De 16 a 18 de novembro de 2023, a investigadora do CIDTFF Márcia Alexandra Leardine (Universidade de Aveiro – UA) participou, presencialmente, no IX Círculo – Rodas de Conversas Baktinianas & VI EEBA- Encontro de Estudos Bakhtinianos, na Universidade Estadual de Campinas (UNICAMP), na Cidade de Campinas/SP, Brasil.

A investigadora representou a equipa do Programa Individual de Estudos Multidisciplinares (PIEM), um curso da UA inclusivo e acessível a estudantes com Dificuldades Intelectuais, pioneiro em Portugal, tendo apresentado o trabalho intitulado “Revelando vozes, sonhos e experiências: uma abordagem fotográfica ao programa individual de estudos multidisciplinares” em coautoria com Mariana Dantas & Paula Santos.

A apresentação teve como pano de fundo a investigação a ser desenvolvida pela investigadora do CIDTFF, Mariana Dantas, sob orientação de Paula Santos (CIDTFF) e Oksana Tymoshchuk (DigiMedia), que focaliza na voz dos estudantes com dificuldades intelectuais e desenvolvimentais (DID) sobre o processo de participação, pertença e aprendizagem na UA.

O relato da experiência, situada no âmbito de uma componente nuclear desse projeto de investigação, evidencia a potencialidade de um dos pilares do desenvolvimento do estudo, inscritos, todavia numa narrativa muito mais longa que se desdobra no notável programa PIEM.

O IX Círculo – Rodas de Conversas Baktinianas & VI EEBA – Encontro de Estudos Bakhtinianos, subordinada ao tema “Da indiferença à não indiferença: como viver a amorosidade”, constituiu-se com momentos de reflexão, convivência, conversas e partilhas. Procuraram-se socializar as compreensões que têm vindo a ser construídas, as maneiras como aconteceram, as condições que as possibilitaram, as teorias que nos ajudaram a conhecer melhor outros pensamentos sobre o que cada uma/um está a investigar, através do questionamento: como viver a amorosidade pelo outro que me constitui dialogicamente, nestes tempos ensimesmados? Como encontrar caminhos desde a indiferença a quase tudo o que vive e em quase todos os modelos sígnicos veiculados até à principal não-indiferença em nossos atos responsáveis? 

Pensando nesse deslocamento da indiferença à não-indiferença, o evento foi dividido em três eixos: vida e cotidiano; heterociência e ciência; e arte e cultura.

A Investigadora participou em três rodas de conversas em cada um dos diferentes eixos, nas quais pôde dialogar com diferentes investigadores e temáticas, sobre a complexidade da pesquisa e da investigação, especificamente no contexto da educação inclusiva na UA. As vozes dos estudantes que participaram a primeira edição do PIEM foram levadas até estas rodas, integrando-as nos processos de diálogo e partilha ali vividos.

Através da sua participação, a investigadora pôde dialogar sobre a não-indiferença do projeto, alargando os horizontes de conhecimento sobre o PIEM, e estabelecer contactos com diversos investigadores de diferentes universidades brasileiras que atuam diretamente na implementação de metodologias ativas e na adoção de ambientes inovadores de aprendizagem, fomentando a mobilização de conhecimentos, capacidades e atitudes relevantes à inclusão.

A Coletânea de textos de pesquisadoras e pesquisadores encontra-se disponível aqui, em acesso aberto, e o texto das investigadoras pode ser lido entre as páginas 1025 e 1040.

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