Educação em Portugal

No passado dia 5 de março, na sua edição de aniversário, o jornal Público procurou apresentar um retrato de Portugal. São dados e análises que preocupam!

Nas páginas 20 e 21 surge a educação, com informações como as que a seguir se reproduzem:

Captura de ecrã - 2013-03-09, 23.25.58

São várias as questões sobre as quais importar pensar.

Por exemplo, como lidar com a ligeira diminuição dos alunos, mas com o aumento dos que têm apoios socioeconómicos? A diminuição do PIB da educação trouxe eficiência ou, pelo contrário, está e vai acarretar uma degradação da qualidade educativa e dos resultados nas aprendizagens dos alunos?

O que pensam os professores que estão nas escolas? Como sentem as mudanças educativas? Como vivem nas suas práticas educativas a situação económica e social atual? …

Termino com uma bela fotografia de Teresa Soares que me parece retratar muito bem este belo “país à beira mar plantado”!

2013, com autorização de Teresa Soares
2013, Costa Nova – Aveiro (com autorização de Teresa Soares)

Professores do Sec. XXI

Acaba de ser publicado um relatório “Teachers for the 21st Century -Using Evaluation to improve Teaching” (clique em cima do título para aceder ao documento completo) da OCDE, o qual apresenta dados e recomendações muito relevantes para a formação e avaliação de Professores. Com o propósito que esta sirva  para que as escolas possam atingir as suas metas destaco deste relatório:

  • Os quadros de referência para esta avaliação de Professores, de vários países, é promotor do seu Desenvolvimento Profissional e procura ter em conta a investigação em Educação que tem vindo a ser produzida. Veja-se o exemplo seguinte do Canadá (província de Ontario).

Captura de ecrã - 2013-03-03, 16.44.03

  • É proposto, como base na revisão do “mapa” de vários países em análise e de trabalhos de investigação, um “framework for teaching” com 4 componentes:

• planning and preparation: demonstrating knowledge of content and pedagogy, demonstrating knowledge of students, selecting instructional goals, designing coherent instruction, and assessing student learning;

• the classroom environment: creating an environment of respect and rapport, establishing a culture for learning, managing classroom procedures, managing student behaviour, and organising physical space;

• instruction: communicating clearly and accurately, using questioning and discussion techniques, engaging students in learning, providing feedback to students, demonstrating flexibility and responsiveness; and

• professional responsibilities: reflecting on teaching, maintaining accurate records, communicating with families, contributing to the school and district, growing and developing professionally, showing professionalism.

  • Da revisão feita o relatório conclui com as lições que se podem tirar até ao momento sobre a avaliação de Professores e que se sistematiza na caixa seguinte retirada da página 71 do relatório.

Captura de ecrã - 2013-03-03, 17.03.47

 

OCDE 2012

Acabam de ser publicados os novos indicadores da OCDE de 2012 sobre Educação (disponível em: http://www.oecd.org/edu/EAG%202012_e-book_EN_200912.pdf). Desta visão muito completa sobre os vários países da OCDE e de outros destaco:

  • Portugal está abaixo da média em muitos dos indicadores. Em alguns casos há muito trabalho a fazer; por exemplo, na página 31 está: “No country has seen growth above 5% for upper secondary and post-secondary, non-tertiary attainment. Only Portugal has seen growth rates above 4%.”
  • Em alguns casos os dados são, no mínimo, surpreendentes; ver por exemplo o gráfico da página 40 sobre as taxas de término do Ensino Secundário! Contudo, na página 108 está: “In Italy, Portugal, Turkey and the United States (lower left quadrant), more than 40% of young people from low educational backgrounds have not completed upper secondary education, and less than 20% of those young people have enrolled in tertiary education.”
  • Neste documento é dada relevância às nossas “novas oportunidades”. Todavia, como já aqui escrevi, é necessário um estudo rigoroso sobre o modo com funcionou, em todo o país, os resultados alcançados e fazer uma avaliação das aprendizagens realmente conseguidas!
  • A Educação vale a pena! Por exemplo, na página 163, confirma-se que: “In Austria, Ireland, Norway, Portugal, the United Kingdom and the United States, a man with an upper secondary or post-secondary non-tertiary education can expect a gross earnings premium of more than USD 200 000 over his working life, compared with a man who has not attained that level of education.”

