
O livro “Experiências de formação em Educação: implicações da pesquisa para o desenvolvimento profissional” conta com um texto de apresentação pelo investigador do CIDTFF Francislê Neri de Souza, e introdução pelas investigadoras Patrícia Cristina Albieri de Almeida e Dayse Neri de Souza (CIDTFF).
Do corpo editorial do livro fazem ainda parte as investigadora do CIDTFF, Ainda Figueiredo, Marlene Migueis e Paula Coelho Santos.
Excerto:
“A formação de professor-pesquisador é longa e exige alto nível de esforço e constante atualização. Ser professor-pesquisador não implica necessariamente fazer um mestrado ou um doutorado para atuar na educação, mas deve cumprir princípios fundamentais. Segundo Alarcão (2001) é ser um decisor, um gestor em situação real e um intérprete crítico de orientações globais. Exige-se hoje ao professor que seja ele a instituir o currículo, vivificando-o e co-construindo-o com os seus colegas e os seus alunos, no respeito, é certo, pelos princípios e objetivos nacionais e transnacionais, a formação de professores para o exercício crítico deve ser experiencial-investigativa e cumprir pelo menos dois princípios: (1) “Todo o professor verdadeiramente merecedor deste nome é, no seu fundo, um investigador e a sua investigação tem íntima relação com a sua função de professor”; (2) “Formar para ser professor investigador implica desenvolver competências para investigar na, sobre e para a ação educativa e para partilhar resultados e processos com os outros, nomeadamente com os colegas” (ALARCÃO, 2001, p. 6).
Acreditamos ser este livro, que agora está em suas mãos, um bom exemplo da aplicação real dos dois princípios enunciados por Alarcão. Então, qual é o papel da pesquisa na qualidade do ensino e da gestão educativa? Naturalmente o professor necessita estudar, pesquisar e refletir para que possa ministrar boas aulas. Compreendemos que pode haver boa pesquisa sem ensino, mas não pode haver bom ensino sem pesquisa. A pesquisa a que aqui queremos chamar a atenção não é somente a revisão, compreensão e reflexão do conhecimento já publicado e disponível, que é extremamente necessário, mas o conhecimento novo que deve ser construído pelos professores e gestores educacionais nas suas áreas de especialidade e nos contextos dos problemas educacionais do dia a dia. Estamos falando também da pesquisa em inovação didática aplicada à melhoria do ensino e da gestão escolar.”