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Adoçantes: The sweetener battle

Há um artigo muito interessante sobre adoçantes numa das últimas edições da Economist que não resisto a transcrever na íntegra. Espero que gostem

The sweetener battle. The competition to make the most natural fake sugar

Jan 28th 2010 | CHICAGO | From The Economist print edition

AMERICANS have a sweet tooth and odd expectations. They slurp caramel macchiato as coffee and believe that candy, when placed in a bowl, becomes cereal. Strangest of all, many want their beloved artificial sweeteners to be less artificial. Merisant, which makes Equal, an aspartame sweetener, declared bankruptcy in January 2009, having been caught out by changing tastes. This month the firm emerged from bankruptcy ready for a comeback. It is betting heavily on the industry’s new divine ambrosia: a fake sugar that is natural.

Artificial sweeteners, now a $1.1 billion business in the country, have been part of Americans’ diet for decades. In 1957 saccharine made its debut as Sweet’N Low; the 1980s brought aspartame in Diet Coke and in Equal’s blue packets. The arrival of sucralose in 2000 upended the market. Manufactured by Tate & Lyle and marketed as Splenda by McNeil Nutritionals, sucralose had many advantages. Unlike aspartame, it did not fall apart when baked. Splenda’s slogan, “made from sugar so it tastes like sugar”, created a natural image. By 2007 Splenda had seized 61% of sugar-substitute sales in grocery and drug stores according to Information Resources Inc, a research firm.

There have been dark spots, however. Splenda-sweetened Diet Coke was a bust. The sugar lobby and Merisant sued McNeil, claiming that its slogan was misleading (McNeil changed it). Buoyed by a ruling from the International Trade Commission last year, other firms are now producing sucralose to compete with Splenda. And now there is another white hope.

The latest pretender is stevia, a shrub, and a sweetener extracted from it that was cleared for use by the Food and Drug Administration in December 2008. In some ways stevia is ideal. It contains no calories. It is natural. It also happens to taste like odious liquorice. Yet America’s food giants have thrown their weight behind it. Merisant, partnered with PepsiCo, and Cargill, with Coca-Cola, promptly introduced PureVia and Truvia, improving stevia’s taste with natural ingredients.

In supermarkets, green-and-white boxes of PureVia and Truvia now beckon to shoppers with promises of being “all natural” and “nature’s perfect sweetness”. Wary of being left out, McNeil and NutraSweet, a big producer of aspartame, have rushed to offer stevia products. Truvia, Cargill and Coca-Cola’s product, is in the lead. Food processors, used to working with Cargill, are adding it to their ingredients. In December Truvia captured 58% of retail sales in the stevia-sweetener market, according to ACNielsen, a research firm.

Still, Truvia accounts for just 6% of retail sales of sugar substitutes. If stevia sweeteners are to become truly popular, they must overcome two obstacles. First, they cost more to make than their rivals. Second, most stevia products still have a distinct flavour. Merisant reckons it can solve both problems. Yet when Craig Petray, NutraSweet’s chief executive, is asked whether stevia tastes good, he replies gently: “I would say it tastes really different.”

Farinha para pão

Este conceito de comprar pão fresco a cada dia, ou ter por perto padarias para o fazer, está longe de ser universal… Quem como eu viveu no estrangeiro, pode apreciar hábitos muito distintos na relação com o pão e preferências também muito distintas no que respeita ao tipo de pão. Nós que exportamos (e reimportamos) padeiros para vários países (veja-se o Brasil e a Venezuela…) demos por nós dedicados a cozer pão em casa durante a última crise alimentar… Não tanto por gosto como por necessidade face ao elevado preço do pão, recuperou-se a tradição de fazer pão em casa que a minha avó cultivou até ao final da vida… Mas a verdade é que a tecnologia chegou ao pão e as máquinas a dada altura vendiam-se como pãezinhos quentes… Depois foi a longo aventura de descobrir as melhores receitas… Confesso que tentei muitas combinações mas as melhores eram umas farinhas do Lidl em que bastava juntar água… Infelizmente desapareceram substituidas por umas de qualidade muito inferior… Mas como já disse muitas vezes, inovar é por vezes, face a uma alteração de tendências de consumo, trazer para um mercado aquilo que já existe há muito noutros…  Foi o que fizeram com sucesso os nossos fabricantes de farinhas. A Nacional e a Branca de Neve não deixaram de lançar misturas para fazer pão em máquinas a que basta juntar água… Confesso a minha predileção por acordar de manhã com o cheiro de um bom pão de sementes  da Branca de Neve a espalhar-se pela casa… (A Lusitana tem uma pessoa a desenvolver o produto e isso nota-se…)

(Devo confessar que esta imagem foi indecentemente espoliada de um blog temático sobre fabrico caseiro de pão http://omeupao.blogs.sapo.pt/ que eu de manhã não estou em condições de tirar fotos a um pão quente que me apareça pela frente ;-))

