22 de março 2018, 14h45 | Sala de Atos Académicos, Reitoria, Universidade de Aveiro
No próximo dia 22 de março, pelas 14h45, realizar-se-ão, na Sala de Atos Académicos do edifício central e da Reitoria da Universidade de Aveiro, as provas do Programa Doutoral em Multimédia em Educação de Maria Isabel Gomes dos Santos com o título: “As tecnologias digitais no apoio ao desenvolvimento do raciocínio matemático de alunos com perturbação do espetro do autismo”.
Isabel Santos é orientada pela Professora Associada com Agregação do Departamento de Matemática da Universidade de Aveiro, Ana Maria Reis d’Azevedo Breda, e Professora Auxiliar do Departamento de Comunicação e Arte da Universidade de Aveiro, Ana Margarida Pisco Almeida.
Segue o resumo disponibilizado pela doutoranda.
Resumo:
“A investigação conduzida centrou-se no estudo das especificidades das crianças com Perturbação do Espetro do Autismo (PEA) e na integração das tecnologias digitais no processo de ensino e de aprendizagem da matemática destas crianças, entendidas como instrumento de apoio ao desenvolvimento de capacidades matemáticas, nomeadamente, a do raciocínio matemático no domínio da geometria. Neste enquadramento, foi concetualizado, prototipado e avaliado um ambiente digital com modalidades de adaptação dinâmica das atividades propostas ao perfil do utilizador, no sentido de apoiar o desenvolvimento do raciocínio matemático, cujos princípios orientadores e requisitos funcionais decorreram do levantamento das especificidades do público-alvo e da revisão de literatura efetuada. Do ponto de vista metodológico, foram adotados procedimentos inspirados em três abordagens principais: investigação de desenvolvimento, estudo de caso e investigação-ação, tendo o protótipo do ambiente digital assumido o papel de principal instrumento metodológico. A presente investigação foi estruturada em sete fases principais. A primeira fase foi dedicada à revisão de literatura e apoiou todas as fases seguintes. Na segunda fase foi conduzido um estudo preliminar composto por três etapas: entrevistas a técnicos de saúde, a professoras de educação especial e a um jovem com PEA; levantamento de casos de crianças com PEA de escola de referência do concelho de Aveiro; e sessões de atividades exploratórias utilizando o GeoGebra com as crianças com PEA, na procura de aprofundar o estudo das especificidades e necessidades destas crianças. Na terceira fase avançou-se para a especificação e desenvolvimento da primeira versão do protótipo, tendo esta fase sido assegurada por uma equipa multidisciplinar. A quarta fase foi dedicada ao teste e avaliação inicial do protótipo com a participação direta de 4 alunos com PEA e dos seus professores de educação especial. A quinta fase teve por objetivo reajustar e adaptar o protótipo às experiências observadas e relatadas pelos intervenientes durante a fase de teste e avaliação inicial do protótipo, sendo que estas serviram de alicerces para a segunda versão do protótipo. Na sexta fase foram realizadas duas edições de uma ação de formação sobre as funcionalidades do protótipo desenvolvido com a participação de 23 formandos. Esta fase culminou com a análise e discussão dos dados recolhidos das experiências descritas pelos formandos e com um novo reajuste do protótipo, dando lugar à terceira versão do protótipo. Na sétima e última fase procedeu-se à redação das principais conclusões, tendo-se concluído sobre a validade do modelo concetual proposto e a adequação do protótipo desenvolvido à finalidade de apoiar o desenvolvimento do raciocínio matemático das crianças com PEA, entre outras competências essenciais para o sucesso educacional e profissional.”