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Educação e Professores

Em um blog sobre pensamento crítico não posso deixar de lamentar a sua quase ausência em um momento em que é absolutamente necessário! A falta de fundamentação, as opiniões valerem como factos, a ausência de rigor e a manipulação de informação são algumas das evidências que se vão relevando especialmente na comunicação social portuguesa.

Neste contexto está o relatório do FMI (versão em Português em http://aventadores.files.wordpress.com/2013/01/relatorio-fmi-traducao.pdf) o qual no que concerne à Educação tem várias omissões (como os resultados do TIMSS recentemente divulgados) e uma caracterização, pelo menos, pouco consentânea com a realidade nacional! Obviamente importa racionalizar processos e tornar mais eficaz o sistema educativo. Todavia, tal aplica-se a praticamente todas as áreas profissionais e existem maus profissionais em todas as classes.

Por isso, estando  em contacto com as escolas e a trabalhar e investigar sobre a formação de professores destaco resumidamente:

  • Os resultados educativos têm vindo a melhorar de modo consistente, como apontam quer os estudos internacionais TIMSS e PISA! Os investimentos e várias iniciativas, como por exemplo o Programa de Formação em Ensino Experimental das Ciências, para tal terão contribuído.
  • Pese embora o longo caminho de melhoria que temos de percorrer, os professores portugueses têm feito um esforço de melhoria das suas práticas e dos resultados efetivos no que se refere às aprendizagens dos seus alunos. Temos na investigação a divulgação de boas práticas e de vários professores altamente profissionais e que são uma amostra do que tem sido o esforço e a dedicação em um momento difícil como o que se vive atualmente. Só quem não conhece as condições de trabalhos dos professores em escolas públicas é que poderá propor, depois de várias medidas de fundamentação duvidosa, como aumento do número de alunos por turma, que termine a redução da componente letiva prevista no Estatuto da Carreira Docente.
  • Como se compreende que em 2012 já se tenha um dos mais baixos PIB na Educação na EU e se continue a propor o despedimentos de 50 mil professores? Porquê poupar anda mais na Educação se existem outras áreas onde tal é também possível e mesmo desejável (sendo a mais gritante as PPP)?

Se continuarem as decisões pouco fundamentadas sobre Educação vamos continuar a “empobrecer”! E as consequências só serão visíveis, como quase todas as mudanças em Educação, a longo e médio prazo.

Tribunal em Londres, Dezembro de 2012

Refletir sobre Educação

Serve este para divulgar dois documentos recentes que merecem reflexão sobre a educação que queremos e que vamos fazendo.

O primeiro da Comissão Europeia – “Repensar a educação – Investir nas competências para melhores resultados socioeconómicos” (disponível em Português em http://ec.europa.eu/education/news/rethinking/com669_pt.pdf) e tem algumas ideias que destaco, como:

– “O investimento na educação e na formação para o desenvolvimento de competências é essencial para estimular o crescimento e a competitividade: as competências determinam a capacidade da Europa para aumentar a produtividade” (p. 2).

– “As competências transversais, tais como a  capacidade de pensar de forma crítica, de tomar a iniciativa, de resolver problemas e de trabalhar em colaboração, irão preparar as pessoas para os percursos profissionais variados e imprevisíveis de hoje” (p. 4).

– ” Dos países para os quais há dados disponíveis, só a Espanha (orçamento central), Chipre e Portugal apresentaram uma diminuição do financiamento dos regimes disponíveis de apoio às pessoas no âmbito da educação. Qualquer diminuição no investimento de hoje irá inevitavelmente ter graves consequências a médio e longo prazo para o banco de competências da Europa” (p. 14-15).