Praxis

Mark Penn no seu livro sobre microtendências identifica as microcervejarias como um negócio em crescimento. Eu, que sou fã desde o tempo em que morava na Dinamarca há mais de 15 anos, não poderia estar mais de acordo… Frequentemente tentei convencer os Biotecnólogos de que esta era uma oportunidade para jovens empreendedores dado que o mercado português ainda estava virgem no conceito…  Recentemente perdeu a virgindade mas a ideia continua a ser boa… Esta é uma das áreas em que a distinção serviço/produto é muito ténue. Uma boa cerveja com um mau serviço ou acompanhamento não tem sentido… Locais agradáveis com cerveja trivial já há muitos… O sucesso resulta de uma boa combinação dos dois factores…

Consta que a Praxis, uma microcervejaria que se instalou na margem sul do Mondego lá para Coimbra, teve alguns problemas iniciais com o serviço. Se os teve já os terá ultrapassado e a cerveja e o local valem a pena. Cervejas há de 4 tipos, uma loura, uma âmbar, uma escura e uma de trigo para agradar aos gostos mais diversos… A esplanada e a vista são magníficas… E no quesito alimentação também não estão mal. O Path fez aqui a sua festa de Natal e não se arrependeu (felizmente há sempre quem não beba para trazer os outros de volta a casa…). Experimentem… A ideia continua a valer a pena, ainda há mercado para muita microcervejaria neste país…

PS: O copo de vinho e a bomba de vácuo

Claro que quando o vinho era a granel e armazenado em pipas não havia muita preocupação com certos detalhes. Hoje a venda a copo a partir de uma garrafa, que certamente não será usada por completo, obriga a alguns cuidados. Uma das formas de preservar a qualidade do vinho na garrafa é a utilização de uma bomba de vácuo manual que permite retirar o ar da garrafa minimizando a oxidação. O preço é acessível e faz ainda mais sentido usa-lo em nossas casas numa garrafa que vai durar dois ou três dias, ou para preservar um Porto que vai ficar aberto umas semanas. Encontram-nas em qualquer garrafeira e em muitas lojas Gourmets… Eu uso-o todos os dias e recomendo… (Para os interessados há versões também para espumante… Como podem imaginar são diferentes… Imaginem como funcionarão…)

BYOB e o vinho na restauração

Como sabem a inovação estende-se para além do produto, que é o núcleo deste blog, a outras áreas das quais os serviços é das mais importantes, sendo que hoje em muitas áreas é difícil traçar a fronteira entre os dois… Isto é quase uma desculpa para introduzir o tema de hoje sobre a inovação a nível da restauração e a sua relação com o vinho…

No tempo em que os animais falavam pedir uma garrafa de vinho num restaurante era muito acessível. Entretanto a qualidade do vinho subiu, os preços mais ainda, e tornou-se proibitivo num restaurante pedir uma garrafa de vinho… Alguns restaurantes parece que vendem a refeição ao preço de custo para depois realizarem algumas mais valias nas bebidas…

Este estado de coisas tem levado à procura de alternativas ao vinho à refeiçoes, com vantagem para as águas e cervejas, para desespero dos produtores que culpam a restauração pela sua má sorte… Mas a restauração também não está satisfeita com a situação e tem procurado alternativas… A mais fácil e óbvia, que seria vender o vinho a um preço razoável tem tido poucos adeptos.  O Mercado do Peixe, aqui mesmo em Aveiro, segue a política de ter vinhos a preço de custo, o que tem contribuido para o seu sucesso…

Uma outra abordagem, cada vez mais popular, tem sido o recuperar da venda de vinho a copo. Velha tradição de quando o vinho se vendia a granel nas tascas deste país mas que parecia caída em desuso apesar de os melhores restaurantes da Europa a adoptarem. Timidamente lá foi entrando no mercado e hoje é frequente em muitos restaurantes, pese embora o preço elevado do copo de vinho na maioria dos locais… A popularidade do conceito levou já à criação de site dedicado ao tema

Uma terceira abordagem conheci-a numa viagem a Filadélfia e é o BYOB… BYOB significa Bring Your Own Bottle, e está afixado em grande número de restaurantes daquela cidade que disponibilizam esta possibilidade pelo menos um dia por semana… Os EUA são pródigos neste tipo de abordagem que ainda não chegou cá…

We did it!

Quem seguiu as minhas aulas não se espanta com esta capa da primeira Economist deste ano… Aos olhos de um português parece que ela nos está a fazer um gesto proverbial… E nós homens merecemo-lo… Vale a pena ler o artigo motivado pela força de trabalho feminino nos EUA ter atingido os 50%. Fiquem com estes números:

 “They earn almost 60% of university degrees in America and Europe. By 2011 there will be 2.6m more women than men studying in Americam universities.”

“In the EU women have filled 6m of the 8m new jobs created since 2000.”

