O Dossier temático organizado por  Tatyana Scheila Friedrich (UFPR), Bruna Pupatto Ruano (UFPR), Francisco Calvo del Olmo (UFPR) e Sílvia Melo-Pfeifer (CIDTFF, Universität Hamburg), encontra-se com submissões abertas, em português e inglês, entre 1 de agosto e 12 de outubro, 2020.

Resumo do número especial:

“Os métodos visuais têm ganhado visibilidade crescente na investigação junto de públicos plurilíngues e na formação profissional, docente ou não (por exemplo: CHIK et al, 2018; KALAJA & MELO-PFEIFER, 2019; MOLINIÉ, 2009; MOORE & CASTELLOTTI, 2011). Quer seja por meio de uso de colagens, fotografia ou desenho, para nomear apenas alguns suportes, os métodos visuais permitem aceder a representações de línguas e culturas, conteúdos disciplinares, e outros. No caso de trabalho com públicos plurilíngues, os métodos visuais permitem aceder ainda a representações acerca das próprias vivências de sujeitos plurilíngues e dos complexos processos subjacentes ao tornar-se plurilíngue. Mais ainda, no caso de sujeitos plurilíngues que ainda não dominam a língua maioritária ou/e de investigação, os métodos visuais permitem construir um espaço de pesquisa e de intersubjetividade que não passa apenas pela expressão linguística (como no caso de entrevistas ou questionários escritos), diminuindo as relações hierárquicas entre investigador e participantes na investigação, colocadas durante situações de comunicação exolíngues. Dando uma voz multimodal aos sujeitos plurilíngues, os métodos visuais permitem uma aproximação menos “logocêntrica” ao complexo universo de representações e modos de expressão desses sujeitos. O presente número aceitará propostas de publicação teóricas e teórico-práticas. No caso de artigos exclusivamente teóricos, eles deverão centrar-se no uso de métodos visuais na investigação, designadamente na fase de recolha de dados, e poderão abarcar temas como aproximações e afastamentos em relação a outros métodos, questões éticas e metodológicas e ainda sobre as vantagens e os limites das análises efetuadas com recurso a estes métodos, quer em geral, quer no âmbito de uma eventual paisagem disciplinar selecionada pelo autor. No caso de artigos de cariz teórico-prático, esses deverão dar conta de investigações empíricas que, partindo de embasamentos disciplinares particulares e relativos às questões de investigação específicos das pesquisas apresentadas, tenham partido do uso de métodos visuais junto de públicos plurilíngues (migrantes e refugiados, aprendentes e professores de línguas ou outros), em diversas áreas disciplinares (Didática de línguas, mas não a elas se limitando, Direito, Linguística Aplicada, Psicologia ou outras). Nestes casos, espera-se que os autores das propostas reflitam criticamente acerca dos processos e dos resultados da pesquisa recorrendo a métodos visuais, nos contextos por eles abordados.”

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