O segundo documento relaciona-se com os resultados do TIMMS a Ciências e a Matemática, o qual está na versão Portuguesa no site do governo Português (em http://www.portugal.gov.pt/pt/os-ministerios/ministerio-da-educacao-e-ciencia/mantenha-se-atualizado/20121211-mec-matematica-ciencias.aspx). Neste é de salientar a melhoria dos resultados nacionais, comparativamente com os de 1995, última vez que os alunos do 4º ano (e também do 8º) tinham participado. Além das razões apontadas pelo Ministério da Educação, para esta melhoria nos últimos 15 anos, acrescentaria o possível contributo do Programa de Formação Contínua de Matemática e do Programa de Formação em Ensino Experimental das Ciências para Professores do 1º Ciclo do Ensino Básico.

Estes destaques e outros aspetos dos documentos merecem reflexão! Por exemplo, o que fazer para inverter a situação a Ciências, do relatório acima, em que “mais de metade dos alunos portugueses não ultrapassam o nível intermédio de benchmark (melhores práticas), o segundo mais baixo em quatro níveis. Quer isso dizer que em ciências estes alunos têm quando muito conhecimentos e compreensão elementares sobre situações práticas, mas não têm domínio suficiente desses conhecimentos”.

Paradoxos

Vivemos vários paradoxos, neste momento, a nível europeu e nacional.

Por exemplo, em um momento que que ficamos a saber que “Portugal foi o país que mais cresceu no peso dos licenciados nas áreas das ciências” (ver notícia em: http://www.publico.pt/Educa%C3%A7%C3%A3o/portugal-e-o-pais-europeu-com-maior-aumento-de-licenciados-nas-areas-de-ciencias-1573096) também verificamos que o número destes que imigrou aumentou consideravelmente (cf os dados definitivos acabados de divulgar dos Censos 2011 em: http://censos.ine.pt/xportal/xmain?xpid=CENSOS&xpgid=ine_censos_publicacao_det&contexto=pu&PUBLICACOESpub_boui=
73212469&PUBLICACOESmodo=2&selTab=tab1&pcensos=61969554) e o  Eurostat mostra que milhares de portugueses no estrangeiro estão a tornar-se cidadãos dos países de destino.

Ou talvez tal resulte do futuro coletivo que estamos a construir!
Afinal o que é a cidadania? E o que é, ou qual é, a nossa pátria?
Espero que, para todos mas especialmente para estes últimos cidadãos, a Língua Portuguesa continua a ser a sua Pátria, como era para Fernando Pessoa.

 

Ranking(s)

Depois de nos últimos 15 dias terem sido divulgadas e comentados os Ranking’s (ver por exemplo: http://static.publico.pt/docs/educacao/rankings2012/e
http://www.publico.pt/Educa%C3%A7%C3%A3o/analise-joaquim-azevedo-da-cedencia-a-decencia_1567148) das escolas no que diz respeito aos exames do 6º, 9º e 12º anos venho destacar aspetos que me parecem ser de discutir e que são contributos para se compreender os factores que contribuem para o êxito educativo:

  • Pela 1ª vez foi possível relacionar as médias dos exames nacionais com as características socioeconómicas dos agregados familiares dos alunos. Das relações estatísticas realizadas, e como conclui Joaquim Azevedo “(i) existe uma elevada influência do contexto cultural e socioeconómico sobre os resultados dos exames; (ii) esta certeza não é nenhuma fatalidade social, porque se trabalha em muitas escolas acima do “esperado”; (iii) urge agir publicamente junto das escolas em maiores dificuldades”. Mais concretamente,  os dados socioeconomicos utilizados este ano “explicam 40% da variação registada nas médias obtidas pelas escolas”.
  • Vários outros factores foram também apontados para os bons resultados de algumas escolas, inclusivé de escolas com alunos oriundos de meios desfavorecidos, como a estabilidade do corpo docente e existirem alunos empenhados e comprometidos com a sua aprendizagem, bem como as suas famílias;
  • No que se refere aos exames do 6ª ano e tendo em conta as 100 primeiras escolas verifica-se que só existem 5 públicas sendo 3 de música. Mas tal é melhor compreendido quando percebemos que o custo médio de um aluno em Portugal é de 4415 € (ver relatório do Tribunal de Contas ou um resumo aqui), mas que em escolas como a “Escola de Música do Conservatório Nacional, em Lisboa, cada aluno custa em média 46 791,91 euros”;
  • As escolas básicas e secundárias de Aveiro estarem globalmente bem posicionadas a nível nacional, especialmente se se considerarem e compararem só com as escolas públicas.

