivos do estudo e suas questões, ele funda-se num paradigma qualitativo interpretativo fenomenológico. Para a recolha dos dados foram aplicados questionários (151 – 82 ensino médio, 69 – ensino universitário) e entrevistas semi-estruturadas (16 – 8 do ensino médio e 8 do ensino universitário). Os dados foram tratados em termos de estatística descritiva e análise de conteúdo interpretativa. Os resultados apontam do sentido de que as MC são realizadas como homenagens, memória de momentos vividos, registros de imagens de conteúdos que simpatizam, e as tornam atrativas por conta da beleza. Isso ocorre a partir de uma demanda que é pessoal, sendo por curiosidade, por querer ser diferente, como também pelas contribuições para uma sensação de bem estar, da melhoria da satisfação, corporal, imagem corporal e auto-estima. A escola é considerada negligente mediante ter uma postura apática em relação ao tratamento do corpo e suas práticas, ao mesmo tempo é considerada um espaço que possui um potencial de formação, sendo importante para o desenvolvimento dos sujeitos. As MC foram consideradas um tema presente no cotidiano, referente ao corpo, e que deve ser inserido nas estratégias pedagógicas e abordado na escola, contribuindo com o processo de (in)formação e escolha de jovens e adolescentes. Esta abordagem é considerada capaz de superar o preconceito, minimizar danos causado pela falta de informação e contribuir com a aceitação das diferenças.