29 janeiro, 2025 | 14h00 | Videoconferência

Realizam-se no dia 29 de janeiro de 2025, pelas 14h00, por videoconferência, as provas do Programa Doutoral em Educação – Diversidade e Educação Inclusiva, de Julia Oliveira Barros, com o título “A Qualificação Profissional da Pessoa com deficiência intelectual como contributo para a sua inclusão socioprofissional”.

Julia Barros é orientada por Rui Neves (CIDTFF, Departamento de Educação e Psicologia, Universidade de Aveiro) e por Eduardo Ravagni Nicolini (Universidade de Brasília).

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Resumo

Considerando a dicotomia entre exclusão e inclusão, observa-se que os estudantes das Escolas Especiais, especificamente aqueles com deficiência intelectual, estão inseridos em instituições que não garantem uma transição efetiva para a vida pós-escolar. Nessas escolas, não há uma terminalidade definida nem formação profissional que viabilize sua inclusão no mercado de trabalho, um desejo compartilhado por muitos desses alunos. Nota-se uma completa desarticulação entre a Escola Especial e a Escola Profissional. Diante desse cenário, o objetivo deste estudo foi elaborar e implementar, em um campus do Instituto Federal do Rio de Janeiro, um curso de Qualificação Profissional em Operador de Supermercados, visando atender à demanda por profissionalização e contribuir para a inclusão socioprofissional de estudantes com deficiência intelectual, que há anos se encontram segregados em uma Escola da Associação de Pais e Amigos dos Excepcionais (Apae). Este estudo se insere no paradigma sociocrítico, é de natureza qualitativa e se classifica como uma investigação-ação. No primeiro Ciclo participaram 37 estudantes da Apae, enquanto no segundo e terceiro Ciclos houve a participação de 19 estudantes (10 da Apae) e 11 docentes envolvidos no curso, que responderam a questionários e entrevistas semiestruturadas com roteiros previamente validados (individuais e em grupo focal). A análise dos dados foi conduzida por meio da análise de conteúdo, com o auxílio do Excel. Os resultados evidenciaram que é possível profissionalizar esse público nos Institutos Federais, que eles se apropriaram dos conhecimentos técnicos, interagiram, estabeleceram vínculos afetivos e superaram barreiras em várias dimensões. Com base nas limitações do estudo e nas conclusões alcançadas, são apresentadas sugestões para estudos futuros. Os desdobramentos do estudo apontam que é imprescindível disseminá-lo em toda a Rede Federal de Educação Profissional e que as parcerias entre Apaes e Institutos Federais se consolidem como uma política pública.