António de Cértima
Nasceu a 27 de julho de 1894, na freguesia da Giesta, Oiã, Oliveira do Bairro. Recebeu o nome de batismo de António Augusto Gomes Cruzeiro e foi o quarto filho do casal António Francisco Cruzeiro e Thereza de Jesus Pereira Gomes.
Fez a instrução primária na sua terra natal em 1904 e prosseguiu os estudos no Liceu de Aveiro, frequentou o curso de Direito, adquiriu conhecimentos de línguas estrangeiras, nomeadamente Francês, Espanhol, Inglês, Italiano e línguas árabes.
Inicialmente trabalhou como caixeiro no estabelecimento comercial de sua mãe. Em 1914 deu os primeiros passos no jornalismo. Em 1921, foi secretário da nova revista Talábriga e tornou-se uma figura regional notável ao lado de aveirenses de prestígio, como Alberto Souto, Lourenço Peixinho, Homem Christo, entre outros. Em 1922 foi para Lisboa onde se dedicou ao jornalismo de forma ativa. Relacionou-se com figurar literárias da época – Mários Domingues, Assis Esperança, Ferreira de Castro, Guedes de Amorim – e fez um trabalho jornalístico notável.
O jornalismo e o seu gosto pela aventura levou-o a Paris onde realizou entrevistas singulares a artistas contemporâneos, tais como: a Condessa Mathieu de Noailles, Henry-Marx, Victor Margueritte.
Publicou, nos anos 50, artigos para a revista sevilhana Archivo Hispalense. A sua obra literária traduziu-se em cerca de três dezenas de títulos de diversos géneros, entre os quais se destacam a poesia, narrativa, crónica, viagem, conto, romance e estudos diversos.
Iniciou a sua vida diplomática em 1926. Foi nomeado Vice-cônsul no Suez, Egito. Em 1927 foi nomeado Cônsul de Portugal em Dacar, Senegal. Transitou para o consulado de Sevilha em 1932 onde permanecu até 1949 e onde viveu os anos difíceis da Guerra Civil Espanhola e da II Grande Guerra. Regressou a Portugal nos anos 50 e foi reconhecido a nível internacional como um Embaixador da Cultura Portuguesa.
António de Cértima teve uma vida social intensa e preenchida e foi um homem de amores diversos. Casou aos 54 anos, com D. Maria Arminda de Castro Lacerda, uma lisboeta natural do Caramulo. Em 1949 nasce a filha do casal – Maria de Fátima Lacerda de Cértima.
Faleceu com 89 anos, no Caramulo, a 20 de outubro de 1983, deixando uma vasta e diversificada obra literária.