6 fevereiro, 2025 | 9h30 | Sala do Senado, Edifício Central e da Reitoria, Universidade de Aveiro
Realizam-se no dia 6 de fevereiro de 2025, pelas 9h30, na Sala do Senado, Edifício da Reitoria da Universidade de Aveiro, as provas do Programa Doutoral em Educação – Psicologia da Educação de Eugénia dos Santos Silva Taveira, com o título “Adaptação ao teletrabalho e educação para a saúde dos funcionários no Ensino Superior na pandemia Covid-19”.
Eugénia Taveira é orientada por Daniela Pedrosa (CIDTFF, Escola Superior de Educação – Instituto Politécnico de Santarém), Anabela Pereira (CIDTFF, Universidade de Évora) e por Madalena Cunha (Instituto Politécnico de Viseu).
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Resumo
O trabalho ocupa um papel fundamental na vida das pessoas, sendo essencial para a sua sobrevivência, a satisfação de necessidades e a realização pessoal, afetando a sua saúde física e mental, as relações familiares e sociais e a sua qualidade de vida.
O mundo do trabalho está em constante e rápida mudança impulsionada pelo avanço tecnológico, exigindo adaptações constantes dos trabalhadores, gerando altos níveis de stress, exposição a novos riscos, e consequentemente, um aumento de doenças relacionadas com o seu trabalho que impactam significativamente na sua vida. Esta preocupação foi agravada quando no final de 2019, surgiu a pandemia COVID-19, trazendo alterações significativas na organização da vida quotidiana e do trabalho, obrigando ao recolhimento físico no domicílio.
A escassez de informação relativamente aos funcionários a exercer funções em instituições do ensino superior, quer a nível internacional, quer nacional, sugere que neste contexto será importante dar um contributo para a promoção da sua saúde, através de iniciativas ao nível da educação para a saúde e desenvolvimento de competências promotoras do bem-estar, o que motivou a realização da presente investigação.
Para o efeito, objetivou-se investigar a forma como os funcionários de uma universidade pública portuguesa percecionaram a sua adaptação ao teletrabalho e identificar eventuais fatores psicossociais de risco, em teletrabalho, trabalho presencial ou modelo híbrido, bem como o impacto na sua qualidade de vida.
Foi realizado um estudo de natureza quantitativa, constituído por uma amostra de oitenta e dois participantes os quais responderam a um protocolo de questionários: Questionário Sociodemográfico; Questionário de Adaptação ao Teletrabalho (QATT); Questionário Copenhagen Psychosocial Questionnaire (COPSOQ) II – Versão média; Questionário WHOQOL-Bref.
Os resultados evidenciaram que os fatores psicossociais com maior risco para a saúde destes funcionários foram: 1) Ritmo de trabalho; 2) Exigências cognitivas; 3) Exigências emocionais. Quanto ao teletrabalho, foram relatadas maiores dificuldades com a conciliação entre a vida profissional, familiar e pessoal e o isolamento social. Constatou-se ainda que a qualidade de vida diminuiu com o aumento das exigências quantitativas, exigências emocionais, conflito trabalho-família, problemas em dormir, stress e sintomas depressivos. Os resultados salientaram a importância das dimensões da atividade laboral, bem como a necessidade de serem delineadas estratégias de educação para a saúde que permitam a esta população lidar com as exigências laborais aqui sinalizadas. São destacadas e sugeridas a utilização de ferramentas tecnológicas como facilitadoras da educação nesta área, com um foco especial no podcast como recurso educativo no incentivo à prática de estilos de vida saudáveis, destacando a relevância do autocuidado.
Palavras-chave: Educação para saúde, estilos de vida saudáveis, fatores psicossociais de risco no trabalho, teletrabalho, funcionários do ensino superior, qualidade de vida