28 – 30 março, 2022 | Cidade do México

As investigadoras do CIDTFF, Joana Pinho (bolseira de doutoramento com apoio da FCT) e Maria Helena Ançã (sua orientadora e Professora Associada com Agregação, aposentada), participaram no “Colóquio sobre Língua Portuguesa, Literaturas e Culturas” (CLIPO 2022), subordinado ao tema “além da norma, do cânone e do estereótipo”.

O evento decorreu na Cidade do México, entre os dias 28 a 30 de março e contou com a comunicação das investigadoras intitulada “A relação de imigrantes e refugiados com Portugal, com o português língua de acolhimento e a com a sua aprendizagem”.

Resumo da comunicação:

O presente estudo insere-se no Projeto de Investigação “Educação em Português para imigrantes e refugiados em contexto não formal” que assenta nos fluxos migratórios de asilo e refúgio a que se tem assistido na Europa. Portugal, a par de outros Estados-Membro da União Europeia tem recebido refugiados e requerentes de asilo, ao abrigo do programa de recolocação, que visa apoio informativo, jurídico, social, cultural e formativo. Uma das preocupações de Portugal com o acolhimento é, então, o ensino da língua portuguesa, que assume, neste contexto, o papel de língua de acolhimento. Pelo seu carácter inclusivo, flexível, dinâmico e moldável, ensinar português língua de acolhimento difere de ensinar uma qualquer língua estrangeira – a língua do outro – pelo contexto psicossocial e psicolinguístico em que o ensino e a aprendizagem da língua ocorrem.

O estudo empírico que aqui apresentamos teve como base a aplicação de um questionário, em outubro de 2019, a 20 imigrantes e refugiados que frequentavam aulas de iniciação ao português, numa instituição de acolhimento de migrantes, da zona de Lisboa. Os resultados foram agrupados em quatro categorias – identificação, contacto com outras línguas, língua portuguesa e aprendizagem, perspetivas futuras – e permitiram caracterizar o público-alvo da investigação, bem como compreender a relação que estabelecem com Portugal, o português e com a sua aprendizagem, como língua de acolhimento. A caracterização dos repertórios linguísticos dos aprendentes, assim como as representações que os aprendentes têm de Portugal e da língua portuguesa mostraram estar intimamente relacionadas com o sucesso da aprendizagem do português e, consequentemente, com a sua integração em Portugal. Assim,  este questionário contribuiu para a planificação do ensino do português língua de acolhimento a imigrantes e refugiados, culminando no desenvolvimento de um projeto de ensino em português língua de acolhimento, a ser implementado junto de aprendentes imigrantes e refugiados na mesma instituição.

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