Éni D’Carvalho

FotoEniCarvalhoÉNI D’CARVALHO usa texturas, formas, aromas, movimentos, vibrações, temperatura, resistência, peso, relevos, reentrâncias e proeminências, dimensões, acidentes, contornos, configurações, sons, música e seja lá o que venha em sua mente criativa para fazer-se perceber por aqueles que não podendo ver com os olhos, mantém abertas as portas do coração e da sensibilidade, da inteligência e da curiosidade, para perceber o mundo com os sentidos e com as capacidades que lhes estão disponíveis. A julgar pelos comentários deixados pelos que visitaram suas exposições os resultados ultrapassam amplamente o nível do bom e beiram a classificação do fantástico.

Eni tem pouco mais de 10 anos dedicados a arte. Logo depois dos dois primeiros anos seu coração lhe ordenou esse caminho. Hoje, premiada e conceituada no Brasil, Europa e Estados Unidos, usa toda a força de sua arte para atingir e interagir com os deficientes visuais. Não da para saber quem sai ganhando mais nesse relacionamento mas isso realmente não importa nada. Não há uma procura por vantagem. Há apenas o exercício de si mesma, como pessoa e como artista e a troca natural e inevitável do artista com os seus observadores. O processo é intuitivo e é fácil detetar o entusiasmo em ambas as partes. Como artista, Eni tem que permitir que o seu público interprete livremente e sinta como quiser ou puder sentir, mesmo quando isso não coincide com o pensamento do autor. Essa é a forma que o público tem de participar. No caso de Eni D’ Carvalho isso assume proporções gigantescas. Absolutas.

O trabalho de Eni D’ Carvalho é feito para ser tocado, exatamente por conta da idéia central de destinar-se aos deficientes visuais. Isso significa um desprezo pelas cores? Em absoluto. É fácil perceber a intenção da tridimensionalidade mas é fácil também perceber-se o entusiasmo pelas cores vibrantes e absolutamente tropicais que emprestam aos quadros um visual também bonito. Pode sentir-se o trabalho da artista de todas as maneiras e em todas elas o efeito é poderoso. Mas certamente, ela já pensa em mudar tudo isso porque deseja sempre inovar e desafiar os interlocutores para novas formas de percepção. O que inventará agora? Não sabemos. Provavelmente, ela também não faz um julgamento por uma frase que nos mandou: “quando a gente acha que sabe todas as respostas, vem a vida e muda todas as perguntas.”

 Retirado de: http://www.cyberartes.com.br/artigo/?i=702&m=44

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