A investigadora do CIDTFF, Filomena Martins, participou na 3ª edição do ciclo de conferências “Aprender é coisa séria” a convite da ISPV – Escola Superior de Educação de Viseu (ESEV), no dia 24 de novembro, com a comunicação intitulada “Mudam-se os tempos, muda-se a escola – aprender a ensinar sem fronteiras?”.
O ciclo de conferências, subordinado ao tema “Outras fronteiras de aprendizagem a partir da autonomia e flexibilidade curricular”, é uma formação acreditada pelo CCPFC, promovida pela ESEV e pelo Sindicato dos Professores da Zona Centro.
Damos a conhecer o resumo da conferência, disponibilizado pela investigadora:
Inserida num ciclo de conferências em torno das mudanças em curso nas escolas, decorrentes do processo de implementação da autonomia e flexibilidade curricular, a comunicação intitulada Mudam-se os tempos, muda-se a escola – ensinar a aprender sem fronteiras?, teve como mote o soneto camoniano que lhe serviu de eixo estruturador.
Assim, num primeiro momento foi feita uma contextualização sobre as mudanças à escala global, acarretando instabilidade, perplexidade e incerteza (a própria mudança “não se muda já como soía”), com repercussões nos desafios que se colocam hoje à escola e à formação de professores.
Num segundo momento abordou-se a questão da necessária mudança educativa (“mudam-se os tempos, mudam-se as vontades”), enquadradora da autonomia e flexibilidade curricular, enquanto oportunidade de repensar o ensino e a formação. Foram apresentados alguns exemplos retirados dos documentos legais (Decreto-Lei n.º 55/2018 de 6 de julho) e de orientação curricular (Aprendizagens Essenciais; Perfil do Aluno) e de textos da comunicação social sobre a suposta “redução de conteúdos”.
A terceira parte centrou-se na questão da formação de professores em tempos de mudança (“mudam-se as vontades, muda-se a confiança”) com recurso a alguns exemplos práticos extraídos de projetos de intervenção didática e de Relatórios de Estágio do Mestrado em Educação Pré-Escolar e Ensino do 1.ºCEB, da Universidade de Aveiro, desenvolvidos nas áreas da Sensibilização à Diversidade Linguística e da Educação Global.
Numa parte final, para estimular o debate, foram lançadas algumas questões, sob o tema “Perspetivas futuras – inquietações presentes” (“o tempo cobre o chão de verde manto” ou “converte em choro o doce canto”?) tendo por base o conceito de pensamento utópico, enquanto “capacidade não só de pensar o futuro no presente, mas também de organizar o presente de maneira que permita actuar sobre esse futuro” (Furter, in Nóvoa, 2015).