Patente na sala de exposições Hélène de Beauvoir, Biblioteca da Universidade de Aveiro, entre 17 de outubro (17h) e 18 de novembro de 2016
Esta exposição, organizada pelos Serviços de Biblioteca, Informação Documental e Museologia, pretende dar a conhecer à comunidade académica e público em geral, a coleção de instrumentos musicais de cordas da Universidade de Aveiro, bem como homenagear o seu criador e doador: Joaquim Domingos Capela.
Dono de um talento e perfecionismo superiores, o violeiro Joaquim Domingos Capela dedicou a sua vida à criação de instrumentos musicais de cordas. Pela mão de seu pai, Domingos Capela, iniciou o seu percurso criativo e com apenas 9 anos construiu o seu primeiro instrumento musical, um violino ¼.
Nesta exposição são apresentados 22 instrumentos, entre eles, violinos, violas, guitarras, cavaquinhos. Por norma, o artista busca inspiração nas pessoas que mais admira e a quem presta homenagem com a dedicação das suas obras. Esses nomes são desvendados, no coração de cada uma das suas criações.
Convidamos a todos a descobrir esse e outros segredos, criados por uma mestria alicerçada pelo saber transmitido por duas gerações de violeiros.
CONCERTO A CAPELA
Na inauguração terá lugar um Concerto a Capela, interpretado por docentes e alunos do Departamento de Comunicação e Arte.
Programa
Odeon | Ernesto Nazareth | Tango Brasileiro
Boi de Lágrimas | Raimundo Macarra | Boi de Orquestra
Sempre | K-Ximbinho | Choro
Fuga Menor para um Violeiro Maior | Joaquim Pereira Pinto
Fuga | À memória de Domingos Capela, no 1º centenário do nascimento
Devertimento | Raimundo Araújo | Divertimento
Bebê | Hemeto Pascoal | Baião
Vassourinhas | Matias da Rocha e Joana Batista Ramos | Frevo
Músicos
Juvino Filho | Clarinete
Inês Arede | Clarinete
Beatriz Rocha | Clarinete
Marco Sousa | Clarinete e clarone
Zezinho Gotelipe | Pandeiro
Catálogo de instrumentos expostos
Sobre o autor
O Engº Joaquim Domingos Capela generosamente ofereceu parte das suas obras à Universidade de Aveiro que tem agora o privilégio de as mostrar ao público.
A coleção de instrumentos musicais de cordas doada à Universidade de Aveiro é composta pelos seguintes instrumentos: violino 1/4, de 1943, o primeiro a ser construído; viola dedilhada, 1984; bandolim, 1984; cavaquinho Lisboa, 1984; cavaquinho Minhoto, 1989; guitarra portuguesa, Coimbra, 1990; guitarra portuguesa de cabeça retangular, 1996; bandoleta, 1997; viola dedilhada elíptica, 1998; bandolineta, 1998; violino 4/4, 1999; viola dedilhada romântica, 1999; guitarra portuguesa elíptica, 1999; viola d’arco “violeta”, 2002; alaúde renascentista, 2002; violino gravado “Hellier”, 2003; violino 4/4, 2005; viola d’amor, 2007; bandoloncelo, 2007; violino 4/4, 2008; rabeca, 2008; bandola, 2011.
Os seus instrumentos musicais têm a interessante particularidade de homenagear personalidades que admira, particularmente as dedicatórias a Joaquim Alves Capela (primo), Jacobus Stainer, Albert Einstein, Antonio Stradivarius, William Primerose, Johann Ulrich Eberle, Manuel Ferreira Capela (avô paterno), Domingos Capela (pai), Apolónio de Perga, Nicolau Paganini e Heitor Berlioz, Carlos Paredes, Manuel Correia de Barros, Maria Hormizinda (esposa), Avelino Capela (irmão), Ludwig van Beethoven, Josefina de Medeiros e Aníbal Cavaco Silva.
O seu percurso artístico singular é conhecido além-fronteiras e algumas das suas obras fazem parte do acervo de prestigiadas instituições nacionais e internacionais como a Academia Real de Música de Londres, o Museu Antonio Stradivarius de Cremona, o Museu de Música de Lisboa e o Museu Municipal de Espinho. Das suas doações a entidades particulares destaca-se a oferta de uma guitarra portuguesa modelo Lisboa à fadista Amália Rodrigues.
Embora Joaquim Domingos Capela tivesse iniciado precocemente a aprendizagem e o gosto pela criação de instrumentos musicais de cordas, a construção do seu percurso académico, a docência e a atividade profissional acabam por tornar a arte da violaria adormecida. Licencia-se em Engenharia Mecânica pela Faculdade de Ciências do Porto, embora durante algum tempo tivesse sido também aluno da Faculdade de Engenharia de Coimbra. Integra o corpo docente da Universidade do Porto e em 1980, ao abandonar a docência, retoma o sonho adormecido – a arte da violaria.
Fantástico material!
Acredito que a construção de um instrumento musical por si só já é uma obra de arte, quanto tocado é arte a produzir arte!