18 novembro, 2019 | Sala de Atos Académicos, Edifício Central e da Reitoria, Universidade de Aveiro

Realizam-se no dia 18 de novembro, pelas 9h30, Sala de Atos Académicos, Edifício Central e da Reitoria, as provas do Programa Doutoral em Educação de Roselane da Conceição Lomeo, com o título “A Educação para a saúde: o familiar cuidador da pessoa com esquizofrenia e a importância da atividade física”.

Roselane Lomeo é orientada por Nilza Costa, investigadora do CIDTFF e Professora Catedrática aposentada do Departamento de Educação da Universidade de Aveiro, e coorientada por Wilson Jorge Correia Pinto de Abreu, Professor Catedrático na Escola Superior de Enfermagem do Porto.

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Resumo:

O papel da família no que respeita aos cuidados continuados das pessoas com esquizofrenia, a partir dos anos 70 do século XX, no contexto brasileiro, passou a ter um novo enfoque devido à desinstitucionalização dos doentes mentais. O familiar, que passou a exercer a função de cuidador informal, assumiu uma responsabilidade de acompanhamento, que pode ser exercida com mais ou menos esforços, consoante a sua rede de apoio social e de saúde. Uma das questões a considerar é que o cuidador informal, em parte, não detém informação necessária para assumir a tarefa de cuidar, por falta de conhecimentos técnicos, e alterações na sua vida profissional, pessoal e social, quando assume a tarefa dos cuidados da pessoa com doença mental.

Tendo em conta esta problemática, procedeu-se a uma investigação no Brasil, que abrangeu de julho a dezembro de 2015, e em que foram abordados 31 familiares cuidadores de pessoas com esquizofrenia, atendidos em Centros de Convivência e Cultura, do município de Belo Horizonte, estado de Minas Gerais. Elaborou-se um programa de intervenção psicoeducativa orientado por exercícios de alongamento e relaxamento, o qual foi aplicado aos familicares cuidadores, em 24 sessões de 60 minutos cada, durante o período de seis meses. A intervenção pretendeu promover o autocuidado e o alívio da sobrecarga e stress nos familiares cuidadores.

A metodologia da investigação foi de método misto, e recorreu a um questionário sociodemográfico, à Escala de Sobrecarga Familiar (FBIS-BR) validada transculturalmente para o Brasil por Bandeira, Calzavara, & Castro (2008), para verificar o nível de sobrecarga dos familiares cuidadores, e à Escala de percepção de Stress (EPS-10), validada para o Brasil por Reis, Hino, & Rodrigues-Añez (2010).

Verificou-se a presença de stress e sobrecarga nos familiares cuidadores, embora em nível não elevado. A intervenção psicoeducativa proporcionou aos familiares contributos relacionados com o seu bem-estar físico e mental, além da autovalorização, autocontrolo do impulso, e percepção da importância do autocuidado. Conclui-se que intervenções de caráter educativo, apoiadas em atividade física, e com a junção de exercícios de alongamento e relaxamento aplicados em familiares cuidadores, podem contribuir para uma melhor condição de saúde destes.

Palavras-chave: Familiar Cuidador; Stress Percebido; Autocuidado; Sobrecarga Familiar; Esquizofrenia.