Jorge Bonito (CIDTFF) | Educação e desenvolvimento comunitário, pp. 142-160

Excerto da introdução:

À medida que o Prestige entra no Golfo da Biscaia, o estado do tempo começou a agravar-se e o navio desacelera, devido ao mar agitado e à forte ondulação. Ainda assim, a viagem decorreu sem intercorrências até à tarde de 13 de novembro, quando o navio estava no esquema de separação de tráfego, a cerca de 28 milhas ao largo do Cabo Finisterra, em águas espanholas.

Cerca das 15:10 h, de 13 de novembro, o navio terá sido atingido por uma grande onda [3], provocando um alto estrondo, ouvido pelo comandante grego Apostolos Mangouras, tendo desenvolvido, rapidamente, uma inclinação de 20º para estibordo. Várias coberturas Butterworth foram deslocadas dos tanques de estibordo quando a navio adornou.

A Mare Sg Inc contrata uma equipa de resgate, que solicita permissão às autoridades espanholas para conduzir o navio para um local de refúgio. O pedido é negado. O navio é rebocado em direção a Sudeste para tentar encontrar águas mais calmas.

A França e o Reino Unido opõem-se a que o navio circule mais para norte e as autoridades portuguesas não autorizaram a sua entrada na Zona Económica Exclusiva (ZEE). Os danos no casco tornaram-se progressivamente piores e o navio parte-se em dois, acabando por afundar, a 160 milhas da costa.

Uma grande quantidade de óleo – cerca de 64 t (ainda que as autoridades espanholas anunciassem, unicamente, 3000-4000 t derramadas) – foi libertada quando os tanques de carga eventualmente se romperam na manhã do dia 15 e posteriormente até o naufrágio. Fuga adicional de ocorre após o naufrágio. Grande parte do petróleo polui a costa espanhola e, posteriormente, troços da costa francesa. Vejamos, de seguida, os detalhes do incidente e algumas das ações das autoridades espanholas na resolução do problema ambiental.

Nota de Apresentação do livro:

Num contexto particularmente difícil de crise sanitária, económica e social, consequência da pandemia que assola o mundo, onde os mais frágeis são os mais penalizados, este livro, atento à realidade da Região Autónoma da Madeira, enquanto região marcada pela ultraperiferia, pretende abrir espaço para a reflexão e análise de modelos de intervenção social sustentável, dando à Educação o estatuto de motor de desenvolvimento local e comunitário, com a matriz identitária que lhe é própria, aliando a formação à investigação, para a melhoria da qualidade de vida da população, com base em processos de mudança, transformação e inovação social.

Esta abertura a novas conceções de Educação, que extravasem os muros da escola, visa o empoderamento das comunidades locais, sem perder de vista os processos de globalização, enfatizando os valores da cidadania, do desenvolvimento equilibrado, da coesão e inclusão sociais, tal como a prevenção de riscos face a vulnerabilidades ambientais, as mudanças climáticas, a proteção da biodiversidade os impactos na saúde, procurando dar resposta às necessidades educacionais e comunitárias.

O livro organiza-se em torno de cinco eixos de reflexão sobre Desenvolvimento Comunitário, acentuando o seu vínculo com a Educação, conforme Política de Coesão e de Desenvolvimento da UE em vigor, e na linha dos Objetivos de Desenvolvimento Sustentável, cf. Agenda 2030: (1) Coesão Social, Territorial e Económica; (2) Proteção Civil; (3) Ambiente e Sustentabilidade; (4) Igualdade e Inclusão e (5) Saúde e Bem-Estar.

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Referência:
Bonito, J.(2023). Com Prestige ou da falta dele. In L. Rodrigues, & J. M. Sousa (Orgs.), Educação e desenvolvimento comunitário (pp. 142-160). Centro de Investigação em Educação da Universidade da Madeira. https://doi.org/10.34640/universidademadeira2023bonito