Sinval Sousa Filho & Madalena Teixeira (CIDTFF) | in Estudos linguísticos e interculturalidade: texto, discurso e ensino, pp. 83-104

Excerto da introdução:

“… nesse texto, temos o objetivo de fazer uma relação entre os estudos de Paulo Freire e Carlos Franchi e de mostrar como esses estudos antecipam em larga medida o que preconiza a Agenda 30 para um ensino sustentável.

A partir de uma pesquisa bibliográfica qualitativa, que é “um apanhado geral sobre os principais trabalhos já realizados, revestidos de importância, por serem capazes de fornecer dados atuais e relevantes relacionados com o tema” (MARCONI; LAKATOS, 2003, p. 158), descrevemos e analisamos os livros de Freire e de Franchi e o ODS 4, procurando articular as teorias sobre educação libertadora e análise linguística e verificando como essa articulação se relaciona às recomendações da Agenda 30 da ONU para uma educação escolar pautada pelo desenvolvimento sustentável.

As teorias que nos embasam assentam-se no dialogismo e educação libertadora de Freire (1981; 1985; 1993) e no dialogismo e análise linguística de Franchi (1991; 2002; 2006), as quais, acreditamos, podem ser correlacionadas com algumas ideias de Bakhtin (2009; 2011).

Propomos acrescentar ao sintagma “análise linguística” a palavra enunciativa para marcar as diferenças entre o eixo de descrição linguística, usado por estudiosos vinculados à gramática estrutural, gramática funcional, gramática gerativista etc., e acentuar que a abordagem se vincula à linguística enunciativa e é específica para aplicação em sala de aula da educação básica, com foco no ensino fundamental. De igual importância, as sínteses que fizemos das propostas de Freire (1981; 1985; 1993) e Franchi (1991; 2002; 2006) visam apresentar as possibilidades de aplicação conjunta das duas direções teórico-metodológicas e como essa articulação se coaduna com alguns objetivos da Agenda 30 da ONU.

O estudo feito em parceria entre os pesquisadores da Universidade Federal de Goiás (Goiânia – BRA) e Universidade de Aveiro (Aveiro – PT) pretende ainda alargar o alcance dos estudos brasileiros sobre ensino-aprendizagem de português para além das fronteiras de Brasil e Portugal.”

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Referência:
Sousa Filho, S., & Teixeira, M. (2022). Para uma didática linguística enunciativa na educação libertadora – de Freire a Franchi à Agenda 2030. In G. Figueira-Borges, L. Alves Luterman e M. Silva Veira (Orgs.), Estudos linguísticos e interculturalidade: texto, discurso e ensino (pp. 83-104). Todas as Musas. https://fliphtml5.com/ggbfm/gwoa