Questões e Inquietações III

A publicação recente de legislação na área da educação, como o novo estatuto do aluno e a organização das escolas para o próximo ano letivo, têm provocado muitas questões e inquietações, como as que destaco a seguir:

– Se é importante dar autoridade ao professor (como já aqui defendi anteriormente) e deixar clara a responsabilidade e implicações da indisciplina, não seria também de ter aproveitado este novo estatuto do aluno para valorizar o mérito e o cumprimento das normas e regulamentos por toda a comunidade educativa?

– A tomada de decisão sobre as agregações de órgãos de gestão (vulgo mega-agrupamentos) e o aumento do número de alunos por turma é suportada por evidências da investigação em educação? Se sim, quais os estudos nomeadamente realizados no nosso (ou próximo) contexto social e cultural?

– Qual o significado dado a “ensino experimental” nestes documentos legislativos?

– Como é que este, tal como é entendido pela investigação em educação em Ciências, é compatível com turmas de 26 a 30 alunos e com as atuais condições, particularmente materiais, das escolas portuguesas?

– Onde e como serão integrados os outros elementos fundamentais para o sucesso educativo dos alunos: formação (inicial, pós-graduada, e continuada) de professores, recursos educativos de qualidade, como manuais escolares, necessidade de novos programas (os de Ciências do 1º e 2º CEB têm mais de 20 anos) em algumas áreas e disciplinas e a avaliação das aprendizagens dos alunos?

– Já agora, o que se entende por “formação científica” dos professores? Esta serve para legitimar a docência em qualquer área e nível de ensino?

A minha inquietação, dado o nosso historial cultural, prende-se com a vivência da “autonomia” que agora é dada às escolas para tomarem decisões. Vai ser necessária muita democracia participativa para se tomarem decisões racionais e sensatas sobre, entre outras, a duração das aulas, a distribuição das horas máximas das áreas por cada disciplina, particularmente no 2º e 3º CEB, e a gestão do crédito horário das escolas.

O “ambiente/clima” que parece apoderar-se da sociedade portuguesa e também das escolas e dos professores não parece ser propício a uma educação de qualidade e para todos sem exceções! Mas, vamos esperar pelo próximo ano letivo.

Arte nova em Aveiro, junho de 2012

PREC

Com este título – “Processo Revolucionário em curso” o jurista Pedro Lomba escreveu ontem no jornal Público que a formação online que as universidades, como a prestigiada Harvard, estão a oferecer vão provocar uma revolução.

A este respeito defende:

“Numa visão optimista, esta entrada em força na Internet por parte das grandes universidades permitirá expandir ainda mais o seu poder e comercializar os seus serviços. Numa visão pessimista, isto pode ser para as universidades o equivalente ao que aconteceu à industria discográfica, aos livros e à imprensa escrita. Em suma: uma revolução.”

Concorda?

Educação Para a Cidadania

Sou um defensor de uma Educação Para a Cidadania de qualidade nas escolas e em todos os níveis de ensino, desde a Educação Pré-escolar. Sou, pois, contra a sua exclusão, como Área Curricular Não Disciplinar, especialmente em um contexto social e económico como o que se vive atualmente em Portugal!

Desconheço se existe alguma estudo nacional de avaliação do impacte desta formação, desde a criação destas áreas, decorrente da publicação do Decreto-Lei nº 6/20o1. Uma decisão política desta natureza deveria ser enquadrado por estudos, pareceres e recomendações. Por isso, neste último caso sugiro a leitura e discussão da “Recomendação sobre Educação para a Cidadania” do Conselho Nacional de Educação e que pode ser consultada em:

http://www.cnedu.pt/images/stories/2011/PDF/Rec_Ed_Cidadania.pdf

Concorda com esta recomendação? O que pensa sobre a existência de uma  “nova disciplina de Formação Cívica (cf. Decreto -Lei n.º 50/2011 de 8 de abril) […] no ensino secundário, em adequada articulação com os processos que visam os melhores níveis de sucesso académico dos alunos. No ensino básico, deve ser revalorizada a educação para a cidadania democrática no âmbito da Formação Cívica, resgatando-a do enclausuramento excessivo relativo à gestão quotidiana dos problemas que decorrem das funções da direção de turma”?

