Como forma de relembrar o Dia Mundial da Música comemorado a 1 de outubro, destacamos para este mês uma peça da coleção de instrumentos musicais: o alaúde renascentista.
Inst. Proprietária – Universidade de Aveiro
Categoria – Instrumentos musicais
Designação – Alaúde renascentista
Data de fabrico – séc. XX
Violeiro e doador – Joaquim Domingos Capela
Descrição – Costas em nogueira americana, tampo em pinho dos Alpes, braço e cabeça revestidos com folha de ébano. Verniz à base de álcool e goma laca, exceto o tampo polido com cera.
Método de afinação: Fá, Sol, Dó, Fá, Lá, Ré, Sol
Inscrição: “Homenagem a Maria Hormizinda”.
Dimensões – Comprimento total: 73 cm; Comprimento de corda: 57 cm
Alaúde renascentista (instrumento 16)
O alaúde renascentista é caracterizado por um cavalete colado ao tampo, uma cabeça com cravelhas laterais e inclinada atrás, quase noventa graus relativamente ao braço. Revestido por uma escala rente ao tampo, que exibe uma rosácea, o braço tem atado trastos móveis, em tripa, cujo posicionamento é tarefa árdua do tocador.
Evolução histórica
Com origem na cultura árabe, o alaúde é um cordofone dedilhado, periforme, do qual há referências já na Espanha do séc. XIII. Uma transformação profunda durante os séculos seguintes torna-o na forma que hoje conhecemos, já desde o séc. XVI, tendo evoluído das quatro ordens originais até às doze.
Na segunda metade do século XVI, surgem dois novos cordofones conhecidos como arquialaúdes, de braços mais longos do que os do seu antecessor e com duas cabeças, permitindo armar maior número de cordas graves, parte delas pisadas e outras livres (designadas bordões): a teorba e o chitarrone (instrumento italiano com catorze ordens).
Não obstante a grande projeção que teve na Europa, o alaúde acaba por cair em desuso (coincidindo o seu declínio com o início do período clássico e o desaparecimento do baixo contínuo), sendo mais tarde recuperado, sobretudo com a prática de música antiga recorrente a instrumentos da época.