José Moças

Natural do Alentejo – Portugal, José António Pé-Curto Moças é um especialista no estudo, recuperação e edição de fontes históricas de música.

O interesse de José Moças pelo colecionismo e em particular pela música do início do século passado, teve início no período em que viveu em Macau, tendo a pedra basilar sido lançada na loja His Master’s Voice de Oxford Street, em Londres – Reino Unido, com a aquisição de um disco de goma-laca de 78 r.p.m. de fado. Já de volta a Macau e no âmbito da sua atividade radiofónica, resolveu divulgá-lo por este meio, tendo suscitado largas solicitações por parte da audiência. A partir daí não mais parou a sua busca por discos de 78 r.p.m.

Em 1992, ainda em Macau, fundou a Tradisom – editora discográfica dedicada ao universo da música da diáspora lusófona, cujos objetivos passam pela recuperação e divulgação de gravações históricas realizadas entre os anos de 1900 a 1950, pela divulgação da música tradicional e também pela edição de bibliografia temática. Com o seu retorno a Portugal, em 1997, José Moças trouxe consigo a Tradisom.

A 17 de dezembro de 2012, aquando da comemoração dos 39 anos da Universidade de Aveiro, doou a esta instituição uma valiosa coleção de cerca de 17.540 faixas de 78 r.p.m, referentes ao período entre 1900 a 1961. Esta coleção reúne o maior acervo de discos portugueses relativos ao período em questão e incorpora um vasto leque de géneros musicais.

José Moças agiu também como impulsionador – através da “descoberta” da coleção de discos de Bruce Bastin que viria a ser adquirida posteriormente pelo Governo Português – da candidatura do Fado a Património Cultural Imaterial da Humanidade. Esta candidatura resultou no reconhecimento do fado, em 2011, como a primeira expressão performativa portuguesa a ser declarada Património Cultural Imaterial da Humanidade pela UNESCO.

No início do ano de 2013 produziu o CD-duplo Cancioneiro do Cante Alentejano, edição que serviu para a candidatura do cante a Património Cultural Imaterial da Humanidade, reconhecida pela UNESCO em 2014.

Castro, J. M. de. (2015, May 22). José Moças, editor e produtor. (J. M. Encarnação, Ed.), O Clarim. Retrieved from http://www.oclarim.com.mo/todas/jose-mocas-editor-e-produtor/
GaleRIA. (2013). José Moças. SBIDM/ UA. Retrieved from http://blogs.ua.pt/galeria/?page_id=2095
Sardo, S. (2017). Transcrição: Entrevista do colecionador José Moças. Tempo & Argumento, 09(22), 429–477. Retrieved from http://www.revistas.udesc.br/index.php/tempo/article/viewFile/11695/7588

Deixe uma resposta

O seu endereço de email não será publicado.