22 – 26 novembro, 2021 | Evento híbrido

A 11ª Conferência FORGES: A Cooperação no Ensino Superior dos Países e Regiões de Língua Portuguesa perante os desafios globais, que assumiu um formato híbrido e decorreu entre os dias 22 e 26 de novembro de 2021, contou com contributos de vários investigadores do CIDTFF.

A investigadora do CIDTFF, Diana Soares apresentou uma comunicação oral intitulada: “Do modelo teórico ‘Capital científico’ à constituição de uma rede internacional para a Formação inicial de Professores de Ciências: contributos de uma Revisão Sistemática da Literatura” (ver resumo abaixo).

Os investigadores Betina Lopes (CIDTFF), Mariana R. P. Alves (Cartas com Ciência), Helena Caçador (CIDTFF), Susana Ambrósio (CIDTFF), Rafael Galupa e Ana Raquel Simões (CIDTFF) participaram com a comunicação “Avaliar para aprender com a Cartas com Ciência: um exemplo de parceria institucional em prol da transformação social em comunidades de língua portuguesa”.

A comunicação “Competências Digitais de Acadêmicos de Pós-Graduação em Ensino Remoto na Pandemia da Covid-19” foi apresentada por Lidnei Ventura (Universidade do Estado de Santa Catarina), Tânia Rocha Unglaub (Universidade do Estado de Santa Catarina) e Betina Lopes (CIDTFF).

Lidnei Ventuar encontra-se a fazer um estágio de pós-doutoramento com a supervisão da investigadora Betina Lopes intitulado “Avaliação de competências digitais de académicos na pandemia covid – 19: desafios da transição do ensino presencial ao ensino remoto na pós graduação.”

Esta conferência foi coorganizada pela Associação FORGES e pelos Instituto Politécnico de Setúbal e Instituto Politécnico de Macau e teve como principal objetivo promover a aproximação de toda a comunidade educativa, em especial os decisores da política educativa, os membros dos órgãos de gestão das instituições de ensino superior, os administradores, os docentes e investigadores, sendo uma oportunidade para refletir sobre alguns dos principais temas estruturantes do Ensino Superior, potenciando a rede de Estudo e Investigação na área da gestão e das políticas de ensino superior no âmbito dos países de língua portuguesa, objetivo estatutário da Associação Fórum da Gestão do Ensino Superior nos Países e Regiões de Língua Portuguesa (FORGES).

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Resumo da Comunicação “Do modelo teórico ‘Capital científico’ à constituição de uma rede internacional para a Formação inicial de Professores de Ciências: contributos de uma Revisão Sistemática da Literatura”:

Esta Revisão Sistemática de Literatura insere-se no projeto de doutoramento intitulado “Formação de futuros professores de Biologia numa perspetiva glocal: recomendações sustentadas na investigação”. O projeto tem como finalidade: contribuir para estratégias de reflexão e inovação na formação de futuros professores de Biologia a partir da envolvência de três instituições de ensino superior públicas (portuguesa, angolana e do reino unido) numa perspetiva global e local (glocal) e à luz das Agendas 2030 da UNESCO e 2065 da União Africana, almejando a construção de uma rede de cooperação internacional/ institucional.

Neste estudo apresentam-se os principais resultados emergentes de uma Revisão Sistemática da Literatura focada na formação inicial de professores de ciências, nomeadamente em África e no conceito ‘capital científico’, proposto em 2015 por Louise Archer e a sua equipa, num esforço de valorização do conhecimento a nível transcontinental, incluindo em países com menor tradição investigativa, motivações patentes quer na Agenda 2030 das Nações Unidas, quer na Agenda 2063 da União Africana.

A análise incluiu um total de 45 artigos das bases de dados Web of Science (WoS), Scopus e ERIC num intervalo temporal de 2000-2021. As conclusões indicam uma falta de conhecimento, ou menos visibilidade, da investigação focada na formação inicial de professores de países africanos, em particular de países em desenvolvimento. No que respeita à formação de professores realizada em países africanos, emerge uma divisão entre a educação de ensino que é “baseado no contexto” e aquele que utiliza “teorias universais” (como Vygotsky e Bandura). Relativamente ao conceito ‘capital científico’, verifica-se que a maioria dos estudos são de filiação anglo-saxónica. Os estudos enfatizam que o desenvolvimento do capital científico dos alunos é influenciado pelo contexto, nomeadamente familiar e escolar. Evidências apontam que as relações com os professores do ensino secundário são a forma mais importante de capital social, estando diretamente implicadas na construção do ‘capital científico’ dos alunos. De destacar que não foi identificado nenhum estudo realizado em contexto africano, o que poderá indicar a (ainda) pouca extensão do conceito ‘capital científico’. Os estudos consultados apontam para uma crescente necessidade de formar e desenvolver professores como promotores de uma educação científica enquanto agente de mudança social. Neste sentido, importa investir em estratégias de cooperação institucional/internacional no âmbito da educação de professores para, por exemplo, promover a problematização do modelo de ‘capital científico’ enquanto referencial teórico e prático em emergência no domínio de (uma nova) Educação em Ciências equitativa e inclusiva.