“In America 3 out of 4 people thrown out of work since the recession began are men; the female unemployment rate is 8.6%, against 11,2% for men.”

“Goldman Sachs calculates that increasing women’s participation in the labour market to male levels will boost GDP by 21% in Italy, 19% in Spain…”

CPC

Há coincidencias curiosas… A cozinha molecular da Taberna foi um post de enorme sucesso. A história dos óleos levou ao oleostest aqui já apresentado… A mexer nas minhas coisas descobri junto das amostras do oleotest um folheto da empresa que o desenvolveu, a Castro Pinto & Costa. O folheto (Newsletter de Setembro 2008) é justamente sobre o trabalho de consultoria deles no desenvolvimento de novos produtos alimentares e em Gastronomia Molecular. Há gente a fazer disto profissão como podem ver…

Cubos de açucar

Por vezes inovar é só fazer cá o que já se faz em todo o lado há muito tempo… É surpreendente a falta de sucesso que os cubos de açucar conhecem entre nós… A RAR bem tenta…

“Os Cubos RAR 1kg apresentam-se como um produto prático e de fácil utilização, que se adapta a todos os gostos e ambientes. Segundo Michelle Quintão, coordenadora de Marketing, da RAR Açúcar, ” nova embalagem e dosagem dos Cubos RAR 1kg foram criadas a pensar nos homens e mulheres modernos, que primam pela qualidade do produto. Pioneiros no lançamento de cubos embrulhados em Portugal, desde 2002, adaptámos a dosagem para responder às novas realidades do mercado e às necessidades cada vez mais específicas e exigentes do consumidor”. (de Hipersuper)

OXO Good Grips (mais cozinha)

Esta semana é dedicada à cozinha… Este produto conheci-o num livro do Henry Petroski que é talvez o melhor divulgador de engenharia em livros e revistas… Curiosamente apesar de haver muitos livos de divulgação científica editados entre nós a Engenharia não parece conhecer muito sucesso junto dos editores… Se puderem leiam os livros do Petroski que são interessantíssimos… Ele tem também uma disciplina de desenvolvimento de produtos mas para Engº Mecânicos… Disperso-me…

Este post era para fazer uma declaração de amor pelos produtos da OXO. Não resisti a transcrever para aqui a descrição que deles fazem aqueles livros de design da Phaidon editados pelo Público… Está lá tudo sobre o desenvolvimento de novos produtos… Ora leiam…

“Porque motivo os utensílios de cozinha magoam as mãos?” Foi esta a interrogação que levou Sam Farber a criar uma série de utensílios de cozinha de utilização fácil designado “Good Grips”. A sua mulher Betsey sofria de artrite nas mãos e tinha dificuldade em usar os utensílios de cozinha convencionais. Em 1989, Farber, empresário e diplomado em Harvard, lançou a OXO International. A filosofia desta empresa, exprime o desejo de criar produtos que possam ser utilizados por pessoas com todos os tipos de capacidade física, tamanho ou idade. Farber contactou inicialmente a Smart Design, uma empresa de design industrial com sede em Nova Iorque, para criar uma gama de produtos. Após uma pesquisa exaustiva sobre os requisitos ergonómicos para os utilizadores em geral, chefes de cozinha profissionais e doentes com artrite, a empresa respondeu às instruções fornecidas e criou uma gama de produtos de cozinha acessíveis, confortáveis, de grande qualidade e aspecto agradável. A Smart Design iniciou a pesquisa através de entrevistas a consumidores e chefes de cozinha, analisando o observando os efeitos do envelhecimento. A partir destes estudos, a empresa dividiu os movimentos da mão e do pulso em três categorias: torcer e virar, empurrar e puxar, e espremer. Os designs para a colher de gelado e o descascador correspondiam à primeira categoria, os raladores e as facas á segunda, e o esmagador de alhos e a tesoura á terceira categoria. Entre os primeiros 15 produtos da gama Good Grips lançados em 1990, o descascador de vegetais exemplifica a marca. Tal como o seu nome implica, o ponto-chave do produto está na sua pega. Esta é fabricada em Santoprene, um propileno de plástico/borracha, suave e flexível, que impede a mão de escorregar. É também durável e lavável na máquina de lavar a louça. Com as suas pegas flexíveis patenteadas inspiradas no guiador da bicicleta, o cabo adapta-se confortavelmente à mão independentemente do tamanho, idade ou capacidade física do utilizador. Actualmente a OXO fabrica cerca de 500 produtos com base nos mesmos princípios. Todos os anos a empresa lança 50 novos produtos, apresentando todos uma solução inovadora para os problemas vividos pelos utilizadores durante as suas tarefas quotidianas. Os produtos que respondiam aos requisitos de design orientados para uma minoria satisfazem agora as exigências de um público mais vasto.”

E fiquem com o descascador… Uso um destes… E não tenho artrite…