Entre os dias 25 e 27 de setembro, teve lugar em Manaus, Brasil, o XII Consiple – Congresso da Sociedade Internacional de Português Língua Estrangeira, que contou com uma contribuição da coautoria de Maria Helena Ançã, investigadora do CIDTFF, e da sua orientanda, Fátima Hartwig.

O poster apresentado pela doutoranda, por ausência da investigadora, intitula-se “Formação continuada de professores de português em contexto migratório”. Damos a conhecer o resumo, disponível no Caderno de Resumos (página 40):

“Atualmente a educação se depara com algumas demandas, dentre elas a chegada de estudantes advindos dos fluxos migratórios atuais, que se apresentam como uma forma a mais de se conviver com a multiculturalidade. Nesse âmbito, as escolas e os professores são desafiados para o acolhimento e integração de imigrantes e refugiados, exigindo para tal um corpo docente em constante processo de reflexão e formação continuada. Desse modo, na pesquisa de doutorado, em andamento, buscou-se identificar as principais dificuldades e necessidades enfrentadas pelos professores de Português das escolas públicas do Distrito Federal (DF) frente à nova realidade advinda do contexto migratório. Objetiva-se contribuir para a construção de conhecimento a respeito da importância da formação continuada de professores diante do desafio de receber estudantes oriundos dos fluxos migratórios atuais, bem como identificar o papel da Língua Portuguesa (LP) na integração destes alunos. O trabalho em questão enquadra-se no paradigma interpretativo de natureza qualitativa, que envolve a interpretação das percepções dos sujeitos, por meio de entrevistas semiestruturadas junto aos professores de Português e a respectiva análise de conteúdo das mesmas. Os indícios encontrados apontam para a necessidade de formação continuada para a prática educativa junto a estudantes imigrantes e refugiados, nomeadamente pelo fato de que o ensino e o aprendizado do idioma do país de acolhimento são fundamentais para a efetiva integração de tais sujeitos. Ademais, a formação para o ensino de Português Língua Não Materna (PLNM) deve ser considerada primordial, mais especificamente para o Português Língua de Acolhimento (PLA), visto como o mais adequado ao público em questão e distinto do Português Língua Materna (PLM), no qual os docentes foram formados inicialmente. Diante desse horizonte, para que o ensino e a aprendizagem da LP realmente possam ser entendidos como Língua de Acolhimento (LA), é preciso trabalhar com o viés multilíngue, multicultural e interlinguístico presente na sala de aula, que contribuirá para a real integração de estudantes imigrantes e refugiados na sociedade de acolhimento.”

Palavras-chave: Contexto migratório. Formação continuada de professores. Língua portuguesa.

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