Deveria existir a Formação Cívica? Com que abordagem e programa? …

“As crianças sabem muito”

Este título é da crónica de hoje do Professor Daniel Sampaio no Jornal Público.

Da mesma destaco aqui algumas ideias que partilho, sendo algumas delas já aqui defendidas:

  • “Com frequência se ouve dizer que as crianças e adolescentes nada sabem, que só querem brincar ou perturbar a sala de aula.”
  • “Os professores esforçam-se cada vez mais, ensaiam novas “estratégias”, mas a burocracia ministerial e a indisciplina crescente deixam-nos exaustos.”
  • “Em vez de se cuidar da relação com os alunos, acolher a sua diversidade e enaltecer a singularidade de cada um, optou-se por um modelo massificado, em que se ensina para o aluno “médio”, esquecendo que os ritmos de aprendizagem são diferentes e a heterogeneidade é a regra da sala de aula.”
  • “… os alunos sabem muitas coisas e têm bastante curiosidade para saberem muito mais. As crianças, quando ingressam na escola (seis anos), já adquiriram todas as aptidões características do ser humano…”
  • “O problema é que entidades responsáveis promoveram uma escola sem rumo, sem projecto e sem identidade.”
  • “A grande mudança a fazer não pode estar apenas no reforço das “disciplinas estruturantes”(?), mas tem de centrar-se numa relação de autoridade firme e respeito recíproco entre professor e aluno, a base segura para a construção da aprendizagem.”

“Revolução na Educação”

Mesmo a notícia do dia sendo a dita “reforma curricular”, hoje apresentada pelo Ministério da Educação, que merece um post nos próximos dias e com tempo para ler atentamente o documento completo, venho aqui destacar uma síntese de um artigo publicado na última ípsilon (www.ipsilon.pt) de dia 9 de Dezembro, na sua página 47 (versão impressa), da autoria de António P. Ribeiro e com o título deste post. Até por isso, precisamos antes de refletir sobre os fundamentos antes de tomar decisões!

Restos de barco antigo que deu à costa na Praia da Barra, Dez/2011

Nesta ótica reproduzo algumas frases que, do meu ponto de vista, merecem discussão:

  • Ken Robinson considera que os modelos utilizados por diversos governos em todo o mundo são datados ainda da revolução industrial;
  • “Os sistemas educativos actuais orientam-se para a formação de “gerações de máquinas eficazes” cujo objectivo é realizarem lucro e crescimento económico, fins que não se acordam com a liberdade de cidadania, a saúde, o bem-estar e a justiça”;
  • “… não precisamos  de mais reformas na educação, não necessitamos de evoluir nos sistemas educativos escolares; precisamos é de uma revolução que questione a linearidade da vida, do progresso e da educação e atente à multiplicidade e à imprevisibilidade”;
  • “É necessário estar disponível para a inovação imprevista e imprevisível, e por isso livre de controlos programáticos”;
  • “Do reportório dos assuntos a estudar estão: desenvolver a capacidade de olhar o mundo do ponto de vista de outros […] aprender como comportar-se face às situações de fragilidade – que não deve ser considerada vergonha -, enveredando pelo estudo da cooperação e reciprocidade; promover energicamente o pensamento crítico e a capacidade de ter coragem para poder afirmar a diferença de ponto de vista; dotar os estudantes de capacidades de reflexão adequadas sobre questões políticas do seu país que vão além dos problemas dos seus grupos, e de seguida olharem o seu país como uma fracção da ordem mundial complexa onde se colocam muitos problemas que exigem deliberações transnacionais permanentes”.